Rayman Origins
Belo mas difícil.
Pegar em Rayman Origins é como pegar numa parte da história dos videojogos. Não só porque a personagem é uma das mais representativas da marca francesa, a Ubisoft, mas também porque volta a colocar-nos perante desafios que não esperávamos encontrar num jogo de plataformas em side-scroll 2D atual.
Rayman é uma personagem super interessante. Não apenas pelo seu aspeto cartoon, mas também pela forma maluca que se movimenta, ataca e comemora os feitos conseguidos. Aliás, nada melhor que descrever o jogo como um conjunto de malucos que andam à paulada, isto sempre com desafios interessantes. Neste novo jogo podemos juntar-nos com mais três amigos e jogar cada um com uma personagem. Conforme vamos avançando na campanha do jogo, iremos desbloquear novas e estranhas personagens.
Como muitos devem saber, Rayman não tem braços nem pernas, estando um vazio entre os seus pés, que servem para diversos golpes, e punhos, que têm a mesma função de porrada valente. Como o nome indica o jogo tenta trazer a série para as origens, algo que a chegada dos famosos Rabbids na série tanto fez adiar por diversos anos. Por isso, se gostam dos Rabbids, fiquem a saber que estão de fora do jogo, mas não desesperem. Esta decisão por parte da Ubisoft é perfeitamente compreensível. Os Rabbids já vivem sozinhos e têm os seus próprios jogos, e em breve até uma série animada.
De volta a Rayman Origins, temos assim um clássico jogo de plataformas, com novas perspetivas de jogabilidade em níveis de profundidade, mas sempre da esquerda para a direita. Apesar de querer voltar às origens, Rayman está muito atual. É impossível jogar Rayman Origins e não nos lembrarmos de New Super Mario, LittleBigPlanet e Locoroco. Desde a forma que se festeja no fim, das músicas e cantarolar das personagens até à estrutura dos quatro jogadores em modo cooperativo.
Rayman Origins é extremamente belo em termos de arte. Os níveis estão muito bem desenhados, com localizações, principalmente as com vegetação mais forte, parecendo pintadas com aguarelas. Existe uma sensação de estarmos mesmo nos locais, apesar da ausência do 3D de profundidade em termos de gameplay. Existem diversos níveis de profundidade, muitos deles apenas para criar este efeito de imersão, com artefatos, vegetação e cascatas a entrar pelos nossos olhos.
A beleza também é transportada para o tipo de criaturas que habitam o jogo. Não são criaturas belas da forma mais "natural", mas sim pelo seu traço e originalidade. Estamos claro a falar de um jogo Rayman, e sendo assim, podem contar com criaturas totalmente malucas, estranhas e com formas de estar animalescas. Não esquecer as criaturas fixas, como as plantas e as próprias dificuldades arquitetónicas do jogo.
Como referi, conforme vamos avançando, novas personagens amigas de Rayman são desbloqueadas. Na nossa casa (Glade of Dreams) podemos escolher estas personagens para jogarmos, mas apesar de serem diferentes, quer em tamanho, como em golpes, isso não tem uma mudança na forma que jogamos. Seria interessante termos níveis ou zonas construídas especialmente para determinada personagem. Para além destas personagens, podemos também desbloquear diferentes Rayman, com habilidades e cores diferentes.
Os níveis são muito lineares, temos que ir do início até uma meta, onde serão contabilizados os Lums que apanhamos, que são uma espécie de moeda de troca. Pelo caminho existem diversos medalhões, sendo estes difíceis de apanhar. Alguns são uma verdadeira dor de cabeça, não pela dificuldade em si, mas pela fantástica e saudosa precisão de salto contra salto e apanhar e voltar atrás.... Lindo.
A Ubisoft promete para o jogo final muitos mais cenários e níveis daqueles que já tivemos a oportunidade de jogar. Estão prometidas 12 ambientes distintos, com mais de 60 níveis. O jogo nunca dá tudo de uma só rodada. Incentiva a repetição dos níveis, nem que seja para podermos cumprir com os desafios de tempo. Determinados níveis serão desbloqueados se cumprirmos com determinados objetivos.
O único senão em Rayman Origins é que poderá sofrer do problema de monotonia. Não que o jogo seja chato, ou os níveis sempre iguais. Pois não é. É mais na forma que o jogo está construído, principalmente na ausência de formas de jogar com as outras personagens. Esperamos pela versão final e se os diversos níveis possam retirar esta sensação. Mas também nada melhor que jogar com amigos para que tudo isso desapareça.
Rayman Origins será lançado no dia 15 de novembro para a Xbox 360, PS3 e Wii.