Rainbow Six: Siege - Antevisão
A tática da ação sem piedade.
Rainbow Six: Siege foi uma das grandes surpresas na conferência da Ubisoft. Ninguém, apesar de alguns esperarem há anos por um jogo da série, estaria à espera que nesta E3 pudéssemos ver o novo jogo Rainbow Six. Depois de um Patriots a levar o conceito para uma maior aproximação do jogo a embates mais de ação, não deixando de lado a tática furtiva, a Ubisoft renova a série num subtítulo Siege que deixa muitas boas indicações após esta E3.
Em produção nos estúdios da Ubisoft Montreal, Rainbow Six: Siege traz para o portfólio da companhia mais um jogo na primeira pessoa, acompanhado neste último aspeto por Far Cry. Na apresentação à porta fechada a que tivemos acesso o estúdio mostrou as duas vertentes de ação disponíveis, onde temos as forças especiais Rainbow de um lado e os inimigos doutro. Foi referido que a produção do jogo teve desde o seu início o foco em primeiro lugar no multijogador. Rainbow Six: Siege é para ser jogado com companhia, mas digamos que seja muito bem organizada.
Uma das novidades apresentadas está relacionada com o planeamento de cada embate. Ou seja, quer o inimigo, quer as forças especiais terão um tempo para preparar o confronto. Foi explicado que existe uma barreira que separa estas duas fações, e essa barreira é o mais importante no jogo. A barreira separa a ação, separa o confronto, e como podemos ultrapassar? Ou como podemos a segurar? São dois lados opostos mas que lutam pelo mesmo objetivo, ganhar a batalha e controlar o "cerco".
Assim temos um tempo limite para podermos planear o ataque, ou defesa, dependendo qual o lado escolhido. Na demo apresentada pudemos ver as duas situações, sendo que numa ganharam os Rainbows e noutra os inimigos. A missão principal era um resgate de uma refém das mãos de terroristas. Assim temos um confronto de 5vs5, com tempo limite de 18 minutos, durante seis rondas. No lado dos Rainbows a equipa optou por usar carros/drones terrestres telecomandados para entrar dentro da casa e vistoriar todos os cantos, quais as lacunas dos inimigos, onde eles tinham as portas bloqueadas, onde estavam e por onde seria o melhor ataque. Em toda a missão os Rainbows poderão falar entre si, comandar e delinear a melhor forma de conseguirem resgatar a refém.
Já do lado dos inimigos o tempo foi gasto para poderem organizar as posições de defesa, onde colocar os bloqueios de parede, uns tipos de persianas que são cravadas nas portas. Esses mesmos bloqueios poderão ser usados em janelas e em simples paredes, apenas para as fortalecer contra as bombas. Podemos também levantar barreiras físicas de metal, para uma melhor cobertura. Ou seja, tudo preparado para aguentar o embate com os Rainbows.
Rainbow Six: Siege é extremamente tático, e vencerá quem tiver a melhor estratégia e for melhor organizado. Sendo um jogo virado para o multijogador, dependerá muito da organização dos jogadores. Sabemos que muitas equipas profissionais são organizadas em outros FPS, como em Call of Duty e mesmo Battlefield. Mas num jogo apenas virado para o multijogador, pelo menos na sua gênese, como se sentirá um mero jogador que apenas se quer divertir um pouco e não estar a decorar estratégias e obedecer rigidamente ao seu papel? Poderão dizer que esse não é jogador de Rainbow Six, e se calhar é verdade, e por isso esta nova formula dependerá muito da sua comunidade.
Outro ponto que poderá afastar os mais casuais é a opção tomada pelo estúdio de criar o efeito "um tiro uma morte". Em Rainbow Six: Siege não esperem levar com tiros e continuar a lutar. É claro que o tipo de proteção e armadura que tivermos ajudará a aguentar os embates, mas o mais certo é morrermos com um tiro. E não se esqueçam, não existem respawns. O máximo que iremos poder fazer após morrer é controlar um drone e ajudar os nossos colegas, mas que também pode ser destruído.
A demo vista na E3 apresentava já uma enorme solidez no gameplay e em termos sonoros e gráficos. Decorria de noite e tínhamos a ação circunscrita a uma casa, onde os Rainbows estavam do lado de fora no jardim, perto dos carros blindados a preparar o ataque. O armamento dos Rainbows é, como seria de esperar, mais poderoso e diversificado. Podemos esperar diversos tipos de armas, bem como armamento mais pesado como bombas para destruir por completo uma parede.
A destruição é outra das principais características mais importantes em Rainbow Six: Siege. O estúdio comentou que a destruição faz parte da estratégia, pois é pelo seu uso que muitas vitórias serão conseguidas. Se assim o dizem assim o fizeram. A capacidade de destruição é enorme e o que antes era uma casa toda direita passa em poucos minutos para um ambiente de guerra, onde a destruição está por toda a parte. Podemos rebentar paredes inteiras com bombas, chãos, janelas ou apenas parte com tiros certeiros. Precisam de um buraco numa parece para poderem ter uma melhor visão de defesa? Então toca a disparar para fazer o buraco.
Apesar de ser um local muito controlado e fechado, a nível gráfico está ainda longe de jogos da Ubisoft, tais como The Division e Far Cry 4. Este facto é ainda mais relevante quando sabemos que os dois dois jogos da Ubisoft passam-se num mundo mais aberto, com centenas de metros pela frente para serem explorados. Isto não quer dizer que o mundo de Rainbow Six: Siege não seja detalhado e com excelentes efeitos visuais, pelo contrário. Julgo que depende muito da direção artística que o Ubisoft Montreal está a dar ao jogo.
Rainbow Six: Siege é mais um jogo para o já chamado de "caótico ano 2015", e será interessante vermos qual a sua evolução até o lançamento. Por saber ficou também que tipo de missões iremos ter no jogo final, se iremos poder contar com ambientes maiores, situações mais trágicas, como por exemplo um recinto inteiro como aeroporto sob controlo inimigo.