Project Cars 2 - Antevisão E3
O calor da competição.
Agora com data de lançamento agendada para o próximo dia 22 de Setembro (praticamente 3 meses), o Slightly Mad Studios entra na fase final de desenvolvimento daquele que se espera vir a ser o seu mais autêntico simulador de condução automóvel. Praticamente 2 anos depois de forjado Project Cars, o estúdio britânico com raízes por todo o mundo prepara-se para proporcionar aos entusiastas e fãs do "racing" um novo quadro competitivo. PC2 apresenta uma nova estrutura e assenta os pilares sobre a base do anterior título. Com um vasto e comprovado currículo em simuladores para o computador, o estúdio comandado pelo director Stephen Viljoen e pelo director executivo Andy Tudor, reúne a essência das corridas, através de um realismo baseado na riqueza das pistas, beleza dos automóveis e condições atmosféricas dinâmicas.
Se há uns meses pudemos ter um primeiro contacto com a nova empreitada da série, a partir de uma demonstração levada para o Winter Level Up que decorreu na Suécia, esta E3 tivemos sobretudo a confirmação da direcção apresentada naqueles dias frios, dada através de novas pistas, provas e veículos. PC2 é um jogo maduro, feito não só por pessoas apaixonadas pelo desporto motorizado mas com conhecimento, ao mesmo tempo que recebe as instruções dos consultores - pilotos verdadeiros - como é o caso de Ben "The Stig" Collins e Nicolas Hamilton.
Esta E3, um trio de simuladores emergiu. De PC2 a Forza Motorsport 7, passando por Gran Turismo Sport, a oferta é significativa e parece não falhar no que toca aos desígnios da simulação, podendo seguir no entanto caminhos diversos na forma de alcançar o melhor resultado. A vantagem do jogo apoiado pela Bandai Namco é a natureza multiplataformas, o que lhe confere um estatuto especial entre os fãs do racing, enquanto que GTS e FM7 são exclusivos e requerem um específico equipamento.
A competição estreita-se e neste particular tanto o Turn 10 como o Slightly Mad parecem responder melhor aos desafios, obstáculos e expectativas dos consumidores, embora não se deva menosprezar o desenvolvimento do jogo da Polyphony Digital, mesmo levando mais tempo até concluir o seu simulador.
Inclusão do Autódromo internacional do Algarve
Para Project Cars 2 a produtora está a desenvolver o maior roster de pistas criado para uma consola, com destaque para a presença do circuito internacional do Algarve, uma pista que é bem acolhida no seio dos pilotos, justamente pelas altimetrias e sequência de curvas rápidas que proporciona, sendo uma das mais entusiasmantes graças ao seu design e longa recta da meta.
A demonstração que a SMS levou até à E3 decompõe-se em 3 partes: uma corrida de ralicross, uma prova na Escócia e uma corrida de GT's no circuito internacional do Algarve. Uma das características de PC2 é precisamente a multidisciplinaridade, o que significa diferentes géneros de competição automobilística. O ralicross é uma modalidade muito popular, especialmente em Portugal, tendo o eurocircuito de Lousada recebido a competição oficial da FIA, embora mais recentemente a prova se tenha deslocado para Montalegre.
Neste tipo de provas, vários carros competem em simultâneo, ao longo de várias voltas, tendo todos que realizar uma "joker lap", uma passagem por um percurso alternativo, o que apimenta mais a classificação e torna a corrida mais emocionante para quem assiste. No jogo a pista proporciona um desafio sólido e as sensações são muito positivas. Os carros de rali apresentam tracção às 4 rodas e por isso uma melhor saída em curva, embora não seja de descurar a travagem e a colocação do veículo na posição certa.
Subir aos correctores, embater noutros veículos, derrapar um pouco para lá da trajectória ideal são consequências de uma abordagem feita com faca nos dentes. O realismo é moderado mas o suficiente para nos testar num primeiro contacto. A resposta do carro é boa e sobretudo a fluidez em termos gráficos torna a corrida mais interessante.
No circuito escocês mudamos de monta e passámos para um super veículo de estrada, o sempre impressionante McLaren 720S. Esta prova conta com veículos de idêntica performance, como Ferraris e alguns Mercedes topo de gama, mas o que separa esta prova da anterior é sobretudo a irregularidade do asfalto, uma vez que a pista se assemelha a um troço de estrada de utilização diária. Uma pista com altimetrias, cotovelos, zonas rápidas e algumas curvas cegas, desafiam a habilidade mesmo dos mais experimentados. O risco de uma abordagem mais despreocupada é constante e trama os mais aventureiros, ainda que cautelas sejam muitas vezes sinónimo de atrasos e perda de posições. Há que encontrar um bom compromisso e gerir a posição em pista da melhor forma.
Em termos de perspectiva, a posição do piloto, a partir do capacete, oferece mais dinamismo e uma observação bastante realista, com algum "blur" lateral quando se trava a fundo ou se prime o acelerador sem parcimónia. A mesma perspectiva produz uma idêntica sensação quando passámos a comandar o potente Ferrari 488 GT3, a partir de uma partida dada em movimento. Enquanto não surge o indicador verde nas luzes não é possível ultrapassar pelo que todo o cuidado é pouco. Depois da mudança de sinais pé na tábua. A corrida decorre ao fim da tarde, mas ao fim de algumas voltas cai a noite e depressa o circuito exibe a iluminação artificial, enquanto os bólides recorrem à sua fonte de iluminação para aclarar a pista. O circuito revela-se como um dos melhores, sendo uma adição em boa hora, que seguramente deixará muitos fãs satisfeitos.
Ciclo completo de 24 horas
A atenção ao pormenor e detalhe é grande em PC2, o que nos leva a ver modelos bonitos, bem desenhados e com uma descrição muito apurada. O ruído dos motores é igualmente fascinante, especialmente nas mudanças de caixa, com respostas bem audíveis e toda uma componente sonora envolvente bastante eficaz. A captura das pistas é muito eficaz, através de um sistema de "laser scan" que oferece mais precisão. Os pisos são variáveis: gelo, neve, asfalto e terra.
Mas o destaque vai para o live track 3.0, o novo sistema dinâmico que afecta permanentemente a performance dos carros através da mudança de condições atmosféricas em tempo real. Haverá um ciclo perfeito de 24 horas, desde que pretendam simular as 24 horas de Le Mans ou outra prova de resistência (poderão mudar a escala das 24 horas para períodos mais curtos). Em termos de marcas, o SMS garante marcas de elevada performance como Ferrari, Porsche, McLaren, etc.
O modo carreira foi completamente redefinido, assim como o online, estruturado quase como o modo carreira em rede, no qual o objectivo do jogador passa por atingir o estatuto de piloto de fábrica. Haverá objectivos da vida real, como ser tricampeão, terminar certas corridas no pódio ou conseguir um determinado número de poles). A física foi levada a um novo nível. O pneu reage de uma forma progressiva, o que significa que numa corrida será crucial garantir uma boa gestão dos pneus. Se forem muito agressivos nas primeiras voltas numa prova com um total de 5 é muito provável que cheguem ao fim a sentirem dificuldades de aderência, podendo perder posições.
Com base na demonstração apresentada na E3 parece-nos que o SMS consolida a experiência apresentada em Fevereiro. PC2 não é só um incrível compêndio sobre o mundo automóvel mas um simulador cada vez mais sólido e recheado de pormenores que tornam o desporto automóvel tão entusiasmante. Veremos como no final se conjugam todos estes atributos e de que forma uma corrida pode ser afectada pelas circunstâncias projectadas. A disputa pela pole position no quadro dos simuladores automóveis está quente, e no final os utilizadores ficam a ganhar.