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Ratchet and Clank: Into the Nexus - Antevisão

Um clássico no fecho da geração.

Estou longe de ser um fã de Ratchet & Clank, mas sei perfeitamente que a série da Insomniac tem perdido fulgor durante a ainda atual geração de consolas. Não sei se isso se deveu a uma estagnação do próprio género de plataformas 3D, ou se foram algumas más decisões na direção dos últimos jogos, mas basta um olhar rápido pela opinião da crítica especializada, para perceber que os últimos títulos estiveram longe dos tempos áureos na PlayStation 2.

Neste sentido, uma das boas notícias deste Into the Nexus é o facto de tencionar ser um regresso às origens, ao que fez de Ratchet & Clank um sucesso, às mirabolantes armas que ultrapassavam a nossa compreensão e ao tom leve e humorístico, acompanhado de uma jogabilidade exigente e progressiva.

O jogo parece ter abandonado por completo o elemento de "tower defense" que foi introduzido no Full Frontal Assault, mas como sempre, terá um toque particular, focado na utilização da gravidade para a navegação e para os puzzles, também eles uma marca da série.

No que diz respeito aos eventos, Into the Nexus regressa ao lado pessoal da vida de Ratchet, enquanto epílogo para o que conhecemos como a "Future Saga". Teve o envolvimento do escritor Todd Fixman, e terá uma ligação às decisões tomadas por Ratchet em A Crack in Time. De acordo com a Sony não será tão extenso como alguns dos títulos principais da série, mas ainda assim é o maior Ratchet & Clank disponível por download e um jogo novidade de "meio preço".

Antes de começar a explorar os planetas, Ratchet e Clank encontram-se encarregues de escoltar Vendra Prog até ao Vartax Detention Center, dentro de uma nave espacial. O primeiro segmento é passado exatamente no interior da nave, mas rapidamente as coisas correm pelo pior e somos levados ao exterior em pleno espaço. É durante estes momentos que medimos a excelente fluidez dos controlos, e que exploramos pela primeira vez a mecânica da gravidade aliada à navegação.

A gravidade no espaço é obviamente inexistente, mas mesmo dentro da nave, Vendra consegue instalar o caos colocando-nos a planar, e forçando-nos a utilizar as capacidades especiais das botas de Ratchet para se colarem a um tipo de superfície específica. Assim, a navegação nestes momentos é passada com Ratchet e Clank saltando de plataforma em plataforma, ora nos telhados ou nas paredes da nave.

O irmão de Vendra, Neftin Prog aparece para se juntar à festa, levando os nossos camaradas a ficar perdidos na galáxia, mais concretamente no planeta Yerek. Aqui encontrarão já algumas respostas que não interessa explorar numa antevisão, até porque a identidade e motivações dos antagonistas serão um dos temas principais a desvendar no jogo.

"É um regresso às origens, ao que fez de Ratchet & Clank um sucesso"

Algo que requer a nossa melhor atenção são os "Rifts", portais que abrem caminhos para explorar outras zonas da galáxia, e cujo acesso está limitado apenas a alguém do tamanho de Clank. A jogabilidade no interior destas fendas, também conhecidas por Netherverse, funciona em side-scrolling, mas também aqui a gravidade se comporta de modo particular. Basicamente esta pode assumir qualquer direção ao nosso comando, e o objectivo passa por conseguir ultrapassar um circuito de obstáculos com Clank, antes que um monstro cor-de-rosa o apanhe.

O "feel" dos controlos é extremamente agradável, tanto nestes segmentos como durante a aventura normal quando controlamos Ratchet. Partir os elementos dos cenários e colecionar bolts é tão divertido e natural como sempre foi, e até apontar não revela grande dificuldade. Não quero com isto dizer que é um jogo fácil, muito pelo contrário, Into the Nexus é exigente, pelo menos daquilo que pude ver. A iteração ainda poderá sofrer alguns ajustes antes da versão final, mas espero sinceramente que continue assim.

A câmara em particular, que pode facilmente arruinar a experiência de um jogo de plataformas em 3D, tem um tempo de resposta e um controlo muito precisos, este seria um dos maiores desafios se nos lembrarmos da importância da gravidade no gameplay. Digamos que a jogabilidade me pereceu já bastante polida, particamente pronta para o dia de lançamento.

"Partir os elementos dos cenários e colecionar bolts é tão divertido e natural como sempre foi"

Uma palavra sobre as armas e gadgets, que são de longe um dos elementos centrais não apenas do combate, mas da interação com o cenário, existem como sempre para quase todos os gostos, granadas, "blasters", uma forma de colocar um "decoy" no chão mas o destaque vai mesmo para a "Winterizer", uma arma que assume a forma de um raio constante, como um feixe de luz, que imobiliza os inimigos e os transforma em decoração de natal, enquanto nos presenteia com música típica desse momento do ano, hilariante.

Ratchet vai subindo de nível ao longo da ação, mas a utilização de cada arma tem também o seu próprio sistema de progressão associado, e com ele, o acesso a novas capacidades através da utilização do Raritanium. Os gold bolts continuam a servir para atingir a Omega Weapon, que assumo serão as armas mais poderosas do jogo, e poderão ser utilizadas no modo challenge.

Esteticamente, o estilo animado cheio de cores e brilho será exatamente o que os fãs esperam de um Ratchet & Clank, os cenários variam completamente em termos de tema, vegetação e zonas em ruínas, áreas cavernosas, e claro, a tal nave espacial inicial em pleno espaço. Pareceu precisar de algum polimento a nível de texturas, nota-se um certo efeito escada em certos modelos, mas ainda é cedo para julgamentos.

Algo que serve de motivo para o regozijo dos fãs é a inclusão das arenas que prometem trazer os seus próprios monstros e recompensas com vagas para defrontar e medalhas para conquistar. Promete por isso trazer todos os elementos que se tornaram favoritos dos jogadores ao longo da história da série para uma despedida em grande da atual geração, e quem sabe abrir caminho para uma nova saga de Ratchet & Clank, cá estaremos para o receber.

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