Resident Evil: Revelations
Passado revela caminho do futuro.
Um dos maiores receios perante os fãs está relacionado com a obrigatoriedade de parar o movimento do personagem para poder disparar. Este foi a maior crítica em Resident Evil 5, ao lado do tom de maior ação. Aqui a Capcom mostra que ouviu aos fãs e dá-nos finalmente a possibilidade de mover a personagem enquanto disparamos. E mais ainda, em Revelations podemos até mesmo disparar com a câmara na primeira pessoa, algo que dá uma sensação diferente, mas igualmente válida, sensação de profundidade.
Resident Evil 5 pecou bastante por implementar um maior ritmo, mais em tom de ação, mas manter a jogabilidade presa no passado, nomeadamente nos obrigar a parar para disparar. Resident Evil: Revelations não só investe numa personalidade mais ao encontro do que os fãs acreditam ser a adequada para a série como também mostra como usar as capacidades da portátil pode ser expandido. A troca para a primeira pessoa pode causar alguma estranheza pois a sensação de proximidade pode ser afetada e tal irá causar-nos alguns problemas nos momentos de maior ação.
Acreditamos que a intenção é dar maior imersão ao jogo durante os confrontos e que o desejado é mostrar uma bela carga de intensidade e profundidade promovidos pelo efeito 3D. Tudo isto resulta mas requer algum hábito e quanto a isto esperamos poder passar mais tempo do jogo para poder dizer como afeta, ou melhora, o jogo. O principal problema com a passagem para a perspetiva na primeira pessoal está mesmo ligado à sensação de distância que pode ser um pouco enganadora e traiçoeira na hora de expressar corretamente os comportamentos dos inimigos.
Em Resident Evil: Revelations os inimigos são ágeis e investem sobre nós sem piedade. Acabaram-se, aparentemente, os zombies que ficavam parados ou eram demasiadamente lentos para oferecer desafio. Isso parece mesmo estar resolvido em Revelations. Inimigos mais rápidos e mais agressivos combinado com maiores opções de resposta por parte do jogador.
Um dos grandes pontos de interesse nas mais recentes portáteis Nintendo tem sido o seu ecrã táctil e na 3DS tal não é exceção. Como tal, a Capcom fez questão que as suas funcionalidades não fossem apenas para cumprir papel e mostram-se altamente importantes. Ainda mais tendo em conta a forma intuitiva e cómoda de jogar que o ecrã táctil que serve de suporte vem oferecer. Acabaram-se as interrupções na ação e as quebras no ritmo, agora o jogador pode trocar de armas e usar itens em tempo real, bastando para isso um toque no ecrã inferior para utilizar o que pretende.
São este tipo de implementações e novidades que acreditamos que podem melhorar a série e dar-lhe capacidade para se sentir fresca e não algo que ainda continua preso ao passado. A componente de puzzles regressa e também ela dá mostras de se saber ter adaptado às especificações de uma consola tão singular quanto esta 3DS. Não só pelo uso do ecrã táctil como também pela forma como parecem estar estruturados para desafiar o jogador, ao contrário do convencional posicionamento apenas para aumentar artificialmente a longevidade e sem qualquer tipo de dificuldade.
Para isso a Capcom vai apostar numa maior dificuldade de encontro às origens da série. Já falamos nos inimigos mais impiedosos e agora falamos na maior dificuldade em encontrar itens e munições. Em grande parte da demonstração o jogador tinha que procurar itens e agora temos uma nova arma que pesquisa por objetos escondidos e não só parece funcionar desta forma como também para descobrir acesso a novos puzzles.
Acreditamos que Resident Evil: Revelations tem tudo para ser um dos estandartes promocionais para a nova plataforma portátil da Nintendo. Visualmente a Capcom impressionou-nos desde o primeiro dia e o regressar a ambientes mais ao encontro do que vimos nos episódios originais é de louvar e apenas é preciso que a Capcom harmonize todos os aspetos do jogo neste assalto aos jogos de alto perfil na 3DS.
Esperamos que não sejam cometidos erros desnecessários que venham a comprometer o produto e por enquanto a sensação é que a Capcom tem realmente algo muito bom entre mãos, e altamente distinto dentro do catálogo de jogos anunciados. É o reforçar que Resident Evil ainda pode e deve ser Resident Evil, algo singular. O enredo parece ser intenso, a jogabilidade sente-se fresca e as jogabilidade parece desafiar e cativar o jogador. Vamos ver se a Capcom vai conseguir continuar o desenvolvimento a bom ritmo e consolidar o pacote como um todo.