Prototype 2 - Análise
James Heller fará de tudo para apanhar Alex Mercer.
Está à vista que Prototype 2 não é um jogo para pessoas sensíveis, os níveis de violência e gore são extremos. Quando Heller consome as suas vítimas suga as suas entranhas e deixa apenas os restos. A bio-bomb, que transforma uma pessoa numa bomba, é particularmente violenta. Quando explode, as suas entranhas transformam-se em tentáculos que amarram todos os objetos em redor (carros, destroços, etc) puxando-os para o centro e esmagando tudo o que estiver no raio de alcance.
Não há que enganar que Prototype 2 usa a formula e as bases estabelecidas pelo primeiro, e quem o jogou sentir-se-á imediatamente em casa. O que surpreende, é que apesar de acabar por se tornar repetitivo, não cansa. Há uma sede de poder que só fica saciada quando elevamos Heller ao nível máximo, o que implica completar a 100 porcento Prototype 2, um processo que dura sensivelmente 20 horas, contabilizando tanto as missões da estória e secundárias.
Sendo um sandbox, Prototype 2 aposta nos colecionáveis. As "landmark orbs" presentes em Prototype 2 desapareceram, e por boas razões, apanhá-las a todas era um pesadelo pela dificuldade em registar quais é que já tinham sido encontradas. Em Prototype 2 existem cassetes que revelam detalhes adicionais do enredo e que basta estarmos perto delas ativar um detetor que indica a que distância estão. Em adição, espalhados pela ilha de Manhattan existem os ninhos dos infetados e equipas especiais da Gentek que terão que encontrar e destruir.
Manhattan continua um local enorme para navegar, mesmo quando as capacidades locomotivas de Heller estão maximizadas. Graças a ligeiras melhorias no motor gráfico, a cidade apresenta um melhor aspeto em relação ao primeiro, porém, têm ainda as mesmas falhas. Todos os edifícios parecem iguais e apenas os arranha céus se destacam, devido à sua altura, mas pelo menos já não dão a sensação que são feitos de cartão.
Os gráficos nunca foram uma prioridade para Prototype, e isso ficou bem claro logo com o original, que dava primazia a uma cidade enorme, jogabilidade repleta de poderes e variada e muita destruição. Por isso, se Prototype não ficou conhecido por surpreender graficamente, é certo que este segundo segue o mesmo caminho. Mas como vão passar a maior parte do tempo a saltar de edifício em edifício ou a planar, ou a espalhar o caos e depois ser perseguido pelas forças armadas do exército ou Gentek, nem dão conta ou importância à falta de beleza da cidade.
Quem comprar Prototype 2 em primeira mão, receberá um código para aceder à Radnet (disponível em todas as unidades à venda em Portugal), um serviço que dá acesso a novos desafios e conteúdos, como uma skin para jogar na pele de Alex Mercer. Mais conteúdos serão adicionados no futuro, tendo sido prometidos 55 DLC para aqueles com acesso à Radnet. Em suma, esta é o medida semelhante ao Online Pass para encorajar a compra em primeira mão, só que em vez de limitar o acesso a conteúdos in-game, ou seja, prejudicar quem compra usado, privilegia quem paga o preço completo.
Não há mais para dizer sobre Prototype 2, é um jogo de pura irracionalidade que força em nós uma vontade inexplicável de destruir e a sensação que transmite enquanto jogámos é fantástica. Sim, é um jogo simples, sem muita profundidade ou marcante, contudo, é excelente no que faz.
Mas há que reconhecer que a Radical Entertainment teve um período de três anos para desenvolver Prototype 2, e com todo esse tempo, era esperado uma maior evolução maior em relação ao original. O lema "não mexas no que não está estragado" pode ser aplicado aqui, e passados três anos Prototype permanece um jogo explosivo e uma experiência como nenhuma outra.