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Pokémon Super Mystery Dungeon - Análise

O mundo não chega.

Uma aventura que se demarca da anterior, oferecendo mais monstros de bolso e algumas opções em combate, mas aborrecida em muitos momentos.

Super Mystery Dungeon é a recente edição do "spin off" criado em 2005 pela Spike Chunsoft para a Nintendo DS. Nesta série, o jogador é um humano transformado em Pokémon, sendo enviado para um mundo onde estas criaturas habitam. Envolvido numa trama sobre a qual pouco ou nada sabe, especialmente sobre o porquê da sua nova identidade, ainda terá que lidar com alguns incidentes. Depois de formada a "party" o jogador embarca numa jornada que o leva a viajar entre masmorras, quase como num Dragon Quest, sendo que todas as vezes que visita uma masmorra já percorrida a mesma apresenta uma diferente configuração, assim como diferentes oponentes.

Trata-se de um jogo que claramente beneficia do nome Pokémon para assim obter mais algum ganho junto de uma audiência fervorosa, que tanto engloba jogadores veteranos e graúdos mas também a fornada de entrada na série, a mais visada neste périplo. De facto, enquanto aventura, Pokémon Super Mystery Dungeon está longe de fazer diferente e melhor do que muitos outros jogos que já vimos e jogámos à exaustão. É um jogo de mecânicas simples, com imensos guias e um design pouco desenvolvido. Se quisermos, é quase um Pokémon para principiantes. Aliás, Pokémon é uma das séries que tende a pôr números como destaque, em linha com os mais de 700 monstros de bolso que poderão encontrar, enquanto correcção de um dos problemas detectados no jogo de 2013.

O começo de uma nova aventura.

A primeira fase do jogo corresponde à criação da vossa personagem, através de um esquema de perguntas e respostas. Finda a sequência conhecerão o vosso Pokémon. A partir daqui começam a explorar as primeiras masmorras e a entrar nos primeiros combates. Os menus são bastante simples e os ataques não requerem grande esforço na sua execução. Curiosamente, as personagens não se movimentam livremente. Para executarem um movimento diagonal terão que premir um dos gatilhos. É um sistema um pouco datado e que podia ter sido alterado para algo bem mais flexível, sem descurar as aproximações aos inimigos, antes de se realizar o primeiro ataque.

Partindo da tranquilidade de serena Village, as masmorras espalhadas pelo mundo são tudo menos locais pacíficos. Começando a aventura com um parceiro, não tarda até que tenhamos a equipa composta por quatro membros. Para isso teremos que realizar diversas "quests", aceitando desafios e objectivos dentro das masmorras. Trata-se de uma das alterações face ao jogo anterior. Enquanto que anteriormente o processo de recrutamento de Pokémons era quase uma decorrência do nosso sucesso em combate, agora temos um factor adicional de exigência, que nos leva a percorrer mais masmorras.

Explorando as masmorras.

Infelizmente, esta é uma das partes mais aborrecidas e entediantes da aventura. Este procedimento não é mais do que uma via escolhida para aumentar a longevidade, e nem sequer nos oferece grandes incentivos a não ser repetir e passar por masmorras muito semelhantes. Não obstante o uso da tecnologia que permite reformular uma masmorra e nunca oferecer a mesma, em termos de design é a mesma, só muda a organização. Ao fim de algumas horas de jogo e depois de esgotada a aprendizagem, não há muito de diferente ou aliciante a prosseguir, a não ser revisitar lugares conhecidos, o que torna a aventura deveras entediante. Tanto podemos recrutar Pokémons abaixo do nosso nível como mais acima. Por isso temos algumas incongruências e enfrentamos certos picos de dificuldade em vez de uma progressão mais consistente.

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Em termos narrativos a integração na Expedition Society, que funciona como veículo para a exploração e descoberta do mundo, está longe de se tornar memorável. É uma história que sem nos convencer ou motivar para tanto tempo nunca chega a ocupar um lugar central e se avançamos na campanha é por força da subida de nível e entrada em masmorras mais desafiantes. Nelas, para lá dos perigos e inimigos que andam por perto, também encontramos recompensas e alguns itens bastante úteis. A produção aleatória dos mapas e a utilização do ecrã táctil com forma de conhecer percursos alternativos alivia um pouco a sensação de repetição e um certo tédio, mas estes efeitos negativos nunca são afastados por completo.

O jogo introduz opções como convocar um amigo para resgatar a "party", combinar vários ataques de diferentes Pokémons num só inimigo e ainda usar "looplets", certos itens que funcionam como bónus, mas só dentro de uma masmorra. De resto, o sistema de combate, no essencial, é muito semelhante ao do jogo anterior, dando ênfase ao sistema de movimentos. Porém e apesar dos esforços no sentido de inovar um pouco mais, Super Mystery Dungeon é um "spin-off" da série Pokémon que não consegue o mesmo brilho e execução dos episódios centrais. Revela alguns sinais de melhoria perante o jogo anterior, mas ainda permanece afectado por várias problemas e um sistema de progressão algo entediante. Dentro deste género existem opções bem melhores. O que ainda vai safando Super Mystery Dungeon é mesmo ter o nome Pokémon no título.

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