Resident Evil: The Darkside Chronicles
Revisita a Racoon City!
No que respeita ao modelo de jogo, a tentativa de inovar, pondo a câmara de jogo em permanente sobressalto, como se a personagem estivesse atónita de receio, nem sempre se concilia dificuldade com eficácia. Se, pelo constante movimento e rodopio, os produtores tinham em perspectiva dificultar a tarefa do jogador, obrigando-o a acertar em cheio nas poucas vezes que tinha possibilidade, também lhe dificultaram a tarefa sobremaneira especialmente nos confrontos com os “bosses”. Sendo que nalguns deles os alvos constituem pequenos pontos, que só por curtos espaços de tempo ficam visíveis, em pouco tempo se perde o melhor armamento e, com a criatura ainda fortalecida, é possível que voltem ao começo para inverter o ciclo.
De resto não há novidades e particulares inovações neste âmbito. Tiros na cabeça dos zombies e à queima servem para abrir caminho ou chegar para lá as ameaças, sobretudo com a famosa e sempre bestial “shotgun”, mas noutras situações de maior aperto terão de conciliar a técnica do “lock and load” com os QTE, seja premindo A ou B e até ambos os botões. As vagas de zombies chegam de qualquer lado e quando se movem em grupo, o lançamento de um par de granadas atenua a perigosidade do instante.
Sem grande margem para potenciar os efeitos de um “survival”, os momentos de maior sofreguidão acabam por ganhar forma nas lutas contra os “bosses”, organizadas por diferentes graus de evolução, sendo determinante a quantidade e qualidade do equipamento de combate ao dispor. A atenção empregue nos cenários, permite descobrir amiúde objectos que incrementam o pecúlio monetário mas outros que de imediato ou em reserva, permitem restabelecer a saúde.
O “upgrade” às armas é por isso essencial e decisivo para fecharem as lutas com as criaturas e abrirem novos capítulos. Por vezes impõe-se uma segunda volta ao mesmo nível para se descobrir e recolher um objecto valioso que tenha escapado ao alcance imediato e cuja utilidade é decisiva. Num prosseguimento a solo a intervenção do colega resume-se a um mínimo de protecção através da inteligência artificial, no entanto, seremos mais depressa chamados a proteger o nosso colega, evitando que entre em colapso e faleça, caso contrário não seguem em frente.
The Darkside Chronicles não pugna pela inovação do género, mas dá boa conta na reprodução dos cenários, ambientes, criaturas de fim de nível e argumentos que servem de sustentáculo e que relevam para os fãs da série, também por toda a nostalgia e revivalismo, atingindo as expectativas e colocando-se a par da melhor oferta para a Wii. Mas o argumento maior é a certeza que aqui encontram um desafio consistente e prolongado para os fãs de acção do tipo arcade.