Passar para o conteúdo principal

Razer vai pagar o dinheiro que a Ouya ficou a dever aos produtores

No total são $620 mil.

Atualização

O CEO da Razer, Min-Liang Tan, entrou em contacto com o Polygon para esclareceu que a companhia tem intenções de pagar o dinheiro que a Ouya ficou a dever aos produtores e que juntamente com a sua equipa já estão a traçar um plano.

Do fundo de $1 milhão prometido pela Ouya, na qual estão envolvidos 27 produtores, ainda falta pagar $620 mil. O dinheiro não foi pago imediatamente porque, como explicado antes, foi repartido em várias fatias que seriam dadas à medida que os produtores fossem completando os objetivos.

Para receber o dinheiro em falta, os produtores terão que assinar um novo contrato com a Razer, que será parecido com o da Ouya, mas tem algumas diferenças. Para começar, não será necessário qualquer tipo de exclusividade para a Forge TV da Razer, mas a companhia quer que o dinheiro pago após o lançamento seja usado para oferecer cópias gratuitas na loja Cortex.

Ou seja, se um produtor receber $10 mil após o lançamento, e o jogo custar $10, terá que oferecer 1000 cópias do jogo na loja digital de jogos da Razer.

Os emails para explicar aos produtores o novo acordo vão começar a ser enviados em breve.

Original

Ontem a Razer anunciou que comprou uma grande parte da Ouya, absorvendo todo o software da companhia, incluindo catálogo de jogos e loja online. Embora o negócio tenha sido positivo para a Ouya, há vários produtores a queixarem-se que lhes ficaram a dever dinheiro.

Para explicar a situação é necessário recordar o fundo de $1 milhão que a Ouya anunciou para apoiar jogos independentes em busca de financiamento no Kickstarter. De forma resumida, os produtores podiam receber da Ouya a quantidade de dinheiro equivalente que receberam em apoios, ou seja, se tivessem recebido no Kickstarter pelo menos $50 mil, os produtores podiam receber outros $50 mil da Ouya.

As únicas condições para receber o apoio da Ouya era tornar o jogo exclusivo da consola durante seis meses. O dinheiro estava repartido em três fatias: 50 porcento seria dado quando houvesse uma beta jogável, 25 porcento viria no lançamento, e os restantes 25 porcento seriam pagos depois do período de exclusividade terminar.

Quando o negócio entre a Razer e a Ouya foi concluído, ainda havia produtores à espera de receber uma ou várias destas fatias de pagamento, e agora dado que a companhia praticamente deixou de existir (apenas existe em nome, os funcionários passaram todos a trabalhar para a Razer), ficaram de mãos a abanar.

Aos produtores foi dito para não contactarem os meios de comunicação, mas vários confirmaram a situação ao Kotaku e Polygon a troca de anonimato. A Razer ainda não comentou publicamente sobre a situação (nem Julie Uhrman, ex-CEO da Ouya), mas aparentemente foi dito aos produtores que alguns dos jogos poderão receber ofertas para serem publicados no Android.

"O lançamento estava para breve," disse um dos produtores. "Tínhamos excelentes contactos com a Ouya, uma demo estava disponível na plataforma, e já havia muitas reservas. Depois, do nada, recebemos a notícia que a Razer estava a comprar a Ouya, e que o nosso contrato para receber o resto do dinheiro foi cancelado. A Razer deu-nos vagas promessas de que querem tornar as coisas mais fáceis para nós e garantir que o nosso jogo terá um lançamento suave, mas ainda não ofereceram nada."

Para evitar ter que pagar o resto do dinheiro, a Ouya recorreu a uma das secções do contrato que os produtores assinaram para receber o dinheiro, na qual é dito que fica livre de ter que pagar se ficar insolvente o incapaz de pagar as dívidas, ou se a outra parte entrar em falência ou reorganização.

O maior problema é que vários dos produtores já tinham planos para o dinheiro que iriam receber. Um deles disse que "é difícil pedir pela arte final quando nem posso pagar ao meu artista agora, muito menos investir em publicidade para o lançamento."

Lê também