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Resident Evil: Revelations - Análise

O cruzeiro do mal.

A consequência de Revelations ter lugar num navio, é que inevitavelmente terão que visitar secções já visitadas e percorrer corredores já percorridos. Não que isto torne o jogo repetitivo, porque até ao visitarmos novamente essas secções, será possível abrir portas antes bloqueadas porque era necessário uma chave específica para abri-la. Para além do mais, o Queen Zenobia apresenta muita diversidade, tendo laboratórios, salas de jantar, um enorme Hall que dá acesso a outras áreas, incluindo um casino, sala das máquinas e outras partes que constituem obrigatoriamente um navio cruzeiro. Portanto, variedade não está falta.

A forma como o jogo está estruturado é inédita para um título da série, mas já visto em outros jogos como Alan Wake. Revelations está dividido em episódios. Antes do começo de um novo episódio, é apresentado um pequeno resumo em formato de vídeo do capítulo anterior, caso queiram avivar a vossa memória. Esta estrutura ajuda a criar tensão e interesse para o próximo episódio, havendo uma tendência para os episódios terminarem em cliffhanger.

Toda essa tensão culmina com os bosses. Quem segue a série já sabe o que esperar - bichos feios repletos de tentáculos e por vezes de proporções enormes. O momento e lugar destes confrontos é imprevisível. Enquanto que nos títulos para as consolas caseiras um boss está sempre à nossa espera no capítulo final, aqui o mesmo não acontece.

E agora a grande questão. Com ou sem Botão Deslizante Pro? Tendo experimentado o jogo de ambas as formas, posso dizer seguramente que joga-se melhor com o Botão adicional. Mas se não o tiverem, não sentem falta dele, pelo menos foi o que senti quando joguei inicialmente. Sem dúvida que será de preferência de muitos jogar sem o botão, que apesar de melhorar a jogabilidade, estraga completamente o visual da consola. Além do mais, o botão deslizante apenas está disponível em cor preta, combinando apenas com as consolas dessa cor.

Com o botão deslizante andar e disparar torna-se mais fácil. Sem o botão é necessário carregar no LR para essa função, e a mira fica bloqueada. A vantagem do botão deslizante é que permite controlar tanto a personagem como a mira em simultâneo. Custando apenas 10 euros a mais que a versão normal, o bundle com o Botão Deslizante Pro é uma proposta a considerar, nem que seja para ser usado somente quando estiverem em casa.

Terminada a campanha, que dura sensivelmente oito horas, o modo Raid prolongará a vida de Revelations. Este é um modo cooperativo baseado nos diferentes níveis da campanha em que o objetivo é eliminar todos os inimigos e chegar ao final vivo. No final recebem pontos que depois podem gastar para desbloquear novas armas e novas personagens. É uma boa adição para complementar a campanha, e aqui sim, o cooperativo já é bem vindo, sendo possível jogar com um amigo ou com um estranho. Se são solitários, não se preocupem, podem jogar sozinhos.

Embora a 3DS ainda não tenha conquistas para os seus jogos, tal coisa não impede os produtores de implementarem um sistema semelhante dentro dos seus jogos. As "Missions" desempenham esse papel em Revelations. Ao completarem as "Missions", desbloqueiam itens como melhorias para as armas tanto para a campanha como para o modo Raid. O StreetPass da 3DS também está incluído, com algumas "Missions" a poderem unicamente ser desbloqueadas usando esta funcionalidade de portátil.

Resident Evil: Revelations é um pacote completo para a 3DS. Com uma excelente campanha e modos que prolongam a longevidade extensivamente, o jogo conta ainda com gráficos de topo, sendo neste aspeto o melhor que já se viu até agora na 3DS. O efeito 3D realça a qualidade gráfica mas tem uma pequena desvantagem. Com o 3D ativado, o anti-aliasing desliga-se automaticamente, ficando as bordas de alguns objetos com o efeito "escada". Tirando este pequeno pormenor, Revelations é impressionante e demonstra as capacidades do MT Framework Mobile para as portáteis.

Sem têm uma 3DS ou estão a pensar em adquirir uma, então Resident Evil: Revelations é uma das melhores propostas que podem encontrar. A estória acaba por ser uma desilusão quando comparada com outros títulos da série, mas é um jogo incrivelmente bem executado. A campanha agrada a gregos e a troianos, havendo tanto momentos para survival horror como ação. Esta nova abordagem assenta bem na série não só ajudando a manter o jogador agarrado ao final, alternando entre medo e adrenalina, como mostra que a Capcom sabe em que direção deverá encaminhar a série. Se isto é uma amostra do que está para vir em Resident Evil 6, então que novembro chegue o mais rápido possível.

8 / 10

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