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PlayStation All-Stars Battle Royale - Antevisão

Vamos lá cambada, todos à molhada...

Durante a E3, um dos títulos mostrados aos jornalistas à porta fechada foi o badalado "brawler" com a marca Playstation, conhecido como All-Stars Battle Royale. Como declaração de interesse, deixem-me começar por dizer que sou fã deste género peculiar que tem como principal exemplo o título da Nintendo, Super Smash Bros. Pérolas como Power Stone 2 também merecem menção, jogo com qual mantive uma autêntica relação de obsessão na altura da Dreamcast, mas SSB é de longe o mais conhecido.

Já ouvi quem diga que este Playstation All-Stars não faz sentido, ou porque é um "knock-off" do jogo da Nintendo, ou porque não se adequa ao "público Playstation", ou porque é um género fora de moda, enfim, uns argumentos mais ridículos que outros, eu pessoalmente julgo que não só é boa notícia, como é excelente ver o género evoluir fora da franquia da Nintendo. Sim gosto muito de SSB, mas porque não termos coisas novas?

É verdade que Playstation All-Stars Battle Royale parece arriscar muito pouco, e é de facto muito similar ao principal brawler da concorrência. Consegue ser drasticamente diferente num dos principais elementos que definem um jogo, como é a condição de vitória, mas tudo o resto funciona de forma muito parecida com o que estamos habituados em Super Smash Bros.

Isto não é obviamente um problema, até porque se trata de um modelo que sempre funcionou muito bem, e que acabou por ajudar a definir o género, ou subgénero neste caso, já que os brawler são basicamente um estilo de beat 'em up. Pudemos assistir a várias partidas que utilizavam a funcionalidade de cross-play entre a Playstation 3 e a Vita para fazer combates entre pessoas a utilizar as duas plataformas, e ambas funcionaram na perfeição. Já agora aproveito para dizer, se a versão Ps3 viesse com um código para a versão portátil ou vice-versa seria fantástico Sony, fantástico.

Gostei muito da apresentação do jogo, e depois do ritmo frenético durante as partidas em side-scrolling, num free-for-all entre quatro jogadores com um gameplay muito distinto. Vou ainda mais longe em dizer, que é já um candidato para compra na minha Vita (até porque não há muitas opções *cof), e nem sequer sabemos todos os lutadores, todos os modos de jogo e funcionalidades que vão estar presentes na versão final.

De lutadores já confirmados temos a Fat princess, Kratos, Nathan Drake, Bid dady, Sly cooper, Sweet tooth, Parappa the Rapper e Colonel Radec, espero não ter deixado escapar nenhum. Todos eles possuem um estilo de combate característico, e inspirado na sua reencarnação original e respectiva franquia. Kratos e Fat Princess são fortes no curto alcance, Sweet tooth bate com muita violência mas é mais lento e Sly Cooper pode ficar invisível, embora isto lhe custe o pesado "drawback" de não poder bloquear.

Os lutadores são o elemento mais importante de qualquer beat 'em up, "são como as peças de xadrez" como disse Katsuhiro Harada a certa altura. Ainda faltam muitos para anunciar neste Playstation All Star Battle Royale, e ficou no ar a futura apresentação de algumas personagens "3rd-party" para o jogo. Sony, estamos muito curiosos nesta matéria, quantos exactamente? O suficiente para que o jogo se pareça mais com um Rest of the World All-Stars Battle Royale?

Outro elemento importante num brawler são os níveis (ou arenas), por tipicamente terem um papel ativo nas batalhas. Este papel é claro pelos elementos interactivos nos níveis que os jogadores podem utilizar, como armas, escudos e "power-ups". Mas também de forma mecânica, com alguns eventos que surgem pelos níveis automaticamente, há um especialmente bem conseguido, onde surge uma questão no nível do Buzz, e temos que nos colocar na posição respectiva à resposta correta. Como estar a jogar dois jogos ao mesmo tempo.

Pois é, para reforçar o tom, cada nível é também inspirado em franquias Playstation, duas por cada nível para ser mais exacto. A Sandover Village de Jak and Daxter com Hot Shots Golf, a Dreamscape que combina Buzz com LittleBigPlanet. Metrópolis junta God of War e Ratchet and Clank, e por último Hades que junta também God of War com Patapon.

"é já um candidato para compra na minha Vita, e nem sequer sabemos todos os lutadores, todos os modos de jogo e funcionalidades que vão estar presentes na versão final.

A grande novidade em All-Star Battle Royale é como comecei por dizer, a condição de vitória. Não existem barras de vida, os nossos golpes não dão dano, não a sério, a única forma de eliminar um adversário é utilizando um ataque especial que não pode ser bloqueado, apenas evitado. Como fazemos estes ataques especiais? Com os golpes normais vamos enchendo uma barra de energia, e quando ela acaba ficamos com um especial de nível 1 disponível.

Podemos utilizar este poder para tentar eliminar um dos três adversários, ou poupar até encher a barra de novo e fazer o "upgrade" do poder especial para nível 2. Existem três níveis, sendo o ataque especial diferente a cada nível, e correspondentemente mais poderoso que o anterior. Um especial de nível 1 bem jogado é capaz de eliminar todos os oponentes, mas o terceiro nível é quase garantido.

Adicionalmente, quando utilizamos este especial de nível máximo, surge uma breve "cutscene", que deixa os nossos adversários com a exacta noção do que lhes vai acontecer. O fator de risco aqui é que a vitória final é determinada pelo rácio entre as vezes que morremos e os inimigos que matamos, numa batalha com tempo limite de 3 minutos. Considerando que para atingir um especial de nível 3 pode ser necessário metade deste tempo, temos que julgar a melhor opção mediante os acontecimentos nas batalhas.

Se morrermos não perdemos o nosso progresso na barra de energia, mas existem formas de a perder. A habilidade de Sly Cooper por exemplo, que pode fazer "pickpocket" à energia dos adversários, acrescentando-a à sua. O lança-rockets que surge no mapa e que envia um míssil que retira alguma energia dos alvos, espalhando-a pelo mapa em forma de pequenas esferas. As Hidras do primeiro God of War que atacam os jogadores durante o nível Metrópolis e os "throws" também retiram energia dos heróis.

O interessante na estrutura do jogo, é o facto de durante as partidas, não existir qualquer tipo de feedback sobre o estado pontual do jogo. Claro que podem sempre contar os vossos pontos "de cabeça", mas numa batalha frenética entre quatro jogadores duvido que alguém conte o progresso dos quatro. O resultado disto é que o jogador acredita sempre ser possível obter a vitória (a não ser que estejam a ser mesmo muito mal tratado). Basicamente, os produtores quiseram tirar essa equação estratégica da cabeça dos jogadores, para que se concentrassem apenas na ação.

Como comecei por dizer, gostei de Playstation All-Stars Battle Royale, mesmo sem sequer sabermos tudo o que tem para oferecer. Os produtores falaram sobre algo persistente associado ao jogo, talvez algum tipo de tabela de líderes para o online ou até quem sabe, uma loja online? Para resumir, é bom ver um brawler novo, e logo um All-Stars, certamente não é para todos. Playstation All-Stars Battle Royale está previsto para o final do ano, na Playstation 3 e Playstation Vita.

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