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Quando New Super Mario Bros. contribuiu para a Nintendo DS chegar ao céu

10 anos depois jogamos o título mais vendido para a DS, na Wii U.

Até 2004, a Game Boy original era a consola mais importante da Nintendo. Um sucesso entre as portáteis e um êxito de vendas. Seguiu-se a Game Boy Advance (GBA) que não logrou os mesmos resultados, não obstante as diversas edições, entre as quais uma consola com retro iluminação e um modelo tão pequeno, tão pequeno que passava despercebido no bolso da camisa ou das calças (GBA Micro). Com o lançamento da Nintendo DS, em 2004, as coisas mudaram. Apostando num revolucionário ecrã duplo sendo um deles táctil, a Nintendo abriu caminho a novos jogos até então quase impensáveis e inexistentes. Nos "smartphones" o ecrã táctil estava longe de conquistar audiências. Gradualmente, a Nintendo massificou uma tecnologia revolucionária em forma de portátil e que trouxe para cima da mesa jogos como Nintendogs ou Brain Training, conquistando novas audiências, no fundo a receita para o sucesso.

Antes do lançamento da DS, sob a égide de Satoru Iwata, o anterior presidente da Nintendo, Hiroshi Yamauchi encarou a DS como uma consola que levaria a Nintendo ao céu, caso fosse bem sucedida, ou ao inferno, caso tudo corresse mal. Após um período algo amargo causado pelas vendas pouco suficientes da GameCube, a DS era quase como um tudo ou nada. O modelo do lançamento "phat" da Nintendo DS, em 2004 no Japão e no ano seguinte na Europa correu bem e ao fim de um ano a Nintendo procedeu à revisão da consola, oferecendo um novo modelo, denominado Lite, mais estilizado, com melhor ecrã e retrocompatibilidade com os cartuchos da GBA. A Nintendo DS imprimiu ainda mais dinheiro para a gigante de Quioto e com mais algumas revisões até ao fim de ciclo com o lançamento da Nintendo 3DS em Março de 2011, todos os modelos DS contribuiram para um número acima dos 150 milhões de consolas, quase um seguro de vida para a companhia.

A edição de Março de 2006, da popular revista de videojogos britânica - EDGE - trouxe como tema de capa justamente a chegada da Nintendo DS Lite e como a mesma contribuiu para a revolução.

Apesar dos jogos mais acessíveis e baseados no ecrã táctil, como Nintendogs ou Brain Training, o jogo mais vendido para a consola é New Super Mario Bros., com mais de 30 milhões de unidades enviadas para a casa dos jogadores. Ainda que adaptado ao ecrã táctil da DS, dotado de mini jogos que tiram partido desse ecrã e apto para troca de dados através da funcionalidade sem fios, é um jogo mais tradicional, na linha dos clássicos da NES, nomeadamente a série 2D Super Mario Bros e World, da qual é legatário.

O sucesso de New Super Mario Bros não é inesperado. Os jogos da série Super Mario em 2D sempre foram grandes êxitos, sobretudo no Japão, superando mesmo as produções 3D da EAD Tóquio, equipa liderada por Yoshiaki Koizume. A isso acresce a ausência de um novo jogo da série. Exceptuando Super Mario World e Yoshi's Island, era preciso recuar até 1990, à estreia de Super Mario Bros. 3. New Super Mario Bros apresenta o mesmo conceito dos clássicos, mantendo a perspectiva 2D, embora com grafismo tridimensional. O mapa mundo é quase o mesmo dos originais e o existem diversos mundos para percorrer, com áreas secretas, saídas opcionais, tesouros e desbloqueáveis, factores que sempre contribuíram para o carisma da série, para lá da jogabilidade concisa e sólida. Faltando-lhe a alta resolução dos títulos mais recentes, New Super Mario Bros mantém intacto o bom desafio de plataformas. Não será o jogo mais notável dentro do segmento e não é tão carismático e desafiante como Super Mario Bros 3 (é claramente mais acessível), mas ainda agora uma experiência agradável. Aliás, este jogo foi uma das razões pelas quais comprei o modelo Nintendo DS Lite (branco). Agora está disponível na eShop da Wii U, por 10 euros, podendo ser jogado como um título de consola doméstica. Deixámos aqui um vídeo de 7 minutos contendo as nossas impressões, bem como algumas funcionalidades dos jogos DS a operar na Wii U.

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