CEO da Gearbox acusado de receber um bónus de $12 milhões em segredo e de posse de pornografia infantil
Companhia diz que as alegações são "absurdas".
Randy Pitchford, CEO da Gearbox, está envolvido num imbróglio com o ex-conselheiro legal da companhia com acusações de quebra de contractos, apropriação indevida de fundos e ainda alegações de posse de pornografia infantil.
Wade Callender, advogado da Gearbox entre 2010 e 2018, alega que Pitchford realizou um "negócio lateral" com a 2K Games para assegurar um "Bónus executivo secreto e pessoal" de $12 milhões. O ex-advogado diz ainda que devido a este acordo lateral foi contado como pagamentos adiantados em prémios que pertenciam aos funcionários da Gearbox - que não receberam este dinheiro enquanto não pagarem os bónus de Randy.
O Kotaku, que avançou a história, diz ainda que tudo começou quando a Gearbox procesou Callender (amigo pessoal de Pitchford há mais de 40 anos) por não pagar dinheiro que pediu emprestado e ainda $300,000 dólares para ajudar a comprar uma nova casa.
A Gearbox alega que Callender "destruiu intencionalmente o acordo escrito de empréstimo imobiliário, uma prova que danificaria qualquer potencial defesa pessoal no caso.".
O ex-advogado é ainda acusado de de usar o cartão de crédito da companhia em compras não aprovadas, "incluindo férias em família, subscrições em clubes de armas e acessórios para armas de fogo e para tentar obter abdominais tonificados."
Callender respondeu com um processo, no qual acusa Pitchford de quebrar os seus deveres e de explorar os funcionários da Gearbox para proveito pessoa. Segundo esta acusação, Pitchford quebrou o contracto de emprego com Callender e ainda um outro relacionado com a compra de uma propriedade em nome dos dois.
Pitchford, diz a queixa, é um "CEO manipulador e moralmente falido que sem qualquer vergonha explorou o seu amigo mais antigo, um advogado do Texas e veterano do exército chamado Wade Callender."
As alegações de Callender tornam-se ainda mais sérias quando fala de um incidente relacionado com pornografia infantil. Segundo alega, Pitchford esqueceu-se de uma pen USB com informação altamente sensível (detalhes dos funcionários da Gearbox, planos de desenvolvimento, parceiras de negócio e etc.) num restaurante no Texas.
No entanto, Callender alega algo ainda mais sombrio, alega que a pen incluía "a colecção pessoal de pornografia 'infantil' de Randy Pitchford".
Tal como relembrado pelo arstechnica, o próprio Pitchford já tinha falado sobre este incidente com a pen USB num podcast após Callender ter apresentado a sua queixa.
Pitchford explica que um funcionário do restaurante devolveu a pen e "também descobriu a pornografia". Pitchford diz que é por pouco, mas a pornografia é legal pois a mulher tinha 18 anos. Segundo diz, a pena apenas continua uma imagem e que o dispositivo foi verificado pelo assistente executivo enquanto ele estava de férias. "Antes que o soubesse, todo o escritório já a tinha visto."
Callender alega ainda que Pitchford usou dinheiro da Gearbox para financiar festas privadas, nas quais "homens adultos se exibiam a menores, o que divertia Randy Pitchford".
Um porta-voz da Gearbox reagiu ao Kotaku e diz que "as alegações feitas por um ex-funcionário irritado são absurdas, sem base na realidade ou na lei. Estamos ansiosos por responder ao seu processo sem mérito no tribunal e não temos nada mais a comentar de momento."
Mais tarde, a Gearbox partilhou um comunicado com o Kotaku onde diz que vai processar o ex-advogado da companhia pelas falsas acusações que apresentou e por apresentar acusações que sabia serem falsas, algo que a lei do Texas não permite.
A Gearbox diz que Callender tenta soar inteligente e pertinente com termos judiciais, mas trai os seus próprios interesses e revela que está a tentar criar algo baseado em mentias. A companhia diz que está a usar mentiras para dar força à sua defesa e promove uma narrativa que é falsa.
Pitchford também respondeu através do Twitter, dizendo que, "os ataques feitos pelo meu ex-amigo e colega não têm base na realidade ou lei. Ele está simplesmente a tentar extorquir-me dinheiro. Sabemos que vamos vencer, mas como os processos estão pendentes, não posso comentar tanto quanto gostaria. Estou chocado com as suas mentiras. Obrigado pelo amor e apoio."
Numa segunda mensagem, adicionou que, "enquanto pai, considero especialmente repugnantes os crimes contra crianças. É muito doloroso que um ex-amigo e colega minta para me tentar associar a um comportamento tão horrível na sua gananciosa perseguição por dinheiro."
Pitchford concluiu dizendo que, "consoante o dia avança, estou a descobrir quem são os meus amigos. Obrigado pelo vosso apoio e suporte. Estou a tentar focar-me no meu trabalho e confio que a verdade e a justiça vão prevalecer nos tribunais."