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Razer Nari Ultimate - Análise - o headset que vibra!

É mais do que uma gimmick.

O ditado "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" é perfeito para descrever a experiência do Razer Nari Ultimate. Ao princípio, é estranho ter um headset vibratório na cabeça, mas depois, não há como voltar atrás. No mercado dos periféricos, há tentativas constantes para introduzir novas funcionalidades que sejam mais do que uma gimmick, mas são raras as vezes em que isso acontece.

Afinal, o que é que o Razer Nari Ultimate tem de especial?

A funcionalidade de maior destaque do Razer Nari Ultimate é o HyperSense. Resumidamente, é uma tecnologia háptica que interpreta os sons do jogo e os transforma em vibrações de diferentes intensidades, criando uma imersão maior do que é hábito com um headset tradicional. A implementação desta tecnologia no Nari Ultimate é excelente e não funciona exclusivamente no PC, também é compatível com a PlayStation 4.

Dizer que o Razer Nari Ultimate é um headset que vibra é injusto e simplista para a experiência que realmente proporciona. A melhor analogia para perceberes o que este headset é capaz de oferecer é pensares numa sala de cinema. Quando estás a ver um filme de acção e alguma coisa explode, sentes a sala toda a vibrar com as ondas de som, criando a sensação de que a explosão saiu para fora do ecrã. É exactamente essa a experiência que o Nari Ultimate é capaz de oferecer, mas num formato compacto.

Quando digo que a implementação da tecnologia está bem implementada, o que quero dizer é que o Nari Ultimate não vibra constantemente com cada som emitido pelo jogo (se esse fosse o caso, rapidamente se tornaria irritante). O headset consegue interpretar os sons e naqueles que têm menor intensidade não tem qualquer reacção vibratória. No PC, o software Razer Synapse permite que ajustes vários parâmetros, incluindo a intensidade de vibração, enquanto que na PlayStation 4 a única alternativa é reduzir o volume se quiseres reduzir a força da vibração.

A vantagem do Razer Nari Ultimate não está no acto de vibrar, mas antes na naturalidade da vibração. Há uma driver háptica em cada um dos lados, com uma largo alcance de frequências para que a vibração seja diferente conforme a interpretação do som. Importa sublinhar que esta funcionalidade não está dependente de compatibilidade com os jogos, funcionando logo de imediato com qualquer jogo, música e filme.

Não esquecer o THX Spatial Audio

A capacidade háptica do Nari Ultimate é o seu ponto forte e o que distingue este modelo das versões inferiores deste headset, mas o THX Spatial Audio, que está presente em todos os três modelos do Razer Nari, ajuda a complementar o pacote da versão Ultimate. Fica deste já avisado que o THX Spatial Audio só é compatível quando o headset está ligado ao PC, ficando reduzido a som surround quando ligado à PlayStation 4. Ainda assim, a qualidade do áudio num jogo como Red Dead Redemption 2 é impressionante. A quantidade de subtilezas que consegues ouvir com mais facilidade vai deixar-te pasmado. O jogo ganha uma dimensão de imersão muito maior.

Mas é na versão PC de um jogo como Battlefield 5 que o Nari Ultimate demonstra todas as suas capacidades. Com o THX Spatial Audio consegues saber exactamente de onde vem os sons. É caso para dizer que és quase retirado do mundo real e colocado no mundo virtual, tal é a capacidade de percepção que ganhas. Mas mais do que isto, é a diversidade e nitidez dos sons que vais ouvir, sem que uns se sobreponham aos outros. Num jogo com um grande investimento no design sonoro (o que nem sempre é uma prioridade), o Nari Ultimate faz realmente a diferença.

O Razer Nari Ultimate é confortável?

Apesar da presença das drivers hápticas em ambos os lados, o headset é confortável durante várias horas. Quando o colocamos na cabeça não parece pesado e as almofadas são muito confortáveis, envolvendo suavemente as nossas orelhas (alguns headsets esmagam). Uma das características de destaque é o gel de arrefecimento injectado nas almofadas, que serve para prevenir que a tua cabeça fique demasiado quente depois de uma longa sessão a jogar. É uma característica que seria muito melhor posta à prova durante o Verão, quando as temperaturas são realmente elevadas. Nesta época, com as temperaturas baixas, é difícil perceber se o gel fez uma grande diferença ou não.

Quem usa óculos, como é o meu caso, ficará contente em saber que o Nari Ultimate foi pensado para isso. As almofadas tem canais escondidos para as hastes dos óculos, reduzindo a pressão causada nas laterais da cabeça. Tudo isto vem com uma boa qualidade de construção e robustez. A estrutura do Nari Ultimate assenta num arco feito em metal. Existem alguns componentes em plástico, mas no geral, o headset dá a sensação de ser sólido e de resistir ao tratamento de utilizadores descuidados.

E a versatilidade?

A vibração do Razer Nari Ultimate só funciona quando ligas o headset por USB ao PC e à PlayStation 4 (é Wi-Fi, só que precisas de inserir uma pequena Pen USB que pode ser guardada no auricular direito), mas tem uma saída 3.5 mm permitindo que o ligues a qualquer outro dispositivo que permita este formato. A desvantagem é que não terás acesso a todas as funcionalidades, mas de resto, podes ligá-lo onde quiseres e vai funcionar como um dispositivo normal. Nesta questão, a única coisa em falta é bluetooth, ou seja, se quiseres ligar o headset ao teu telemóvel, vais precisar sempre de ter o cabo 3.5 mm (que vem na embalagem) contigo.

Sobre o microfone não temos nada a apontar. É um microfone que cumpre o seu propósito e ninguém vai ter problemas em perceber o que está a dizer. Fora isso, não esperes resultados surpreendentes ou comparáveis aos resultados de um microfone dedicado. Claramente, a prioridade da Razer não foi o microfone, mas isto já é típico nos headsets de videojogos.

Vale a pena o preço?

O Razer Nari Ultimate custa €199.99 na loja oficial da Razer, mas existem duas versões mais baratas: o Razer Nari que custa €149.99 mas perde as capacidades hápticas; e o Nari Essential, que custa €99.99 mas perde as capacidades hápticas e as almofadas injectadas com gel refrescante. O que os três modelos têm em comum é o THX Spatial Audio e Wireless.

A versão Ultimate acarreta um preço que para muitos poderá parecer elevado, dependendo da perspectiva, mas em troca recebes uma experiência incrível e uma funcionalidade que é uma mais valia para aqueles que procuram imersão nos videojogos. Além disto, tens garantidas de conforto, de uma excelente qualidade sonora em qualquer conteúdo e versatilidade. A única queixa que temos é a ausência de bluetooth. A bateria, na nossa experiência, dura algures entre 8 a 10 horas. Não é tanto como a bateria de 16 horas prometida no Nari Essencial, mas por outro lado, esse modelo não tem os motores hápticos.

Se por acaso tens €199.99 para gastar num headset de videojogos, esta é uma das melhores escolhas que podes fazer neste momento.

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