R.U.S.E.
Guerra de bastidores.
O jogo de estratégia em tempo real da Eugen Systems apresenta, logo de caras, uma novidade que o destaca de outros – a vontade de querer mostrar ao jogador que este nada mais é do que o senhor da guerra em que participa. Daí os trailers apresentados numa fase inicial. Daí a possibilidade de ser jogado em ecrãs de toque ou a compatibilidade com o PlayStation Move. O outro principal atractivo é a guerra de bastidores que lhe dá uma série de novas possibilidades em combate – falo dos RUSEs e Decoys. Mas será que tudo isto resulta?
RUSE coloca o jogador no centro de acontecimentos que dizem respeito à Segunda Grande Guerra, levando o jogador a comandar tropas por entre cenários como África, Europa e Rússia. O modo campanha pode ser jogado em 3 dificuldade distintas, sendo que ao invés de apresentar um tutorial específico a todas as funcionalidades no início do jogo, estas são ensinadas e assimiladas ao longo de todo o jogo de uma forma progressiva.
Mas isto faz com que por vezes a campanha mais parece um enorme tutorial. O jogador começa por aprender uma série de movimentações básicas e, com o desenrolar das missões, novas possibilidades vão sendo apresentadas. Tudo isto acontece de uma forma exponencial – se ao início pouco mais terão do que um pequeno batalhão e um punhado de tanques, lá mais para a frente terão a possibilidade de criar um exército de sonho. O problema é que tudo isto segue um ritmo demasiado lento, quase como se a cada missão fosse apresentado um novo veículo, virando depois o ênfase para a explicação das suas possibilidades em combate. Ainda que útil, é uma forma que se tende a repetir até à exaustão. Embora numa fase final o jogador já tenha total controle sob a forma como deseja abraçar o cenário de guerra, tudo isto leva demasiado tempo a conseguir.
Por outro lado as missões também não conseguem apresentar argumentos suficientes para que se diferenciem umas das outras. O jogo acaba até por ser mais desafiante numa fase inicial, em que vos são impostas as unidades de combate, do que propriamente quando as podem escolher. Não é que seja mais fácil, o problema é que a certa altura o combate se irá desenvolver praticamente da mesma forma, sendo o posicionamento do inimigo em campo o único factor de variação.
Entre cada missão são apresentadas uma série de Cut-scenes nas quais são apresentados novos dados para a percepção do enredo do jogo. Facto é que as mesmas pouco têm a ver com o que se passa no campo de batalha, e por vezes parecem até desnecessárias. Seguem os acontecimentos do jogo perante o ponto de vista do Major Sheridan da facção americana e mostrando ainda cenas das demais facções.
Mas mesmo que por vezes não pareçam fazer muita falta, a qualidade visual das mesmas proporciona uma agradável experiência e a actuação vocal dos intervenientes em toda a acção, quer em jogo ou nas sequência de vídeo, é simplesmente arrebatadora. RUSE baseia-se na premissa de que o comandante que controla o exército está a mover as suas tropas num tabuleiro, enquanto os batalhões são representados por peças. Quase como se fosse um tabuleiro de Xadrez. No entanto, o cenário é real segundo o ponto de vista do jogador, ainda que se puxarem o zoom para trás irão conseguir sempre ver o tabuleiro no centro do escritório.