Passar para o conteúdo principal

Red Faction: Armageddon

Há guerra em Marte!

Enquanto último detentor de um sistema tecnologicamente avançado que começou por ser utilizado desde os seus ante-passados, denominado de Nanoforge, este equipamento é a porta de entrada para mais algumas inovações em Red Faction, nomeadamente a capacidade de refazer ou reconstruir tudo o que tenha sido destruído em batalha, desde paredes, pontes, torres elétricas, geradores. Quase tudo o que vemos pode ser modificado. A inclusão desta mais-valia permite projetar alguma estratégia em combate, nomeadamente com os adversários de grandes dimensões, criando assim obstáculos e paredes que nos protegem temporariamente, como também possibilita a restauração de acessibilidades então destruídas. A utilidade deste equipamento, adaptada às mais diversas situações e objetivos raramente se torna como um extra, antes como um complemento e uma parte da aventura. Além disso, os seus efeitos visuais, bem definidos e aclarando bem dentro dos objetivos a cumprir, contribuem para reforçar a viabilidade do mecanismo. Isto resulta num processo que se desenvolve de forma natural, como um prolongamento das super capacidades do herói.

Além disso o Nanoforge gera uma outra técnica que é o "impulse", uma descarga elétrica que destrói tudo aquilo que se mexer ao redor do protagonista. Particularmente útil para a situação em que o jogador acaba encurralado pelas forças inimigas.

Regra geral resulta muito bem esta conjugação de poderes. O nosso protagonista é um super herói, dotado de evoluções derivadas do seu fato que lhe permitem ataques para lá das tradicionais armas de fogo, bombas, raios laser, etc. Em pontos específicos Darius poderá fazer melhoramentos no equipamento que possua, acrescentando mais poder de fogo, dano no inimigo, entre outros melhoramentos, desde que tenha as quantidades de "selvage" exigidas.

A extensa lista de armas disponíveis surpreende também pela finalidade e pelo tipo de tecnologia que lhe está associada. Uma das mais interessantes é mesmo a Magnet Gun. Não aconselhada para situações de grande fluência de inimigos, ganha manifesta utilidade quando o jogador enfrenta criaturas mais resistentes. O segredo desta arma é o magnetismo que se opera entre dois circuitos. Um primeiro tiro espeta uma peça metálica e o segundo tiro leva a que a bala seja atraída na direção da primeira, com tudo o que a ela estiver ligado. No final as possibilidades são enormes e assim tanto podem enviar inimigos de longe na direção de zonas pontiagudas (é sempre fenomenal vê-los desfeitos em pedaços) como podem destruir instalações, atirando umas quantas barras de ferro na direção dos adversários. Alguns resistem por algum tempo ao dano e conseguem superar.

Como "shooter" na terceira pessoa "Armageddon" joga-se de forma muito eficaz, solta e célere, podendo até se denunciar alguma facilidade na pontaria aos alienígenas pela forma automática como se opera o sistema desde que se mantenha premido o gatilho esquerdo. Claro que diante de um grande número de inimigos tende a ser mais exigente manter a frieza necessária para ganhar espaço vital e não sucumbir à pressão, sendo que o incremento da dificuldade passa pelo aumento dos adversários e pela sua capacidade de resistência. A barra de vida regenera ao fim de algum tempo, desde que o nosso herói não seja alvejado. Contudo e optando por uma estratégia defensiva poderemos optar por abater um a um cada um dos inimigos identificados no radar.

Porém e apesar de ostentar um motor gráfico capaz de proporcionar algumas inovações consistentes na jogabilidade e bem implementadas, a verdade é que o grafismo aqui presente fica um pouco aquém do que podemos ver num Dead Space, Gears of War, ficando a nítida sensação de que ainda podia ser feito mais nesse aspeto, pese embora a boa luminosidade nalguns corredores e efeitos bem conseguidos em certos momentos. Por outro lado, sentimos que RF Armageddon" desde demasiado às profundezas de Marte, aos túneis e instalações subterrâneas, o que aumenta a repetição de áreas. Sistematicamente os objetivos implicam que se percorra de forma linear e previsível uma série de corredores, pelo que o jogo a seu tempo se poderia resumir a uma espécie de Darius Mason Vs Aliens.

Também sucede que o argumento revela algumas inconsistências e não se torna tão envolvente como se esperaria para uma sequela Por vezes vemos as personagens em diálogo para que Mason alcance certo ponto, restabeleça energia, recupere água. Tem por isso abundantes situações encaradas com alguma superficialidade e previsibilidade para entroncar em mais uma porção de ação desmesurada. Não sendo uma campanha muito comprida, tem os seus momentos de interesse com algumas personagens bem conseguidas e cenas animadas que reflectem e ajudam a perceber o que sucede naquele planeta vermelho.

Em termos de modos para vários jogadores a Volition desenvolveu a opção "Infestation" que permite que até quatro jogadores colaborem entre si para enfrentar vagas de inimigos, com diversos objectivos para cumprir desde segurar determinados determinadas áreas das vagas dos inimigos, até operar infiltrações no outro lado. Esta é uma boa opção para voltarem a testar o arsenal bélico, podendo estabelecer algumas tarefas com os adversários. Por fim os produtores adicionaram um outro modo denominado "Ruin" disponível por código para aqueles que tenham comprado o jogo. Trata-se de uma opção que coloca o jogador diante de uma série de desafios baseados no tempo que demoram até concretizá-los e qual a pontuação apurada. É uma opção revestida de algum carácter distintivo por força das características do jogo e da forte propensão que nele existe para o combate e para a destruição.

De um modo geral Red Faction: Armageddon é um jogo especial e divertido se aquilo que procuram é uma boa dose de ação dentro de uma perspetiva na terceira pessoa com alguns elementos inovadores e bem implementados em termos de jogabilidade. A grande quantidade de armas à disposição, a possibilidade de refazer pontos do cenário destruídos numa escala melhor até que "Guerilla" leva a tomar esta opção realmente em conta. Contudo, não obstante uma certa originalidade no argumento e um conjunto de personagens merecedoras de atenção, Armageddon poderia ter ido mais além desde que para isso as missões fossem dotadas de maior envolvência e o peso da ação não tivesse tantas vezes centrado e repetido por corredores e mais corredores das instalações subterrâneas marcianas. Apesar disso, deverá chegar ao agrado daqueles que gostam de um bom naco de combate contra vagas de criaturas alienígenas.

7 / 10

Lê também