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Pokémon Mystery Dungeon: Gates to Infinity - Análise

Aborrecimento infinito.

Podem tentar escapar às missões principais jogando as missões secundárias com outros pokémons que se juntaram à vossa equipa no decorrer da aventura, através do modo "Companion". Mas as missões secundárias ainda conseguem ser mais desinteressantes e repetitivas que as principais. Quer queiram quer não, eventualmente terão que cumprir as missões secundárias, que são a única forma de obter materiais necessários para construir um paraíso para os pokémons, que é o sonho do pokémon que se tornou vosso amigo logo no início do jogo.

Neste paraíso vão poder construir ginásios para treinar pokémons de um certo tipo, plantações de berries e outras infra-estruturas que vão permitir criar uma comunidade harmoniosa de pokémons. Mais uma vez estamos perante uma ideia com potencial, mas que foi pouco desenvolvida e é apresentada num estado precário, não possuindo uma funcionalidade suficientemente relevante, não sendo nada mais que uma forma de passar o tempo e de justificar a existência das missões secundárias aborrecidas.

Como já devem ter percebido, se leram até aqui, que Pokémon Mystery Dungeon: Gates to Infinity é na maior parte do tempo entediante. O combate não ajuda a dissipar esta sensação. Embora tenha reminiscências dos jogos da Gamefreak, funcionando por turnos e havendo sempre quatro ataques para cada pokémon, é demasiado fácil, e sendo a nossa equipa constituída por quatro pokémons, estamos quase sempre em vantagem numérica quando combatemos contra outros pokémons. Se perderem vida, basta andar um pouco para recuperá-la, ou podem até carregar simultaneamente nos botões A+B para encher a barra de vida (se bem que isto tenha os seus riscos, atraindo pokémons que possam estar ali perto).

Todo este facilitismo é exagerado e tira qualquer piada que o jogo poderia ter. Há que reconhecer que perto do final há um maior nível de dificuldade, mas para chegar lá, é preciso ter paciência para continuar a jogar quando o interesse já foi há muito perdido.

"É realmente um desperdício que os restantes aspetos falhem em tornar esta jornada divertida e que não se tenha conseguido criar um mundo vasto e variado como um jogo de Pokémon merece."

A seu favor tem uma estória longa que nos oferece uma perspetiva diferente dos pokémons que não vemos nos jogos da Gamefreak. Aqui têm personalidade, sentimentos, sonhos e ambições, não são meros monstros que usamos para provar a nossa força como treinador perante outros treinadores. É realmente um desperdício que os restantes aspetos falhem em tornar esta jornada divertida e que não se tenha conseguido criar um mundo vasto e variado como um jogo de Pokémon merece.

Visualmente falando consegue ser engraçado na pequena aldeia de pokémons perto do paraíso que estamos a construir, mas as masmorras são genéricas e ainda pior são as animações dos pokémons e dos seus ataques. A banda sonora é agradável e fica no ouvido. O que a estraga é o barulho irritante das letras a aparecer nas caixas de texto quando os pokémons falam (devia haver uma opção para desligar isto).

Resta apenas falar do uso que é dado à câmara da Nintendo 3DS, que em Pokémon Mystery Dungeon: Gates to Infinity é utilizada para identificar determinadas formas no mundo real para desbloquear "Magnagates", entradas para masmorras de outra forma inacessíveis. É um modo em que o nível de dificuldade é maior do que no resto do jogo e em que jogamos com uma equipa de pokémons que não é a nossa, mas cuja utilidade fica por aqui. A única integração que este modo tem como o modo aventura é através dos itens e dinheiro, que passam todos para o último depois de concluírem a masmorra.

Pokémon Mystery Dungeon: Gates to Infinity é um jogo limitado e básico que pouco aproveita a poderosa marca em que se baseia. Ao mesmo tempo, ter o nome "Pokémon" no título é a única coisa que o salva. Se têm que desesperadamente jogar um novo título relacionado com Pokémon até outubro, que é quando será lançado o jogo pelo qual todos os fãs de Pokémon anseiam, esta é a única opção disponível. Mas se perguntassem a mim, valia mais a pena gastaram o vosso tempo a repetir qualquer um dos jogos da série principal.

4 / 10

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