Resistance 3
Um pequeno passo para a humanidade.
De uma forma geral, a campanha é sólida e conta com alguns momentos memoráveis. No entanto, não consigo deixar de sentir-me desiludido. A situação criada pela Insomniac, uma viagem até Nova Iorque por um mundo completamente destruído em que um homem luta contra todas as probabilidades de sobrevivência, tinha tudo para gerar uma campanha mais do que boa. Devia ser épica, fenomenal e fantástica.
Um pouco mais de drama e emoção elevariam a campanha a outro nível. De alguma forma, Capelli escapa sempre ileso a qualquer situação, independentemente da altura que caia, de estar constantemente debaixo de fogo e outras situações perigosas. Há falta de credibilidade e dá a sensação que não estamos realmente a lutar pela nossa vida. Seria bom ver Capelli com um pouco de sangue, talvez se rachasse a cabeça, e a mancar ligeiramente. O jogo às vezes puxa pela emoção, por exemplo quando Capelli se lembra da sua família, mas falta algo.
Os gráficos estão bons e são claramente uma melhoria em relação a Resistance 2. O ponto forte está na atenção dada aos detalhes das armas (granadas incluídas) e aos efeitos criados por elas. O exercito Quimeriano também está muito bem conseguido. Por outro lado, alguns ambientes estão mais ricos e receberam mais atenção que outros. A cidade de Oklahoma em que o jogo tem início é sem dúvida um dos pontos altos. Ainda há coisas a melhorar nesta área, mas nota-se que houve progresso.
A campanha pode ser jogada de forma cooperativa online ou offline (ecrã dividido) com um amigo. E quando digo amigo, terá que ser mesmo um amigo, pois a única forma de jogarem Resistance cooperativamente é convidando um deles. A Insomniac poderia ter facilmente incluído uma opção de matchmaking para aqueles que não têm um amigo com o jogo.
O multijogador é uma das melhores partes do jogo. O único problema é que é terrivelmente desequilibrado. Subir os primeiros níveis será difícil. E só depois é que a diversão começa a surgir. No primeiro nível estamos no fundo da cadeia alimentar e não temos nenhum escolha em relação à nossa arma e habilidades. Apenas terão que ter alguma paciência. Com a subida de nível, novas habilidades são desbloqueadas e ganhamos acesso a novas armas. Aos poucos novas maneiras de jogar vão surgindo e é possível personalizar o multijogador ao nosso gosto.
A nível de modos disponíveis, não esperem nenhuma novidade. Deathmatch, Team Deathmatch, Chain Reaction (o objetivo é dominar certas áreas do mapa), Breach (a missão é destruir ou defender os reatores) e Capture the Flag é o menu disponível.
Não podia terminar sem mencionar as vozes em português do jogo. A Sony tem feito um bom trabalho em adaptar e dobrar os seus exclusivos para a nossa língua, e a qualidade desse trabalho continua em Resistance 3. As vozes portuguesas encaixam bem nas personagens, com a exceção da do Dr. Malikov, que tem um sotaque muito mais forte que a voz inglesa. Para quem gosta de jogar na nossa língua, é uma mais valia. Aqui também podemos salientar que os palavrões serão ordem do dia. Esperem ouvir coisas tais como "Filho da "#%%". Se é que percebem.
Sabendo que Resistance 3 poderá ser o último da série produzido pela Insomniac, seria ótimo dizer que o estúdio terminou em grande. Depois de jogarmos, podemos apenas dizer que terminou de uma boa forma, sem arriscar muito e mantendo-se fiel à formula trazida pela série. Para quem já acompanha Resistance desde o início, deverá ser uma aquisição obrigatória. Para os restantes, é uma opção a ter em conta se procuram um FPS sólido em todos os aspetos.