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Rayman: Origins - Análise

Par perfeito.

Rayman: Origins foi sem dúvida um dos jogos mais peculiares a surgir na reta final do ano passado. Chegou às consolas de alta definição nas quais foi visto com grande agrado, foi recebido aqui na Eurogamer Portugal com um estrondoso 9/10, e agora chega como título de lançamento na PlayStation Vita.

Rayman nunca foi propriamente um das minhas séries de eleição, mas este mais recente jogo foi mesmo impossível de resistir e foi um dos jogos que mais interesse tive em ver a correr na Vita. Chegada à hora de o poder fazer, foi também a hora de verificar se os seus trunfos se mantinham na portátil e se todos os elementos pelos quais foi aclamado transitaram com o efeito desejado e pretendido. Rayman: Origins foi uma cartada magistral por parte da Ubisoft na revitalização de uma série que poderia cair no esquecimento ou na banalidade,o mas será que a experiência poderia ser recriada na Vita?

O estúdio da Ubisoft responsável pelo jogo, liderado por Michel Ancel, decidiu que a série precisava de voltar às suas origens enquanto side-scroller e pelo caminho combinou tal linha de pensamento com um novo motor gráfico. A combinação de nova gameplay com os seus visuais foi o responsável pela operação de charme e encanto levada a cabo durante a promoção do jogo e atualmente o produto da Ubisoft goza de uma personalidade distinta e só sua, apesar de pedir emprestada muita da sua personalidade.

Rayman: Origins tem início numa bela terra encantada na qual o protagonista, o atrevido personagem sem pernas e braços, dorme e sonha descansado. Pelo meio vai comendo quase de forma automática mas é tudo parte da bela vida. Neste mundo conhecido como Glade of Dreams, algo terrível acontece quando são libertadas criaturas maléficas nesta pacífica realidade e capturam os fofos Electoons, assim como Betilla e as suas irmãs. Rayman terá então que viajar pelas várias terras da Glade para libertar os Electoons e as irmãs para restaurar a paz e o seu estilo de vida.

Desde logo nos apercebemos que Origins quer manter uma personalidade cool, relaxada e descontraída, completada com uma dose de bom humor. Tudo isto resulta numa combinação de ambiente fofo mas com humor inteligente e funciona bem. Especialmente devido ao design dos níveis e ao estilo de arte adotado para o jogo que se tornam referências para qualquer um que o vá jogar e a componente visual é mesmo uma das, senão a maior, características que marca Rayman: Origins.

Antes de passar-mos para a gameplay, primeiro há que falar dos visuais e do design pois vão ser dos principais responsáveis pelo vosso desfrutar da experiência. Graças ao UbiArt Framework, novo motor de jogo, Origins consegue ter um visual de desenho animado desenhado à mão onde tudo é altamente colorido e lindo de ver. Com vários locais, divididos por vários níveis, para visitar, vamos conhecer diferentes ambientes, diferentes paisagens e cenários que parecem todos saídos dos mais encantadores filmes de animação e pensar que estamos a jogar é simplesmente espantoso.

Na passagem para a Vita os visuais não parecem ter perdido qualquer ponta do seu esplendor e parece mesmo que estamos a jogar uma das versões em alta definição, exceto que agora num pequeno mas imponente ecrã. É até interessante dar Origins na Vita a jogar a qualquer pessoa, mesmo que não seja jogador, que esta vai imediatamente reparar e elogiar os seus visuais. Não se pode separar a experiência de jogo aqui presente do impacto que os visuais têm no jogador e tal é completamente merecedor e justificado, Rayman: Origins brilha na Vita como uma bela e quente tarde de Primavera.

Munidos com um visual que nos faz acreditar estarmos numa encantada terra saída de uma animação, Origins vai-nos pedir para ao longo de vários níveis (divididos por espécies de salas cujas entradas servem como checkpoints) salvar os Electoons presos nessa terra específica, desta Glade of Dreams. O objetivo principal é muito mais do que terminar o nível, é recolher os Lumis (espalhados pelos cenários ou ao derrotar inimigos), recolher objetos extra, e resolver puzzles em salas secretas, para ao atingir um determinado número de Lumis recolhidos obter um Electoon.

"Rayman: Origins pede um pouco emprestado aos melhores clássicos do side-scrolling 2D."

Estes Electoons vão-nos permitir aceder ao último nível de cada local, que é feito nas costas de um mosquito e jogado não como um side-scroller em 2D como o resto mas sim como se fosse um shooter side-scroller. Rayman vai correr e saltar pelos níveis, se quiser fazer mais como soquear, pontapear, planar ou correr pelas paredes, vai ter que salvar as irmãs para que estas lhes deem novas habilidades. Com o obter de novas e com o avançar no jogo a apresentar níveis mais longos e exigentes entramos no que pode ser descrito quase como uma aventura mágica na qual o ritmo é o ponto fulcral.

Rayman: Origins pede um pouco emprestado aos melhores clássicos do side-scrolling 2D e se de Sonic vai buscar o salvamento de pequenas criaturas, a recolha do que poderia ser comparado a anéis ou até moedas de Super Mario e ainda uma mecânica de jogo na qual Rayman morre com um único toque ou ataque do inimigo. Para evitar isto Rayman tem que recolher corações que lhe servem como um escudo único, quase como os anéis que mantém Sonic vivo na sua série.