Press Play
Reviver antigas experiências!
Vimos um pouco de Virtua Fighter para a 32X, era o jogo em exposição no dia. A possibilidade de experimentar os produtos é dada a todos, sendo essa outra das características da loja. A secção mais retro tem sempre um particular furor, salientou Diogo, mas ao lado, uma televisão destas modernas, exibe jogos mais recentes, sendo a Wii uma predilecção. “Entusiasma qualquer um”, refere. É um pouco como voltar ao tempo do Tetris para o GameBoy; acessível a todos e compele sistematicamente ao desafio.
Em vitrinas Diogo colocou algumas edições especiais, como a de RE5, Final Fantasy IX e nas prateleiras, alinhadas numa zona mais interior mas abastada da loja, expõe desde autênticos clássicos da Mega Drive como Comix Zone com banda sonora em CD “que muita gente deitou fora por não ter o leitor”, ressalvou Diogo. Para a SNES há Chrono Trigger, passando por jogos mais ou menos conhecidos, de maior ou menor raridade para a Sega Saturn, Playstation, Xbox, Game Cube, Wii, 360 e PS3, opções não faltam. Na secção próxima do balcão mais raridades acumulam-se em prateleiras, especialmente um Virtual Boy, a famigerada consola da Nintendo produzida por Gumpey Yokoi, mas que nunca atingiu o sucesso que lhe foi apontado na fase de desenvolvimento.
Em pontos distintos duas grandes máquinas arcade estão para venda. Com elas o espaço fica mais luminoso e paira uma sonoridade familiar em surdina. Nos dias de fim-de-semana acabam por se tornar em pólos de particular atenção. Correm cartuchos MVS da Neo Geo. Grandes obras como Metal Slug, Puzzle-Bobble, King of Fighters, entre outros que a dedicada SNK soube erguer durante as décadas de oitenta e noventa na cena arcade japonesa. Com os salões de convívio arcade actualmente em fase de fecho e arrumação, é caso para se dizer que ali ainda vivem algumas saudosas memórias. “É opcional activar a introdução da moeda, mas também podem colocar a máquina no quarto” disse-nos Diogo.
Numa secção reservada do público há mais velharias que escondem uma tremenda raridade, como o modem desenvolvido pela Sega para o sistema Mega Drive e que já naquele tempo permitia aos utilizadores descarregar demonstrações. O comando especial para Resident Evil 4 (versão PS2) que mais não é do que uma reprodução muito assertiva de uma moto-serra surpreende pela qualidade e rigor nos acabamentos, nomeadamente as gotículas de sangue espalhadas de forma realista pelo instrumento. Imensos jogos ainda no celofane formam pilhas admiráveis e não faltam catálogos e papéis de anúncios e publicidade de temporadas já percorridas Todos aqueles produtos estão prontos para seguir para os interessados, enquanto outros aguardam por uma avaliação noutra zona reservada da loja.
O investimento que Diogo teve para erguer aquele estabelecimento é considerável. Até recuperar esse valor ainda serão necessários alguns meses, aponta, ainda que tenha consciência que o mercado do “retrogaming” vive junto de uma audiência muito específica. Talvez por isso Diogo queira saber mais sobre os seus clientes, solicitando uma ficha de inscrição que dá lugar a regalias. Os contactos privilegiados que mantém com determinados fornecedores permitem-lhe ter na loja o produto desejado pelo cliente, embora seja um factor a considerar a raridade do produto pretendido. Outra especialidade da loja é a habilitação para reparações, de sistemas actuais e antigos. Diogo revela-nos que tem recebido bastantes ordens de reparação e que ao fim tem servido para manter e consolidar o negócio.
Alguns apontarão que falta à Press Play encorpar mais a loja com oferta recente e imediata aquando dos lançamentos que abrigam maior mediatismo, que é por onde avança o mercado e se formam maiores filas em caixa. De todo o modo a orientação da loja está especialmente apontada ao coleccionismo, daí a prevalência da informalidade, num local onde se compra mas também se pode experimentar, trocar ideias e opiniões e até ficar com um sólido e vivo conhecimento sobre a História da indústria.