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Pokémon Trading Card Game - Virtual Console - Análise

Uma febre.

Produzido pela Game Freak e editado pela Nintendo sensivelmente dois anos após os primeiros jogos da série Pokémon, Pokémon Trading Card Game, para a Game Boy Color, ainda permanece, depois de tantos anos, como uma proposta alternativa e muito válida, sobretudo para aqueles utilizadores e amantes da série que não rejeitam um bom desafio. Pokémon Trading Card Game é um jogo muito particular, cuja estrutura repousa em duelos contra personagens que encontramos nos mais diferentes clubes identificados num mapa, usando baralhos de cartas baseados nas icónicas personagens da Nintendo. Quase tudo o que está relacionado com a aventura, típica noutros jogos da série, encontra-se ausente.

Isso não retira no entanto um brilho e um interesse particular neste jogo, até porque, tendo em conta as regras e o sistema de operação dos duelos, não estamos perante um jogo relativamente acessível, pelo menos numa primeira fase. É normal que atravessem uma fase de significativa antes de se sentirem confiantes com o sistema de jogo e que vos permite a maximização das tarefas durante um turno. Perder os primeiros confrontos nem sequer acarreta grandes consequências, tão só uma aprendizagem pelo erro. De resto, se jogaram Trading Card Game no começo do milénio, seguramente estarão recordados do "tutorial" que basicamente é o manual de funcionamento do jogo.

Dr Mason pesquisa as cartas pokémon, mas é também o vosso professor e quem vos ensina as regras de jogo.

É complicado de uma só vez memorizar tão significativas regras e partir directamente para os duelos tendo em vista a conquista de prémios sacados ao adversário. A pensar nisso, existe depois do "tutorial" um duelo acompanhado por um dos auxiliares disponíveis na fase inicial. Assim, antes de vos ser entregue um de vários baralhos de cartas Pokémon, enfrentam um primeiro adversário em modo assistido. Esta apresentação prática das regras de jogo revela-se crucial, pois com ela adquirimos a capacidade para desenvolver as nossas criaturas, adaptar os seus poderes e atacar o adversário com sucesso. Mas também oferece um vislumbre sobre o alcance estratégico e diversidade de tácticas, sendo esta profundidade que, apesar de revelar-se confusa e difícil de aplicar ao princípio, torna a experiência rica, interessante e praticamente irresistível.

Os duelos desenvolvem-se através de um sistema de combates por turnos. O jogador e a outra personagem possuem um baralho, constituído por sessenta cartas, e que, para além de incluir um pokémon em destaque, é composto por poderes e outras criaturas em evolução. O interessante deste baralho é que não é fechado e podemos sempre recolher prémios (mais cartas) quando vencemos o oponente. Além disso, a evolução dos monstros está garantida através das cartas que atribuem evoluções e certos "items". Naturalmente que o objectivo do jogo passa por melhorar os baralhos, desenvolver as criaturas e afinar as estratégias. O resultado desta operação é uma progressão muito satisfatória, especialmente a partir do momento que passamos a dominar o conceito do jogo. Ainda que alguns duelos possam prolongar-se no tempo, os imponderáveis, as dificuldades de um adversário com melhores cartas e aquele "nervoso" da escolha, tornam a experiência muito divertida.

Combate em curso.

Em termos operativos, o sistema de combate não é muito diferente do modelo da série principal. Os pokémons apresentam um indicador de saúde, dependendo da sua evolução, mas o importante está na atribuição de poderes. Um pokémon com o elemento água requer a atribuição de "items" baseados no mesmo elemento. Reforçando os seus poderes e energia, o ataque provoca mais dano no pokémon adversário. Importante também é compreender a dimensão e especificidade dos clubes. Há como que uma ordem que importa cumprir, pois em muitos clubes, certas personagens possuem pokémons mais desenvolvidos, pelo que, para os derrotar, terão que preparar e desenvolver muito bem o baralho.

A apresentação e design do jogo, pese embora a vetustez, é muito peculiar. Os desenhos não são muito detalhados mas há ali um traço 8-bit desenvolvido e adequado à portátil, que faz de cada mão um quadro de análise interessante. Pequenos efeitos podem ser observados, quando há ataques e outras operações. Na parte respeitante à circulação entre os clubes e o mapa, o design é muito semelhante aos primeiros jogos pokémon.

Pokémon Trading Card Game é um bom exemplo daqueles jogos que passam bem ao teste do tempo. A sua estrutura, baseada na operação dos combates por turnos e assente em sucessivos duelos que visam a obtenção de cartas raras, de um total de 220 cartas disponíveis no jogo, produz uma constante recompensa assim que saímos vencedores depois de mais um embate. Muitas bases da série pokémon estão aqui mas este Trading Card Game, exclusivo da Game Boy Color, justifica o investimento nesta versão para a Virtual Console da Nintendo 3DS.

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