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Razer Kraken Pro - Análise

O que mudou comparativamente ao modelo anterior?

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
O microfone podia ser melhor, mas por 99 euros, é difícil encontrar um headset com esta qualidade e versatilidade.

Para comprar um bom headset precisam de estar dispostos a gastar uma quantia significativa, pelo que é vantajoso optar por algo que funcione em todos os vossos dispositivos, assim só precisam de gastar dinheiro uma vez. Esta era uma das limitações do Razer Kraken 7.1, um headset que analisámos no ano passado. Apesar da excelente qualidade sonora que oferecia, a ligação era por USB, o que limitava o seu uso ao PC e PlayStation 4. Em 2015 a Razer renovou o headset com uma versão Pro, em grande parte semelhante ao modelo anterior mas com uma grande diferença, a ligação é 3.5 mm.

A ligação 3.5 mm é o padrão em praticamente todos os dispositivos que têm em casa: PC, consolas, smartphones, tablets, leitores de música e televisões. Ou seja, contrariamente ao modelo anterior, podem usar o Kraken Pro em qualquer dispositivo e a qualquer altura. Mesmo para utilização fora de casa é uma opção viável.

O microfone pode ser escondido no lado esquerdo e facilmente passa despercebido. Não são os headphones com mais estilo do mercado, mas o design segue uma filosofia simplista e tradicional, e dentro deste género são discretos se optarem pelo preto (em alternativa podem optar pelos modelos em branco e verde, se procuram algo mais vistoso). As letras a verde da Razer na parte superior eram desnecessárias, já que o logótipo da companhia está na lateral, mas excluindo este pormenor, não temos mais nada a apontar, aliás, se não pretendem usar o headset fora de casa, as letras não são um problema real.

Um dos factores mais importantes num headset é o conforto. Dado que provavelmente vão usá-lo várias horas por dia, seja para jogar ou simplesmente para ouvir música e relaxar, é crucial que se sintam à vontade. Comparativamente ao modelo anterior são ligeiramente mais leves (300 vs 340 gramas) e continuam a oferecer o mesmo nível de conforto. As vossas orelhas são engolidas por duas grandes almofadas redondas. Das primeiras vezes que usei este headset, senti um ligeiro desconforto nas extremidades das orelhas após cerca de duas horas (o mesmo tinha acontecido com o modelo anterior), mas depois de várias os utilizações as almofadas amolecem e o desconforto desaparece.

As duas grandes almofadas não servem apenas para conforto, ajudam a isolar os barulhos exteriores para que não sejam incomodados enquanto estão a jogar ou a ouvir música. Se o conforto é importante para um headset, a qualidade sonora não lhe fica atrás. Com os Kraken Pro conseguem distinguir todos os pormenores sonoros nos jogos e nas músicas. Mesmo com o volume muito alto, o som emitido é nítido e nunca se transforma em ruído. Tal como o modelo anterior, o Kraken Pro oferece virtual surround 7.1, mas apenas no PC e recorrendo ao software Surround Pro da Razer, que vem incluído no pacote. Ainda sobre a qualidade sonora, há que realçar que o novo modelo reforça mais as batidas (bass), algo imediatamente perceptível quando começamos a ouvir música.

"Com os Kraken Pro conseguem distinguir todos os pormenores sonoros nos jogos e nas músicas"

Se por um lado a qualidade sonora manteve-se praticamente idêntica, por outro a qualidade do microfone diminuiu ligeiramente. O Kraken 7.1 tem um rácio de signal-to-noise de 63 dB, enquanto o novo modelo tem um rácio de 52 dB. De forma resumida, um menor rácio de signal-to-noise significa que a captação da vossa voz não será tão nítida. A ligeira diferença no rácio é perceptível, principalmente nas consolas, em que o áudio (devido à ligação 3.5 mm) é transmitida pelo comando para a consola e tem maior compressão. No PC a diferença de nitidez é muito menor pois não existe compressão. Ainda assim não restam dúvidas, o microfone do Kraken Pro é inferior ao do modelo anterior.

Pelo menos, o plástico que protege o microfone é mais resistente neste modelo. Se lerem a nossa análise ao modelo anterior, vão descobrir que o plástico partiu-se depois de uma ligeira queda. Outra adição ao Kraken Pro são botões para desligar o microfone e para regular o volume do áudio do headset. É algo básico, mas que não existia antes. O que desilude neste modelo é o cabo de plástico de ligação. O antigo modelo, e uma grande parte dos produtos da Razer, vêm com o cabo protegido em fios sintéticos, tornando-os bastante resistentes e impedindo que depois de muito uso o interior dos cabos fiquem expostos.

Para concluir, face ao modelo anterior, o Kraken Pro apenas perde na qualidade do microfone, mas por outro lado, ganha por permitir que o liguem a qualquer dispositivo moderno com capacidades de áudio. Nos dois factores mais importantes num headset, a qualidade sonora e o conforto, o Kraken Pro não desilude. Pelo mesmo preço, existem diversas alternativas no mercado dos headphones, mas são muito poucos aqueles vêm com um microfone. A única real alternativa é o Wireless Headset 2.0, o headset oficial da PS4. O preço é ligeiramente menor (89 euros) e a qualidade sonora é igualmente boa, mas não é tão robusto e como tal não é tão apropriado para uma utilização quotidiana.

No final, a escolha de um headset depende do que procuram e do valor que estão dispostos a gastar. Existem alternativas mais baratas, mas não tão boas, bem como headsets melhores, mas mais caros. Dentro deste preço, o Kraken Pro, ainda que não seja perfeito, é uma boa escolha. Funciona em todos os dispositivos e consolas e oferece boa qualidade sonora e conforto. Além disso, é um headset duradouro. Com cerca de 1 mês de uso, ainda não encontramos quaisquer problemas. Já o modelo anterior foi usado diariamente durante cerca de 1 ano e meio e continua a funcionar sem problemas.

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