Returnal PC - Adrenalina cristalina e vertiginosa
Ainda melhor que na PS5.
Aqui está mais um título dos Estúdios PlayStation que faz a viagem do ecossistema PlayStation para o PC. Returnal chega a esta nova plataforma em boa forma, depois de ser trabalhado e aprimorado como deve ser, principalmente com a inclusão de algumas opções que não estavam presentes no lançamento, como a função de se suspender o ciclo, permitindo dessa forma parar de jogar para posteriormente regressar ao ponto onde se ficou. Também não esquecer a atualização Ascension, que possibilitou jogar em cooperação. É então uma versão bem polida deste delicioso roguelike da Housemarque, que tanto encantou e surpreendeu os amantes do género e não só.
Returnal relata a estadia da astronauta Selene num planeta hostil, Átropos. Presa num ciclo interminável de vida e morte, do qual não consegue escapar, Selene percorre as zonas aleatoriamente ordenadas em busca de respostas e uma possível saída. Encontra os seus corpos de ciclos passados, tombados no campo de batalha. Por vezes consegue um vislumbre do que decorreu nos ciclos anteriores, através de mensagens que a mesma vai deixando. Para mais profundidade sobre a narrativa podem sempre voltar a ler a nossa análise original, da versão PS5, que continua válida já que a versão PC é exatamente a mesma.
Sendo inteiramente o mesmo jogo da consola da Sony, este Returnal apresenta apenas ligeiras modificações, não relacionadas com o grafismo. Temos no menu agora a possibilidade de observar o nosso progresso, com tudo o que vamos descobrindo e até a percentagem do que se conseguiu em cada um dos biomas, uma adição que é muito bem recebida dado que permite observar de forma eficaz o que já se conseguiu alcançar. Já do lado visual, existem melhorias substanciais proporcionadas obviamente pela plataforma PC, muito versátil e com possibilidades que vão até onde o hardware do utilizador permitir.
Vastas opções nas configurações visuais
Num título com tanta velocidade, rapidez de movimentos e execução de múltiplas habilidade e mecanismos, é importante conseguir o máximo de fotogramas possível, e as opções permitem isso mesmo. Exalto esta transposição a cargo da Climax Studios, adicionou vastas configurações a esta versão que permitem aperfeiçoar Returnal à plataforma de cada jogador. Quem possuir máquinas poderosas consegue visuais de altíssima qualidade, com as obvias resoluções elevadas (opção de 21:9 e até 32:9), a inclusão de ray tracing (sombras e reflexos), texturas mais definidas, e até efeitos de partículas mais intensos que são um regalo para os olhos. Mas as máquinas mais humildes não são esquecidas, as opções são tantas que podemos ajustar tudo até se alcançar uma aliciante fluidez, obviamente que se perde muita da luxúria visual, mas permite tirar partido de toda a adrenalina brotada por Returnal.
Mas nem tudo é perfeito aqui, apesar de existir uma compilação de shaders assim que se inicia pela primeira vez ou após atualizações tando do jogo como dos drivers das GPUs, existem alguns ligeiros problemas de stutter, principalmente quando entramos em novas zonas. Notei também que ao utilizar as opções ray tracing a intensidade dos stutters aumenta, devido à superior carga sobre a GPU. Por mais belos que sejam estes efeitos RT, recomendo que os desliguem em troca de uma superior fluidez. Sinceramente, depois dos primeiros momentos o nosso foco deixa de estar direcionado para estes deliciosos pormenores da componente visual, estamos tão concentrados na ação que os efeitos ray tracing passam totalmente despercebidos. No entanto, podem ser excelentes para o modo fotografia, ou para quem tiver realmente uma máquina topo de gama.
Possibilidade de se jogar com elevados fotogramas por segundo permite embates completamente alucinantes
Com tudo bem configurado, com a fluidez que pretendemos, Returnal no PC é de facto a versão mais extravagante que se pode ter. Se na PS5 com os seus 60fps a velocidade já se encontrava em patamares elevadíssimos, no PC as coisas sobem vários degraus. É simplesmente fenomenal avançar pelas áreas apresentadas de forma aleatória de cada um dos biomas, sentimos a adrenalina a subir com tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo. A possibilidade de se jogar com elevados fotogramas por segundo permite embates completamente alucinantes, exaltados depois de se obter os equipamentos que permitem uma deslocação mais veloz, ágil e eficaz pelas arenas, nomeadamente o Arpéu Icário, tornamo-nos numa autêntica máquina mortífera.
Áudio 3D e DualSense fazem toda a diferença
Esta ponte feita da PlayStation 5 para o PC não é efetuada apenas pelo título em si, também transporta na bagagem as funcionalidades únicas permitidas pela máquina da Sony. O áudio 3D volta a estar presente e faz realmente a diferença. A sonoridade alcançada permite diferenciar os sons com uma precisão e nitidez que impressiona. O DualSense ou DualSense Edge também são totalmente suportados e até aconselhados, desde o feedback háptico até aos gatilhos adaptativos, a experiência é totalmente diferente quando se joga com o comando oficial da PlayStation 5. Experimentei com o da Xbox Series X e as sensações recebidas nas mãos não são tão imersivas, não é realmente a mesma coisa. De referir que para se tirar totalmente partido das funcionalidades do DualSanse / Edge é necessária uma ligação por fio ao PC.
Returnal é adrenalina cristalina e vertiginosa
Returnal foi uma belíssima surpresa em 2021 e continua a ser uma magnifica experiência em 2023. Este salto para o PC permite atingir todo o seu potencial, tanto a nível visual como em desempenho. Liberta-se das amarras impostas pelo hardware da consola. Estica as pernas e voa a toda a velocidade para uma experiência que poucos videojogos conseguem entregar. Se estavas à espera da sua chegada ao PC então nem podes pestanejar, é uma aquisição sem reticencias. Se ficaste impressionado pelo o que a Housemarque conseguiu fazer na PS5, mais vais ficar agora com esta nova versão criada com a ajuda da Climax Studios. Returnal é adrenalina cristalina e vertiginosa.
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