ROG Strix Scar 15 review - Compacto e poderoso
Um portátil para quem quer jogar em qualquer lado sem compromissos.
Não sei quanto a vocês, mas sou um grande adepto dos portáteis gaming. É bastante comum que quando se fala em portáteis deste género haja alguém a apontar imediatamente que é possível montar uma torre por menos dinheiro e com melhor desempenho. Isso é indiscutível, até porque geralmente, quando menor e mais compacta for a tecnologia, maior é o preço a pagar - os portáteis gaming não são excepção. Mas também é preciso levar em conta que estes portáteis podem ser facilmente transportados de um lado para o outro e, em contexto de pandemia e de tele-trabalho, estes computadores mostram melhor do que nunca as suas vantagens.
Mesmo estando em casa, podes facilmente alternar entre sítios de trabalho. Podes estar na mesa de escritório, saltar para a sala, depois para a cozinha e até para a varanda para apanhar este maravilhoso sol de Primavera. Até para as escapadelas de fim-de-semana são fáceis de transportar, basta uma simples mochila ou mala. Se há portátil que oferece uma combinação ideal entre potência e dimensões reduzidas é o novo ROG Strix Scar 15 da Asus. O modelo de 2021 combina as melhores placas gráficas da Nvidia (da série RTX 3000) com a última geração de processadores Ryzen da AMD, tudo isto combinado com um design compacto e apelativo.
ROG Strix Scar 15 review - Todas as specs
O modelo que recebemos da Asus Portugal para testar não é o mais poderoso, mas ainda capaz de um desempenho surpreendente para um portátil das suas dimensões. Esta unidade tem uma RTX 3070, um AMD Ryzen 7 5800H, 16 GB de memória DDR4, e um disco SSD de 1 TB. Resumindo, o hardware está mais do que preparado para aguentar com qualquer jogo moderno sem grandes dificuldades.
Há outras opções de hardware para o ROG Strix Scar 15. Existe uma versão que mantém a RTX 3070, mas com upgrade para o AMD Ryzen 9 5900HX e para 32 GB de RAM. O modelo mais poderoso leva o processador e a quantidade de RAM que acabamos de referir, e ainda uma RTX 3080 como cereja no topo do bolo. Como seria de esperar, o preço destes modelos com melhor hardware também é superior. O G533QS - o modelo mais poderoso - custa €3299,00.
Estas são as especificações do modelo que testámos:
- Sistema Operativo: Windows 10 Home x64
- Placa gráfica: RTX 3070 mobile (8 GB)
- Processador: AMD Ryzen 7 5800H (3,20 GHz / 4.3 GHz em Turbo, 8 núcleos)
- RAM: 16 GB (8x4) DDR4 3200 MHz
- Armazenamento: 1TB SSD PCIe 3.0 (NVMe)
- Ecrã: Full HD (1080p), 16:9, 300 Hz com 3 ms de resposta
- Teclado: Layout português, opto-mecânico com RGB
- Autonomia: 90 Whatts por hora
- Conectividade: WiFi 6, Bluetooth
- Portas: 1x Type C USB 3.2 Gen 2 c\ função Power Delivery e Display Port, 3x USB 3.2 Gen 1 Type-A, 1x 3.5mm Combo Audio Jack
- Referência: ASUS ROG STRIX SCAR 15 G533QR
- Preço: €1999,00
Desempenho - Posso correr qualquer jogo no máximo?
Sendo um portátil gaming, a capacidade para correr jogos do ROG Strix Scar 15 é o factor mais importante. O desempenho está sempre muito dependente do hardware, mas a optimização dos jogos também pode ajudar. Em todos os jogos que testámos - Red Dead Redemption 2, DiRT 5, Yakuza Zero, Gears 5, Doom Eternal e Monster Hunter World - correram confortavelmente acima dos 60 FPS com todas as configurações no máximo, mas são poucos os momentos em que ultrapassam os 100 FPS. Se há jogo que conseguiu levar o hardware do portátil aos limites foi Microsoft Flight Simulator, provavelmente o jogo mais exigente que podes instalar actualmente num PC e que coloca em esforço todos os componentes de hardware.
Sublinhe-se que os nossos testes foram realizados na resolução 1080p (a resolução nativa do ecrã incluído no portátil), mas na configuração Ultra o simulator flutua entre 38 e 59 FPS (ficando abaixo dos ideais 60 FPS). Sabemos que há utilizadores de portáteis que, quando estão em casa ou no escritório de trabalho, optam por ligar a um monitor externo de maiores dimensões. Os monitores Quad HD (2560 x 1440) e 4K (3840 x 2160) já são mais ou menos comuns e se quiseres jogar através do portátil numa resolução maior, aí já terás que fazer pequenos compromissos nos jogos mais exigentes.
"Dodos os jogos que testámos (...) correram confortavelmente acima dos 60 FPS com todas as configurações no máximo"
Em tudo o resto, este portátil simplesmente excede todas as expectativas para as suas dimensões. Num jogo como Hades, com V-Sync desligado, atinge mais de 250 FPS. Estes jogos mais leves são os únicos que conseguem aproveitar em pleno a taxa de actualização de 300 Hz que este painel oferece.
" />O ecrã é decente ou preciso de um monitor à parte?
A Asus começou recentemente a oferecer a opção de ecrãs com 300 Hz nos seus portáteis e o portátil que testamos tem essa configuração. São poucos os jogos que vão conseguir tirar proveito dessa taxa de actualização. Há títulos competitivos como League of Legends, CS GO e Valorant que vão ultrapassar facilmente a barreira dos 200 FPS, mas não chegam a atingir os 300 FPS (o que corresponderia à taxa de actualização de 300 Hz). Ter ecrãs com elevadas taxas de actualização faz sentido em máquinas com grande capacidade de desempenho, mas neste momento, e tendo em conta o hardware deste portátil, 300 Hz parece um exagero.
Felizmente, tens outros ecrãs à escolha neste portátil. O painel de 165 Hz de resolução Quad-HD parece-nos mais interessente, ainda que não tenhamos a oportunidade de testá-lo. A resolução extra, num ecrã de 15.6 polegadas como este, vai tornar as imagens ainda mais nítidas e definidas. No que toca à luminosidade máxima - importante para trabalhar em ambientes exteriores - todas as opções estão limitadas 300 nits. É suficiente, mas um pouco mais de brilho seria bem-vindo - até porque se trata de um ecrã IPS que reflete bastante qualquer fonte de luz incidente (janelas, lâmpadas, etc).
O monitor cobre 100% do espectro de cores sRGB, o que é ideal para gaming e para coisas mundanas como navegar na internet e assistir a vídeos no Youtube. Para quem precisa de um portátil para trabalhar com edição de fotografia e imagem, o melhor seria um ecrã que cobrisse 100% do espectro Adobe RGB (que é mais amplo). Dito isto, portáteis gaming com um ecrã deste tipo são extremamente raros.
Quanto tempo dura a bateria? Aquece muito?
A bateria é o ponto mais fraco do ROG Strix Scar 15, seja para videojogos, seja para outras tarefas. Os videojogos são, como seria de esperar, o que mais rapidamente drena a bateria. No modo desempenho melhorado, a jogar Yakuza 0 sem restrições na framerate e com brilho do ecrã no máximo a bateria foi dos 100% a 5% numa questão de 47 minutos. É possível prolongar a bateria optando por modos de energia mais económicos ou jogando títulos mais leves, mas quando tens um portátil com tanto poder debaixo do capô, não há muita vontade para deixar de pisar o acelerador. Fora dos videojogos, e fazendo coisas mais simples como escrever textos e navegar na Internet, a bateria pode aguentar entre 4 a 6 horas. Não é muito, mas novamente, a bateria nunca foi o forte dos portáteis gaming. A vantagem do ROG Strix Scar 15 é que pode ser recarregado via USB Type-C (a porta traseira tem fast charging até 100W), ou seja, não necessitas de andar com o transformador de 240W atrás.
O portátil tem um modo turbo em que a RTX 3070 entra em modo overlock e como resultado as ventoinhas começam a trabalhar mais. O barulho das ventoinhas é audível, mas segundo a aplicação Armory da Asus, o ruído nunca excedeu os 43 decibéis - o que está entre uma conversa silenciosa e uma conversa normal. Em jogos pesados como Red Dead Redemption 2 e Microsoft Flight Simulator as temperaturas facilmente ultrapassam os 80°, mas nunca ultrapassaram os 90°. Pode parecer muito, mas são temperaturas normais para computadores portáteis. Como utilizador regular de portátil, tenho uma base para elevar o portátil e só isto (sem activar a ventoinha para refrigeração adicional) reduziu as temperaturas do ROG Strix Scar 15 em cerca de 5°. Nenhum jogo necessita obrigatoriamente do modo turbo - o modo desempenho chega perfeitamente - por isso, se quiseres gerar menos calor e poupar o portátil, é perfeitamente possível jogar entre os 70° e 80°.
A aplicação Armory que vem instalada no portátil é realmente útil para gerir isto tudo. Podes criar perfis específicos para um jogo e assim optimizar o desempenho / temperatura do portátil, bem como configurar as definições do ecrã para quando assistes a filmes e quando jogas.
Materiais: tampa de alumínio, plástico robusto suave ao toque
A parte superior da tampa (onde está inserido é ecrã) é feita de alumínio e apresenta o logótipo da Republic of Gamers em ponto grande do lado esquerda. O resto é feito de plástico, mas o portátil, talvez por ser tão compacto, dá uma grande sensação de solidez. Não parece frágil e todos os materiais apresentam grande qualidade e suavidade ao toqueo. Na parte inferior existem várias borrachas (duas delas embelezadas com frases do tipo "For Those Who Dare" e "Back on Top") que impedem o portátil de deslizar em qualquer superfície. Na área do teclado, o lado esquerdo tem uma transparência que deixa ver os componentes interiores do portátil. É quase uma viagem à década de 90, quando as consolas transparentes estavam na moda (e agrada-me bastante). O teclado, como já referi, é opto-mecânico e transmite uma sensação muito parecida a um teclado mecânico normal. As teclas oferecem uma ligeira resistência e feedback táctil e sonoro quando pressionadas.
A maioria das portas estão colocadas no sítio certo, ou seja, na parte de trás. Do lado esquerdo estão apenas duas portas USB convencionais e o headphone jack. Na parte de trás estão as portas de energia, HDMI, ethernet, USB Type-C e mais uma porta USB convencional. Do lado direito está a ROG Keystone, uma chave NFC que serve essencialmente para duas coisas: aceder a uma partição escondida do disco do portátil (onde podes esconder ficheiros pessoais, por exemplo) e gravar as tuas definições de jogador para conseguires configurar facilmente outro portátil (desde que tenha suporte para a ROG Keystone). Esta é uma funcionalidade única nos portáteis ROG e que até pode ser útil na questão da partição escondida, mas facilmente abdicaria isto por um leitor de cartões SD, que este portátil não têm.
No canto superior direito, no que seria o ombro do portátil, a Asus permite-te dar um pequeno toque de personalização. Podes trocar uma peça removível onde estão colocadas as iniciais ROG - existe uma peça transparente, prateada e cinzenta. O portátil tem ainda iluminação RGB à volta, na parte inferior, que podes personalizar ou desactivar completamente. As definições de iluminação RGB também podem ser guardadas na ROG Keystone e ser sincronizadas com outros produtos da ROG.
É fácil de transportar? Quais são as suas falhas?
Pesando apenas 2.3 Kg (excluindo o transformador, é claro) e com 2.26 cm de espessura, o ROG Strix Scar 15 não é um daqueles portáteis gamer pesadões em que o título de portátil vem entre aspas. Debaixo do braço ou numa mochila, é fácil pegar no portátil e levá-lo para onde quiseres. Francamente, é inacreditável que um portátil destas dimensões tenha estas especificações. Não há muitas falhas a apontar, mas existem. Para além da já mencionada ausência de leitor de cartões SD (essencial para quem trabalha com fotografia e vídeo), não tem webcam - uma ferramenta essencial para praticamente todos os que estão em teletrabalho (ainda que uma webcam não seja um acessório muito caro).
Para quem está à procura de um portátil poderoso, o ROG Strix Scar 15 é uma recomendação fácil. Não é perfeito, mas suas falhas são fáceis de aceitar perante tudo o resto. No panorama geral, é um computador portátil de enorme qualidade e com um desempenho impressionante para a quantidade de espaço que ocupa. Por €1999,00 não vais encontrar um portátil melhor ou com especificações semelhantes, isso é garantido (a não ser que encontres uma daquelas promoções raras). A edição de 2021 do ROG Strix Scar 15 mantém o trajecto positivo que a marca tem vindo a registar nos últimos anos nos seus portáteis e figura com um produto de elevada qualidade.
Prós: | Contras: |
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