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Puzzle and Dragons Z + Puzzle and Dragons Super Mario Bros. Edition - Análise

O poder das esferas!

Dois jogos com o mesmo sistema de jogo e mecânicas. Boa oferta em conteúdos mas que raramente revela a qualidade de outras produções.

Pressionado pelos accionistas e pela tendência de crescimento do mercado mobile, Satoru Iwata, chefe da Nintendo, acabou por anunciar, há breves meses, a entrada da Nintendo nesse mercado específico. O tempo dirá se os jogos produzidos pela gigante de Quioto para telemóveis e outros periféricos portáteis, em paralelo com as produções exclusivas para as consolas, terão alguma influência no padrão de qualidade dos seus jogos, que sempre se destacaram pelo polimento e por se apresentarem como experiências completas.

Ainda assim, avolumam-se questões: sobre a sucessora da Wii U, sobre que articulação haverá entre a NX, que Iwata já referiu vir a existir, sem nunca aludir a detalhes, sobre a próxima portátil e sobre a operação da plataforma agregará as consolas da Nintendo e dispositivos portáteis. Questões pertinentes, algumas com respostas para breve. À semelhança de tantos outros momentos de viragem, o trabalho está em prática há bastante tempo e não nos parece que qualquer decisão tenha sido tomada sem a devida ponderação ou tomada de um dia para o outro e sem sopesar muito bem todos os elementos da equação.

Facto é que, dentro de mais ano ou menos ano, veremos muitas das franquias da Nintendo chegarem ao telemóveis, dotadas de mecânicas específicas, quiçá simplificadas e com um grau maior de acessibilidade, em prol da grande audiência interessada na oferta para o mobile, boa parte dela oriunda de jogos de formato digital, jogos dentro da página web ou numa rede social. Os primeiros sinais estão aí, pelo que o desenvolvimento de Puzzle & Dragons Z + Puzzle & Dragons Super Mario Bros. Edition é uma forma de levar à portátil o sucesso garantido pela produtora GungHo Online, num 2 em 1 que pisca o olho aos fãs das franquias da Nintendo, enquanto leva o jogador casual e utilizador de jogos de smartphone e tablets eventualmente a querer experimentar esta oferta dupla.

Apanhar todos os dragões será uma tarefa para os perfeccionistas.

Indo directamente ao conteúdo, temos em análise dois jogos relativamente similares entre si, mas enquanto que Puzzle & Dragons Super Mario Bros edition é uma espécie de versao arcade, Puzzle & Dragons Z preenche o espaço com uma estrutura nos moldes de um jrpg. Para tal, os produtores construíram um mundo, um conjunto de personagens, uma narrativa e um núcleo de missões muito diferentes e diversificadas, ganhando com isto alguma equiparação com jogos como Pokémon ou até Inazuma Eleven, com toda uma vasta gama de cenários e masmorras que podemos livremente explorar, enfrentando monstros. Estas batalhas são decididas através do clássico alinhamento de esferas dentro de um quadro, ordenando linhas com 3 ou mais esferas em posição vertical ou horizontal. Se tivermos bastante sucesso e nos anteciparmos perante o turno dos rivais, poderemos causar uma combinação de dez ou mais linhas, aplicando um ataque devastador.

Porém, embora tenhamos uma história trabalhada e desenvolvida (por vezes os diálogos são demorados), está longe de se tornar memorável ou nos levar a querer saber mais. O mundo chama-se Draconia e, de um dia para o outro, os humanos e dragões deixaram de conviver pacificamente, por força de uma organização chamada Paradox, que terá desequilibrado o ecossistema. De masmorra em masmorra, percorrendo imensas áreas e diferentes cenários, o jogador terá que enfrentar uma miríade de diferentes criaturas, opondo-se aos mais resistentes e impiedosos bosses, em decisivas batalhas finais.

Este modelo de ataque baseado em puzzles, integrado num sistema de combate por turnos, possui uma ligação aos elementos como fogo, água, terra, entre outros, alguns só desbloqueados mais à frente, podendo até ser específicos de certas áreas. Importa referir que as personagens sobem de nível e melhoram as suas capacidades, conforme a categoria dos elementos, ao derrotarem os inimigos, podendo o jogador predefinir a sua equipa e um dragão que o assistirá durante o combate. Este papel não é menos relevante, nem pode ser menosprezado, sob pena de muitos ataques não surtirem o devido efeito diante dos inimigos.

Não há limites na criação da equipa.

Outra especificidade do jogo tem que ver com a possibilidade de integrarmos na equipa muitos dos nossos adversários, aumentando assim as possibilidades de expansão. Além disso, dentro da cidade onde desenvolvemos a nossa actividade, podemos fazer chocar ovos obtidos durante a progressão nas masmorras, obtendo dessa forma novas criaturas aliadas. Ainda que este mundo e arco narrativo nos dê uma cobertura típica de um jrpg, com imensas opções, diálogos, e áreas de exploração, nunca chega a ser tão grande e apaixonante como pode acontecer jrpg dedicado. Parece estar ali sobretudo para dar conteúdo e promover algo mais do que meras batalhas, umas sobre as outras, sem no entanto nunca conquistar verdadeiramente.

De certa maneira acabei por achar mais directa ao assunto e visualmente mais apelativa a versão Puzzle & Dragons: Super Mario Bros Edition, fortemente inspirada no ângulo Mario Bros., com músicas e cenários que rapidamente reconhecemos. O jogo não tem um mapa mundo, não se divide por territórios abertos à nossa exploração, antes dando seguimento aos níveis dentro de cada mapa, onde enfrentamos os inimigos mais tradicionais do Mushroom Kingdom. As regras que se aplicam em Puzzle & Dragons Z têm a maioria da sua validade nesta versão. É possível recrutar amigos no fim de um nível e podemos criar diferentes equipas.

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As grelhas de ataque também foram alteradas e em vez de esferas mágicas temos os típicos itens, como as flores que servem o fogo, as folhas, entre outros. Divididos por elementos, o jogador terá de criar linhas em conformidade com o elemento certo para vencer o adversário. O final do nível completa-se com uma batalha contra um boss.

Sem dúvida que o "pack" oferece bastante conteúdo (dois jogos num). Mas enquanto que outros jrpg's dedicados apresentam narrativas mais entusiasmantes e mundos apelativos, em Puzzle & Dragons Z essa construção é substancialmente genérica e desprovida de uma verdadeira conexão. Empresta um certo substracto e profundidade ao jogo, mas não concretiza com a mesma eficácia que vemos suceder noutros jogos. Depois, o sistema de combate é praticamente o mesmo de Puzzle & Dragons, sendo essencialmente uma importação do mercado mobile. A versão Super Mario Edition dirá algo mais aos fãs, mostrando-se sem substracto narrativo (sabe-se apenas que Bowser raptou a Peach) e talvez por isso mais fluida e focada nos combates. Não é um Pokémon, nem um Super Mario RPG, mas é claramente um jogo para uma audiência mais casual.

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