Rabbids Go Home
Os coelhos malucos estão de volta.
Depois do papel pouco importante em Rayman e após a sua estreia nos mini jogos com Rayman Ravins Rabbids, a Ubisoft trás de volta os famosos coelhos numa nova aventura sob o nome de “Rabbids Go Home”, agora com uma aventura a solo, num jogo divertido, cheio de bom humor, em exclusivo para as consolas da Nintendo.
Para aqueles que já conhecem as personagens sabem que eles devem muito à inteligência, podemos mesmo considerar que sejam um pouco limitados. Seja como for, a única intenção que eles têm é chegar à Lua (aquela que intitulam como a sua “CASA”), de preferência o mais rapidamente possível. Agora a pergunta que se põe é como? A solução encontrada foi usar um carrinho de compras para poder recolher o maior número de objectos que podem ir desde fatias de pizza, vestuário, animais, até mesmo bebidas, qualquer coisa que lhes apareça à frente de forma a criar uma montanha de lixo com milhares de quilómetros para chegar ao satélite. Simples, não?
Todos os apreciadores de Rabbids sabem que o conceito por detrás do jogo não inclui uma história intrigante que faça o jogador ficar colado ao ecrã até ao final, que crie o famoso vicio, contudo não deixa de ser atraente de forma a criar uma curiosidade que aumente a vontade de saber sobre o que irá aparecer no nível seguinte.
Rabbids sempre foi sinónimo de mini jogos, no entanto com esta sequela a Ubisoft tentou criar novos conceitos para tentar manter a franquia dos jogos anteriores, mas ao mesmo tempo concentrou-se sobre estes animais alienados alterando o estilo de jogo. O resultado não podia ser melhor, temos à nossa inteira disposição dois coelhos que têm como preocupação base recolher o maior número de lixo por forma a construir uma escada que os fará chegar ao céu.
Rabbids Go Home decorre no planeta terra, o habitat natural dos seres humanos, seres estes que não têm muita empatia por estes animais (coelhos), o que levará a situações complicadas. Ao longo das 40 missões recheadas de frenéticas corridas por diversas plataformas, onde haverá seres humanos que no início são passivos mas que ao longo da evolução do jogo se vão tornando mais ferozes, e também cães raivosos que nos obrigarão a andar a fugir como loucos para conseguir evitar os seus dentes. Com o evoluir das fases nota-se uma melhoria nos obstáculos, rampas, salto e na quantidade de inimigos. Os humanos chegam mesmo a usar os cães num ataque agressivo ou até mesmo lançando bombas.
Com uma estrutura baseada em níveis curtos, que fornecem diferentes tipos de jogabilidade, o objectivo de cada fase é recolher o maior número de objectos no menor tempo possível. Por cada nível há cerca de 1000 pontos sendo que os objectos grandes podem valer 600 pontos, os restantes 400 estão divididos pelos pequenos objectos que encontramos pelo caminho. Para ajudar, podemos atordoar os inimigos, partir objectos e pôr os seres humanos nus, basta abanar o comando que fará os coelhos emitirem gritos.
De cada vez que passámos para o nível seguinte, essa mudança é feita pelos corredores de um esgoto onde deslizamos sobre resíduos tóxicos nos canos que nos levam ao próximo patamar. Alem do modo aventura, que não é muito vasto, o Rabbids Go Home inclui outras características de forma a aumentar a diversão do jogador, como o modo cooperativo que nos níveis mais difíceis ter uma segunda ajuda da sempre jeito.
Pondo de parte a jogabilidade, Rabbids permite-nos criar o nosso próprio coelho, lançando-o como protagonista na aventura. Podemos mudar a sua cor de branco clássico até ao mais sofisticado, colocar tatuagens, modificar os olhos, boca e até dar um ar mais divertido e sofisticado ao coelho. Em virtude do sistema de detecção de movimentos da Nintendo ser muito fácil, a criação das personagens torna-se muito simples e rápida, por isso o jogador não passara horas a fio a queimar neurónios para terminar um animal, tal como em outros jogos.
O grafismo do jogo foi revisado para dar um ar muito mais refinado e consistente com muita estabilidade e cor, o que infelizmente não tiveram seus antecessores, dando assim o ritmo que um jogo com esta abordagem merece. Assim, temos um jogo que embora não tenha as características típicas dos detalhes realistas, usadas em alta definição e nos jogos da nova geração, a representação do planeta Terra foi apresentada da melhor maneira possível dentro do contexto.
A diversidade de cenários é muito alta, muito por causa do roteiro das visitas, das aventuras nos escritórios, ou nos supermercados, e até mesmo nas planícies do deserto do centro da cidade, com tudo o que isso implica de automóveis, multidões, mobiliário, etc. Alguns detalhes poderiam ter sido mais trabalhados, como por exemplos os efeitos de algumas explosões, mas o cenário global é bastante original.
Pode dizer-se sem dúvida que os sons dos coelhos embora com uma linguagem incompreensível a priori pelos jogadores, graças a linguagem não verbal ao mesmo tempo faz florescer um sorriso de orelha a orelha na nossa cara devido a sua simplicidade e humor. Por outro lado a trilha sonora é dinâmica reflectindo a acção que decorre no ecrã, como a música que soa quando a acção é mais frenética, quando acabamos um nível ou quando as personagens estão mais eufóricas, por outro lado a música que aparece em certas zonas mais tranquilas acaba por estragar o ambiente. Com Rabbids Go Home pode dizer-se que a franquia dos jogos com coelhos não estagnou em termos de conceito, pelo contrario faz-nos relembrar as suas raízes iniciais, mas com uma nova aventura muito mais divertida onde o riso é incontrolável.