Pokémon Sword & Shield - Isle of Armor review - Passinhos de bebé
Eu não sei se quero voltar para a ilha.
Apesar de Pokémon Sword & Shield ter-se tornado num colossal sucesso para a Nintendo Switch, não há como virar a cara perante o facto que foi também o lançamento mais controverso da linha principal de jogos Pokémon. Essa controvérsia, apoiada sobretudo na redução da Pokédex (algo que nunca tinha acontecido antes) e na reutilização de animações (quando a GameFreak tinha dito que a Pokédex reduzida era por causa das novas animações), é um sintoma de um mal maior. A saga Pokémon continua universalmente adorada, mas nota-se que os fãs querem mais e estão a perder a paciência com os pequeníssimos passos que a GameFreak teima em dar - eu próprio sinto isso. Numa plataforma como a Nintendo Switch, as possibilidades e o padrão de qualidade é maior. Com o jogo mais recente da saga, a GameFreak não conseguiu dar este salto que há muito é esperado.
Com Isle of Armor, o primeiro pedaço do Expansion Pass - que visa expandir Pokémon Sword & Shield com mais conteúdos - a GameFreak tentou responder a algumas das críticas apontadas originalmente. Digo desde já que há coisas que continuam a desagradar, principalmente do ponto de vista técnico. Depois de várias horas, os nossos olhos habituam-se os pop-ups constantes de Pokémon e objectos do cenário - desde NPCs, árvores e outros elementos - mas este podia ser um jogo muito mais ambicioso. O draw distance (ou distância de horizonte) é fraco, bem como as muitas texturas usadas para cobrir as geometrias dos cenários. Sendo uma expansão, não estávamos à espera de melhorias drásticas - até porque o motor é o mesmo - mas qualquer melhoria, por mais pequena que fosse, seria bem-vinda e um sinal de que a GameFreak quer melhor a qualidade técnica do jogo.
A ilha é por inteiro uma Wild Area
As Wild Areas são o futuro da saga Pokémon e não há como fugir disto. Se ainda não tiveste qualquer contacto com Pokémon Sword & Shield, Wild Areas é um nome pomposo para áreas em mundo aberto. No jogo original existia uma grande Wild Area no centro do mapa, praticamente separada em duas secções, mas o resto do mapa mantinha a estrutura tradicional de Pokémon com caminhos lineares. A Isle of Armor é uma Wild Area por inteiro, com um design mais interessante do que a Wild Area original. Há mais áreas escondidas, rios que atravessam grutas, grutas com múltiplos andares, e pequenas ilhas no mar para descobrir. A navegação é mais complicada inicialmente, mas sentes-te mais recompensado a explorar a ilha.
Ao percorreres as áreas da ilha vais encontrar também uma variedade muito maior de Pokémon. Isle of Armor reintroduz 211 Pokémon da Pokédex, aumentando bastante a variedade de criaturas que vês a aparecer na ilha. Embora estejamos contentes por haver mais Pokémon para capturar, não conseguimos deixar de sentir que o corte na Pokédex do jogo base já tinha o Expansion Pass em mente. Enquanto antes tinhas a Pokédex inteira disponível inicialmente, agora precisas de comprar uma expansão para teres acesso a isso. Podes ter acesso aos novos Pokémon sem comprar a expansão, mas precisas que um jogador que tenha comprado a Isle of Armor faça as trocas contigo. Não é uma decisão pró-consumidor, pelo contrário.
Completar os três desafios da história
Mal chegas à Isle of Armor, és recrutado como um aprendiz para o dojo local liderado pelo mestre Mustard. Rapidamente são lançados três desafios a todos os aprendizes - com a promessa de que o vencedor vai receber a armadura do dojo. Os desafios são apanhar três rápidos Slowpokes de Galar, encontrar Max Mushrooms para fazer uma sopa que dá aos Pokémon compatíveis a habilidade de fazer Gigantamax, e derrotar a tua rival Klara em combate. Desafios é uma palavra exagerada para isto, já que é tudo bastante simples e fácil. Feito isto, vais receber a tal "armadura" do dojo, que na realidade é o novo Pokémon Lendário Kubfu.
A história de Isle of Armor não acaba aqui, já que depois tens que aumentar o nível da tua amizade com Kubfu e treiná-lo até pelo menos nível 70 para enfrentar uma das duas torres de combate da ilha: A Tower of Darkness ou a Tower of Water. A torre que escolhes determina a forma para a qual Kubfu evoluiu: Single Strike Style (Fighting / Dark) ou Rapid Strike Style (Fighting/Water). Treinar Kubfu até nível 70 pode parecer aborrecido, mas como tinha bastantes Exp. Candies, foi um processo estupidamente rápido. O Pokémon em si é bastante interessante, seja pelo seu design, seja pela forma como evoluiu e está relacionado com a história.
A primeira expansão não é tão pequena como inicialmente parecia que ia ser, já que depois descobres que, para além de terminar a história, há mais coisas para fazer como encontrar todos os Digletts espalhados pela ilha (ao fazeres isto vais recebendo gradualmente os Pokémon com variantes de Alola), "mobilar" completamente o dojo doando Watts, e participar nas Restricted Sparring Battles - batalhas desafiantes em que terás de vencer em desvantagem de tipo (ou seja, com uma equipa de Ghost vais ter que derrotar Pokémon do tipo Dark). A tua recompensa por venceres estas batalhas são os pontos BP, que servem para comprar itens bastantes úteis. Já podias ganhar estes pontos no jogo base, pelo que as Restricted Sparring Battles são uma forma alternativa de conseguires amealhar estes pontos.
Vale a pena jogar Isle of Armor?
A expansão não corrige todas as falhas do jogo base, mas gostamos da maior variedade de Pokémon, de explorar a nova ilha, do novo Pokémon Kubfu e também das Restricted Sparring Battles. Se gostaste daquilo que jogaste anteriormente, é garantido que também vais desfrutar desta expansão. Dito isto, continuamos a olhar para Pokémon Sword & Shield como um jogo que fica bastante aquém do seu potencial. Há potencialidade na franquia, e também no hardware da Nintendo Switch, para fazer melhor do que isto.
Prós: | Contras: |
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