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PES 2016 - Konami volta a aproximar-se da fórmula vencedora

Eurogamer com acesso em exclusivo à nova versão.

Há quase uma semana a Konami anunciou o jogador brasileiro do Barcelona, Neymar, como a nova capa, aquele que muitos consideram como futura estrela do futebol mundial. Na verdade, o jovem proveniente do Santos oferece uma imagem e marca bem superiores a Mario Gotze, a última estrela a figurar na capa de um PES. Embora muitos o reconheçam pelo golo concretizado na final do Mundial, dificilmente é um sério candidato a melhor do ano. Ao mesmo tempo, existem outros factores que contribuem para a edição especial de PES 2016. Desde logo porque a série celebra neste ano os seus 20 anos. É um número redondo e impressionante, atendendo à regularidade da produção e por ter sido em muitas das suas edições uma experiência vencedora, capaz de conduzir e transformar o futebol virtual. A Konami quer fazer dessa data uma oportunidade para incrementar ainda mais a qualidade do seu jogo.

Comparado com PES 2014, a edição a edição actual sustenta-se no jogo anterior. Fazendo uso não apenas do Fox Engine, a nova propriedade gráfica da Konami mas também de um novo modelo de física de bola, animações e comandos melhorados, PES 2015 entrou para a lista dos jogos vencedores, retomando os bons velhos tempos da série. Apesar do sucesso alcançado com o jogo anterior, a Konami está disposta a melhorar ainda mais a experiência.

Além disso, a Konami tem feito da ligação à UEFA, um exclusivo importante em termos de competições europeias, como a Liga Europa, a Liga dos Campeões e a Supertaça Europeia. Três competições âncora que continuam a figurar ao lado da marca PES. Diante desta conjugação, torna-se óbvia a confiança da editora japonesa em melhorar ainda mais o seu jogo de futebol. No agregado das críticas, PES 2015 foi mais e melhor recebido, sinal de uma aposta bem sucedida, numa altura em que os produtores japoneses pareciam algo desconexos com o sentido de sucesso.

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Sobre PES 2016, os produtores acreditam que o jogo vai ser melhor, começando por destacar uma série de melhoramentos em todas as áreas relevantes e modos de jogo. Neste primeiro contacto que tivemos com o jogo, o número de equipas disponíveis era reduzido e não pudemos experimentar as principais componentes para lá do jogo amigável em dois estádios e com diferentes condições meteorológicas.

Uma das principais preocupações dos produtores envolve o controlo do jogador, um processo sempre delicado e bastante dependente das animações desenvolvidas. Uma alteração relevante é justamente o desaparecimento do "blocking" automático, desde que pressionado o botão para fazer pressão sobre o adversário. Agora, o controlo do jogador é completo, dando origem a uma série de colisões (foi desenvolvido um novo sistema), ao mesmo tempo que do lado defensivo as "tackles" promovem mais algum equilíbrio. Nos encontros contra um jogador adversário as fintas estão mais vistosas e realistas, com pequenos toques e dribles que os melhores poderão conseguir, em especial o jogador que dá capa do jogo, uma referência no ataque da selecção brasileira.

É notória igualmente uma melhoria na inteligência artificial. Os jogadores comandados pelo computador tendem a preencher melhor os espaços e a apoiar um colega eventualmente superado por um adversário, embora seja sempre complicado lidar com superioridade numérica, muitas vezes a condição essencial para se obter um golo em PES. Os guarda-redes comportam-se bem e deixam ficar menos vezes em apuros os colegas defesas.

Em termos de melhoramentos gráficos foram revistos vários capítulos e introduzidas 22 diferentes celebrações de golos. Todas as situações que envolvem comemorações são activadas pelo jogador e aqui a Konami andou atenta aos diversos campeonatos europeus, não tendo deixado de fora o momento protagonizado por Totti, após marcar um golo pela Roma, ao tirar uma "selfie". Os ângulos de câmara também foram melhorados, com novos segmentos de transmissão, mais baixos e próximos do relvado. Ainda assim, a perspectiva de transmissão "standard" é a que me parece melhor, talvez por ser a que mais estamos acostumados. Um avanço bastante significativo diz respeito às animações, com centenas de novas animações incluídas, sendo isso particularmente notório na diversidade de movimentos, entre colisões, ressaltos, dribles e corridas com a bola, mesmo com a velocidade de jogo moderada, como aconteceu no último jogo.

"O Fox Engine dá sinais de um aproveitamento mais sólido, sendo que em termos gráficos o jogo mostra-se robusto, com destaque para os suores e humidade na cara dos jogadores."

Dos festejos na bancada à modelação dos atletas, expressões faciais e rostos, o Fox Engine dá sinais de um aproveitamento mais sólido, sendo que em termos gráficos o jogo mostra-se robusto, com destaque para os suores e humidade na cara dos jogadores, mas também aquele franzir do sobrolho e a estrutura maxilar mais apertada, denotando a intensidade física da partida de futebol. Nas bancadas o público continua vibrante e a produzir um ambiente festivo, especialmente após a obtenção de um golo. Os efeitos de luz ganham destaque e as partidas à chuva tornam o terreno mais empapado, sendo evidente a sujidade nos jogadores enquanto que a velocidade se traduz num "handicap".

A Master League, um dos mais importantes modos de jogo perfilhados pelos utilizadores de PES, foi alvo de vários retoques. Mesmo sem experimentar o respectivo modo, a Konami revelou que para lá do novo menu, foram introduzidas novas opções para contratar jogadores e efectuar "scouting". A chamada do jogador à selecção também produz efeitos, e novos comentários foram adicionados. Embora com significativas alterações, a nova organização do menu parece favorecer a intuitividade. O modo MyClub foi alvo de atenção por parte dos produtores, que tiveram em conta o feedback dos fãs, conseguindo um menu mais fácil, mas também a possibilidade de importar imagens, um dos pedidos para PES 2015 que recebeu acolhimento nesta edição.

Este primeiro contacto com PES 2016 deixou impressões muito positivas. A Konami readquiriu com PES 2015 a confiança que procurava há vários anos e mostra-nos agora um jogo melhorado e robusto, cimentando a direcção tomada pelo jogo anterior. As partidas de futebol disputam-se com mais qualidade; desde a inteligência artificial, à física da bola, passando pela criação de passes, posicionamento dos jogadores mais flexível e melhores replays, há toda uma progressão. Não é um jogo revolucionário, até porque seria um risco que faria perigar toda a construção. Resta saber se as licenças dos clubes são as mesmas ou se haverá mais clubes e selecções oficiais. É uma das grandes lacunas da série e seria bom contar com mais conteúdos oficiais, algo que tocaria nas preferências de muitos jogadores. Mas o alinhamento parece ser o certo e a Konami volta a aproximar-se da fórmula vencedora com esta nova edição.

O Eurogamer viajou até Berlim a convite da Konami e da distribuidora dos seus jogos em Portugal, a EcoPlay, tendo esta custeado a estada.

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