PlayStation All-Stars Battle Royale - Análise
Estava tudo sossegado, até chegar a loucura!
PlayStation All-Stars Battle Royale está finalmente entre nós e por mais que nos sentíssemos preparados e desejosos, nada nos tinha preparado para o trabalho levado a cabo pelo estúdio Superbot Entertainment. Depois de séries como Power Stone ou Smash Bros., é a vez da Sony ter uma série que coloca alguns dos seus mais memoráveis personagens à porrada uns com os outros enquanto fornece aos seus fãs um verdadeiro serviço de carinho e afeto envolto em humor inteligente e adorável irreverência. Pelo menos é o que se pedia a All-Stars e a Sony parece ter sabido lidar com destreza o projeto. Agora que tenho o jogo nas mãos, e isto no verdadeiro sentido da palavra pois estou a falar da versão PlayStation Vita, posso constatar que a paixão está lá bem patente e se o estúdio pode ser acusado de seguir moldes pré-estabelecidos, também pode ser elogiado por os saber ler, interpretar e recriar com astúcia para um belo efeito.
Como já devem ter reparado pela introdução (e confessem lá, já foram ver o número na página seguinte), All-Stars deixou desde logo boas impressões e promete ser um companheiro para longos meses, mas estamos aqui para explicar o porquê. A resposta é simples e toda a família PlayStation pode-se congratular pois não só tem aqui um grande produto para este final de ano como para o seu futuro catálogo. Neste beat'em all multijogador inspirado nas mais diversas séries da família PlayStation o objetivo não é transportar os jogadores para algo que tenta ser sério e credível mas sim para algo que quer ser despropositado, ousado, ridículo, brutal e dinâmico: combates frenéticos entre grandes ícones das plataformas Sony numa espécie de homenagem aos mesmos, às suas séries, e aos fãs das suas consolas.
Parappa the Rapper, Ratchet, Jak, Radec, Kratos, Cole, Toro, Sly Cooper, Fat Princess, Nariko, Sackboy, Sweet Tooth de séries como Killzone, God of War, Jak and Dexter, Heavenly Sword, LittleBigPlanet, Uncharted e inFAMOUS juntam-se num só jogo que os retira do conforto do normal para as garras do tresloucado. A seu lado tem a participação especial de figuras como Dante, Raiden, Big Daddy, e Heihachi de séries como Devil May Cry, Metal Gear Solid/Rising, BioShock e Tekken para mostrar o lado third-party que cresceu e prosperou nas mesmas plataformas ao longo dos anos. É um leque de luxo que tenta cobrir todos os parâmetros, o normal, o ridículo, o previsível, o imprevisível, o consensual, e até a homenagem aos que foram esquecidos.
Se tal como eu são saudosistas da série Power Stone da Capcom ou se são ávidos adeptos da série Super Smash Bros. da Nintendo, então vão-se sentir em casa neste beat'em up todos contra todos. Aqui temos uma arena na qual dois, três ou quatro lutadores se vão martelar uns aos outros até não poderem mais. O pretendido aqui é apresentar uma jogabilidade simples e fácil de assimilar com uma dose de profundidade e dificuldade recomendável num tom e ritmo do mais frenético que pode haver. Sempre com um humor inteligente e elegante enquadrado com os personagens aqui presentes a dar bom ambiente e personalidade.
"É um leque de luxo que tenta cobrir todos os parâmetros, o normal, o ridículo, o previsível, o imprevisível, o consensual, e até a homenagem aos que foram esquecidos."
O estúdio Superbot Entertainment parece mostrar que apesar de não ter nada no seu currículo enquanto criadores, tem bastante enquanto jogadores e sabem delinear o que os agrada e motiva a jogar os seus jogos favoritos. O esquema aqui é fácil, temos três botões para ataque que martelados consecutivamente abrem portas a combos. Acrescentar uma direção com o D-pad modifica por completo o ataque ou combo e aqui as personagens não têm uma barra de vitalidade mas sim uma barra de poder que precisam encher ao espancar os adversários. Quando cheia essa barra permite desencadear um golpe especial e mortal que elimina a concorrência. Após breves segundos o adversário regressa e recomeça o bailado até o tempo terminar.
No final do combate vence quem tiver mais eliminações aplicadas e menos sofridas, conquistando ainda pontos de experiência pela sua perícia no domínio da partida. Estes pontos permitem a essa personagem subir de nível e desbloquear vários extras como novos fatos, novas falas, novas poses de entrada e até novas provocações, assim como itens para personalizar o nosso perfil de jogador. O modo principal é o modo Arcada no qual vamos enfrentar uma série de combates até chegar ao boss final, o Homem Poligonal, e desbloquear o final desse personagem. Tudo à moda antiga, à moda de outras gerações, e a esse respeito PlayStation All-Stars é um jogo completamente empenhado em valorizar o investimento do jogador.
O esquema de combate é altamente simples, já o referi, e o uso de apenas três botões para atacar em combinação com um para salto, outro para defesa e um outro para o ataque especial, resulta em algo facílimo de absorver. Isto é muito importante porque todo o ritmo frenético beneficia dos controlos simples mas mesmo assim temos uma agradável profundidade nos procedimentos. As variações incutidas pelo acrescentar de uma direção no ataque abre portas a toda uma variedade de diferentes combos e quando temos personagens tão variadas e tão ricas em jogo, tudo torna-se mais rico e diversificado.
Todos os três botões dão-nos acesso a ataques específicos cuja origem está nos movimentos e ações dos personagens nos seus próprios jogos de origem. Como exemplo vou referir Raiden que num dos botões usa a sua espada normalmente com as mãos enquanto com o outro já a usa nos pés e no outro assume movimentos mais defensivos e outros baseados em investidas rápidas e firmes. Isto permite que o jogador adote diferentes posturas em combate e tente encadear diferentes botões para diferentes movimentos ou armas. Para além de dar muito estilo aos movimentos das personagens, dá grande diversidade e até ajuda a afastar uma certa monotonia que podia nascer do uso de um só botão para atacar, erro que poderia facilmente acontecer tendo em conta o jogo em si e a velocidade dos combates.