Por que é que a Square Enix está a dividir por partes os seus jogos?
Depois de Hitman e Final Fantasy, rumores apontam para Deus Ex.
Em 2013, Jim Sterling, um jornalista de videojogos, avançou em primeira mão que a Square Enix iria começar a dividir por partes os seus jogos, algo que lhe foi confidenciado por uma fonte anónima e que se concretizou, como os mais atentos sabem.
Depois de ter confirmado que Final Fantasy VII Remake seria lançado em várias partes e que o novo Hitman seria um título episódico, Sterling voltou a consultar a sua fonte para descobrir as razões para a companhia Japonesa estar a adoptar esta postura. O que Sterling revela, sendo apenas rumores pois não partem de fonte oficial, é um cenário preocupante e conturbado que poderá não ser exclusivo da Square Enix.
No mais recente Jimquisition, que podem ver em baixo, Sterling fala sobre como as suas informações de 2013 se concretizaram e revela em primeira mão informações que englobam as diferentes propriedades da Square Enix. Essas informações indicavam que a Square Enix estava a tentar desesperadamente monetizar o desenvolvimento, vendendo jogos que ainda estavam a ser desenvolvidos.
Ao invés de um early access, o jogador compra o jogo aos bocados mas tal poderá estender-se a outras séries, como Deus Ex e Just Cause. Sterling diz ainda ter descoberto explicações para os primeiros anos confusos desta geração de consolas e porque é que os jogadores devem ter muito cuidado nos próximos anos.
"Just Cause 3 começou como um exclusivo PC unicamente online sem história, que foi inserida à última da hora."
Segundo Sterling, antes da chegada da PlayStation 4 e Xbox One, a Square Enix e muitas das principais editoras estavam convencidas que as consolas, como as conhecemos, estavam condenadas. Os jogos free-to-play, os jogos mobile e o PC eram referidos como o futuro, e a companhia Japonesa pretendia aproveitar as suas PI para títulos exclusivamente online ou mobile. Com um forte foco em conteúdos adicionais, jogos episódicos, e micro-transacções.
Foi precisamente devido à falta de fé nas consolas, que os primeiros anos desta geração de consolas esteve repleto de relançamentos e remasters. No final da anterior geração, as vendas desceram e as companhias encararam isso como uma falta de interesse no formato tradicional, enquanto os jogadores aclamavam cansaço e pediam novas consolas.
"Uma vítima desta ignorância foi Just Cause 3. Tal como Hitman, Just Cause 3 estava planeado como uma experiência multijogador exclusivamente online, agendado unicamente para PC e sem qualquer modo a solo. O jogo foi criticado pela sua fraca campanha e pelos imensos bugs. Mas disseram-me que a Avalanche até fez um trabalho fantástico para ficar como ficou pois a Square Enix estava sempre a mudar de ideias durante o desenvolvimento e a criar exigências ao estúdio," diz Sterling.
"Toda a campanha teve que ser metida à força no que era para ser uma experiência exclusivamente online. Se alguma vez pensaste que JC3 está um pouco estranho, agora já sabes porquê. E é isto que a Square Enix queria para todos os seus jogos, porque não tinha fé nas experiências para um jogador, sem fé para o modelo tradicional dos jogos a $60. É por isso que revela tanta confusão com todas as suas ideias," continuou Sterling.
Aparentemente, segundo estas mesmas fontes, Deus Ex: Mankind Divided será um jogo dividido, isto porque ao contrário do que o estúdio pretendida, não será um jogo tão grande quanto visionado. Deus Ex foi convertido para uma trilogia estilo Mass Effect, e a Square Enix acredita que assim irá capitalizar sobre o investimento.
O medo e confusão da Square Enix no início desta geração nascia da ideia que a indústria, no formato da altura, estava condenada, mas jogos como The Witcher 3, Fallout 4, completos e focados a solo, podem ter ajudado a revitalizar o mundo dos videojogos de formas que muitos de nós nem sequer estávamos a pensar.
O incrível sucesso da PlayStation 4 e as boas vendas da Xbox One também estão a ajudar as companhias, neste caso a Square Enix, a repensar as suas filosofias iniciais e poderemos vir a ter produtos novamente focados nas experiências a solo. Tudo isto não passa de rumores e especulações, mas ajuda e muito a olhar para estes anos iniciais.