Pro Evolution Soccer 2013 - Antevisão
Mais poder para o jogador.
É verdade, no último europeu foi um desapontamento perder nos penaltis contra a Espanha. Não teria sido tão grave se tivéssemos projetado a meia-final contra os nossos vizinhos antes da partida do avião da TAP para a Polónia. Nessa altura não tínhamos a mínima hipótese de avançar no grupo. Habituados aos desaires nas competições, somos capazes do melhor e pior, dentro e fora das competições. A maioria dos adeptos transpira demasiada emoção, contagiada pelo fervor dos média. Não aplaude nem festeja como os adeptos da Irlanda quando a seleção está a perder, porque estamos sempre à espera de ganhar qualquer coisa de relevante para colocar a máquina em funcionamento. Depois de umas vitórias parece que aquilo afinal vai lá. Deve já haver quem diga outra vez que vamos ao Brasil ganhar tudo e se for uma final diante da Espanha, nunca será uma vitória por menos de dois. Mas deixem lá. Que se desprenda no fio da memoria aquela malfadada meia-final arrumada na lotaria das grandes penalidades. Aquilo não se faz, mas aconteceu.
Sempre podem desempatar o nulo, lembrando-se de como tudo pode ser mais risonho quando estacionarem diante do simulador virtual para chutarem às malhas virtuais com a força que faltou a Moutinho. Têm assim a oportunidade perfeita para gerir a equipa das quinas, pondo e tirando quem quiserem, ao mesmo tempo que distribuem os onze pelo campo. Pro Evolution Soccer 2013, ou PES 2013 para os amigos, é o jogo perfeito para carregarem os eleitos de Paulo Bento até ao topo da Europa. Repondo a final que nós queríamos ver, impõe-se a tão propalada sensação de justiça que sistematicamente nos abandona durante as fases finais. Dos equipamentos às caras e posturas dos jogadores, está lá tudo para dar a volta às capas dos jornais. Nem falta o hino e a fotografia para rever mais tarde.
Por esta altura, todo o mundo está agarrado à demonstração de PES 2013, lançada há dias. Uma nova época futebolística perfila-se no horizonte e o que nos vale é que para curar a má sorte, encontramos uma Konami sempre disposta a transportar o planeta do futebol virtual, pondo mais paciência sobre evidência com vista a conferir um modelo de jogo que possa ser o mais atraente e compatível possível com o estado da geração.
Nós aqui possuímos já uma versão muito avançada daquela que será a versão final. Pelo menos no que toca ao principal do jogo, o "gameplay". No fundo, o toque de bola, aquilo que no fim mais interessa. Para uma série que se recicla anualmente e se atualiza em função das necessidades prementes e do feedback oriundo das legiões de fãs, sempre atentos à melhor acomodação do futebol, PES 2013 pretende ser sobretudo o começo de uma nova fase, uma espécie de PES para a terceira geração, um PES 3.0 de olhos redobrados sobre a bola. Mudanças no seio da equipa de produção representam o primeiro de vários passos que se querem úteis. Uma fornada de criativos que pretende refrescar o ataque, provando que os japoneses quando chamados a exame raramente falham.
Shinji "Seabass" Takatsuka, o popular chefe de PES, foi substituído por Kei Masuda, com efeitos para o atual jogo. Este refazer da equipa não implica troca de experiência por falta de conhecimento. Kei Masuda e o seu filão de cerebrais, rodeiam PES desde o terceiro jogo, oriundo da anterior geração. Eles sabem da poda e a prova disso é a sensibilidade do novo conjunto de engenheiros chamados a funções de chefia no que toca à gestão da bola sobre o relvado.
"Precisão essa que se prolonga por vários domínios; do passe, das desmarcações e do remate. Ao mesmo tempo, a animação nunca esteve tão fluida e dinâmica, mais imponderável e menos automática."
A indicação que temos ao jogar dentro de PES 2013 é de toda uma melhor precisão no que respeita ao controlo da bola. Precisão essa que se prolonga por vários domínios; do passe, das desmarcações e do remate. Ao mesmo tempo, a animação nunca esteve tão fluida e dinâmica, mais imponderável e menos automática. Os jogadores estão mais atentos à sua tarefa no campo, respondendo com comportamentos realistas às diversas intervenções a que estão habituados. Torna-se complicado detetar movimentos robóticos. Praticamente não existem. Há todo um labor e cuidado na construção das jogadas e dos imponderáveis que lhes estão associados. O movimento dos jogadores representa com nova carga os lances de perigo e há todo um esforço em gerar as fintas e dribles que só os melhores do mundo como o Ronaldo conseguem atingir.
De Cristiano Ronaldo chegam agora mais confirmações do que surpresas. Aquele que é o melhor jogador português de todos os tempos (ok, poderão discordar) não só é figura suprema de cartaz de PES 2013, como também está reproduzido com autenticidade, assumindo um papel decisivo na seleção das quinas e no Real Madrid. O trabalho envolvido na caracterização dos jogadores produziu visíveis resultados nas seleções e equipas mediáticas.
A seleção de Portugal está fielmente representada, toda ela e não só a espinha dorsal. Mas fica aqui o alerta. Esta versão que temos em mãos ainda está em construção, de modo que encontramos muitas equipas e seleções sem equipamentos e sem a atualização dos seus artilheiros. Algo normal para uma edição de antevisão. Em tudo o resto, desde a composição gráfica dos estádios, passando pelas animações dos jogadores, PES 2013 não oferece um grande e retumbante "level up". As mudanças podem até parecer, para já, menos que significativas, mas sem renunciar que quanto a esse capítulo PES 2012 é uma edição fortíssima.