Resident Evil 5
Morrer em Kijuju.
A comparação com o Resident Evil 4 é obrigatória, não fosse ele um caso de enorme sucesso. Se numa fórmula vencedora não se mexe, porque razão seria Residente Evil 5 muito diferente? Continuamos a ter as típicas fórmulas mágicas, na criação de poções de cura usando ervas, bem como na obtenção de pedras e artefactos que poderemos mais tarde vender. A forma de armazenar os nossos itens mantém-se igual, com cada item a ocupar determinado espaço, sendo este limitado. Algo que foi abolido, é a forma de gravar o jogo, as tão famosas máquinas de escrever foram substituídas por níveis, capítulos e checkpoints constantes. Ficámos de certa forma tristes com esta opção, pois era algo que marcava a série, e a busca pelas máquinas de escrever era sempre interessante. Abolida foi também a forma de comprar e vender objectos, pelos menos nesta versão. O famoso mercador e o seu famoso discurso introdutório "What are you selling?" "What are you buying?", não marca presença neste jogo, nem mesmo os mini-jogos que o acompanhavam. Agora apenas se resume a uma opção antes de cada capítulo, ou nível, ou quando morremos e somos enviados para o menu de entrada.
Este novo jogo traz consigo o modo cooperativo, onde podemos jogar com um amigo todo o modo história. Mas mesmo que não tenhamos ninguém com quem jogar, esse papel é tomado pelo próprio jogo, sendo Sheva a IA de serviço. Ficamos sempre de pé atrás de como estas ligações perigosas irão resultar na prática, e neste caso é razão para dizer que queremos o divórcio. Resident Evil 5 pretende ter situações de pânico e de terror, e ter uma mulher que pouco mais faz do que atrapalhar não é um ponto a favor, principalmente em zonas apertadas. Acontece de tudo um pouco, desde ficar à frente do nosso campo de visão ou de estar constantemente a disparar contra nós, pedindo-se urgentemente uma revisão para a versão final neste aspecto. Em tudo o resto cumpre eficazmente o seu papel.
Visualmente o jogo é de momentos, existem locais de verdadeiro arrebatamento visual, com o sol a ter um papel preponderante, não fosse África o palco da acção. Fiquei também agradado com a qualidade da construção dos níveis, extremamente bem detalhados, e vividos, com zonas abertas e iluminadas, para outras zonas mais fechadas e escuras. Contrastando, temos locais menos bem conseguidos, levando a crer que ainda haverá algum polimento até à versão final. Podemos contar com diversos ambientes e formas de jogar, desde defender posições com armas fixas, a andarmos de todo-o-terreno, eliminando as investidas dos habitantes locais, que nos perseguem em motos. Deslumbrantes estão também as cut-scenes. O realismo das animações faciais, conferem uma grande veracidade na sincronização labial. Nas cut-scenes, embora em tempo real, os gráficos estão uns pontos acima, os modelos estão mais refinados e os efeitos de luz mais pronunciados. Presentes estão também os bosses enormes, com alto poder de destruição, sendo alguns duros de roer, provocando momentos angustiantes.
Não falta muito para podermos ter a versão final entre nós, estes três primeiros capítulos são um vislumbre bastante aceitável daquilo que vamos encontrar no resultado final. Existem aspectos que terão de ser aperfeiçoados, mas como um todo estamos perante um jogo que não defraudará certamente as expectativas geradas à sua volta.
Resident Evil 5 sairá para a Xbox360 e PlayStation 3 no próximo dia 13 de Março.