Ridge Racer: Unbounded
Derrapagem com diferente sabor.
Quando abriu a nova edição do "Quem quer ser Ocidentalizado?", várias companhias Japonesas colocaram os seus jogos no pote. Alguns saíram como cabeças de série e foram logo escolhidas e até já têm os seus produtos no mercado. Outras parecem ter ficado para trás e estão agora a mostrar os seus primeiros passos para se juntarem ao leque de séries outrora exclusivamente de sensação e sabor nipónico para se abrirem aos encontros do desenvolvimento por estúdios Ocidentais. Falo de Ridge Racer e do seu novo título Unbounded que como os próprios produtores confirmaram, não é um substituto de Ridge Racer, nem tão pouco um Ridge Racer 8, mas sim uma nova vertente na série criada para servir os moldes impostos pelos jogos de corrida arcade desenvolvidos no Ocidente e mais aclamados pelos fãs.
Como se os trailers e as primeiras imagens não tivessem sido suficiente, o primeiro contacto com o jogo mostra bem que este não é um produto desejado pelas mentes Japonesas e dotado de todo o seu entusiasmo e loucura, como tradicionalmente. Este é um título que segue as pisadas de Burnout e Need for Speed, e mais alguns, em todos os seus aspetos e apenas parece manter um pouco da jogabilidade base que caracterizou a série, nomeadamente nos drifts. Obviamente que isto não quer dizer que o produto é mau, pelo contrário, a apresentação da Bugbear Entertainment mostrou que o seu produto se procura colocar entre os expoentes máximos do género envergando e patrocinando o nome mítico de uma série Japonesa que para muitos se sentia não evoluir.
É inevitável, quando olhamos pela primeira vez para Unbounded, que a primeira impressão não recaia sobre os visuais. Com tons cromados e cores metalizadas bem distante do colorido frenético dos jogos Japoneses, Unbounded tem tudo haver com recentes jogos como Burnout Paradise, para nomear um. Até a própria arquitetura e o local onde o jogo decorre, uma ilha na qual vamos ter que dar continuada a uma história ligada à conquista de território, transportar-nos imediatamente para uma cidade Norte Americana como visto nos mais recentes produtos feitos aclamados que chegaram ao mercado.
Outra das coisas que imediatamente se torna evidente é o alto nível de destruição que existe tanto nos carros como nos cenários. Ridge Racer sempre foi uma série com um "je ne sais pas de quoi" de tonto, em Unbounded tal fator parece receber homenagem na forma como os carros parecem tanques. Visualmente isto representa carros com um sistema de danos dinâmico, o dano surge de acordo com o ponto onde é aplicado, e na forma como os carros destroem todo o tipo de itens que surgem pelas pistas. É até engraçado ver os carros a destruir todo o tipo de materiais que estão nos passeios, como ornamentos em pedra por exemplo, enquanto derrapam por ali fora.
Este é um dos elementos fulcrais no cerne na jogabilidade e vai ainda mais longe, sim são mesmo tanques. Os carros conseguem destruir paredes para passarem por elas e servirem não como atalhos mas sim como rotas alternativas. Com uma sensação de velocidade estonteante e após uma derrapagem que parece sugerir estradas barradas de manteiga, investir sobre uma parede para destruir ainda mais os cenários é certamente algo que nos apelou. A Bugbear esclareceu que nem tudo é "à grande e à Francesa", apenas as paredes assinaladas podem ser derrubadas por estes carros.
Carros esses cujo design vai, também ele, mais ao encontro do que vimos em séries como Burnout e Need for Speed, fugindo aos moldes tradicionais dos produtos vindos do Japão. Tendo em conta que Unbounded se pretende colocar como uma entrada paralela na série principal, as conhecidas e familiares marcas presentes ao longo de toda a série também não devem estar aqui presentes.
Se Ridge Racer era sobre derrapagens, Unbounded é sobre destruição e até podemos mesmo atacar os nossos adversários para ver se ganhamos mais pontos quando estes se espetam em pontos específicos dos cenários. A BugBear está confiante que esta vai ser uma faceta marcante do modo para vários jogadores e quando se tem carros que reagem de acordo com a velocidade e direção do impacto, é normal que se aclame tal funcionalidade. Cada choque é diferente de todos os outros.
Como referido, o jogo está dividido por várias áreas, na demonstração vimos uma corrida a decorrer em Shatter Bay. A BugBear aclama que vamos ter centenas de pistas, entre percursos completos e rotas alternativas, tudo patrocinado pela destruição de elementos específicos ao longo das variadas pistas. Segundo foi revelado, o conteúdo no disco vai ser elevado, a ponto de "poder ser mau para o negócio" mas podemos contar com conteúdos adicionais após o lançamento.
A BugBear não se importa com as comparações com as séries de referência como Burnout pois a própria considera que não estão a tentar fazer um Ridge Racer tradicional, reconhecem mesmo que não são a equipa adequada para tal. O que pretendem é um jogo imediatamente intuitivo e divertido de jogar, algo acessível. No entanto, querem na mesma um determinado nível de profundidade pois procuram cativar novos fãs e não ser algo hardcore como tradicionalmente a série Ridge Racer é.
Quanto a modos de jogo o estúdio está a planear modos alternativos focados nas corridas simples e na destruição dos veículos mas mais vai ser revelado com o decorrer dos meses. O pretendido é que existam opções para todo o tipo de jogadores, dependendo também com o tempo que têm disponível, é a acessibilidade sobre a dificuldade de outrora.
Ridge Racer: Unbounded deixou-nos interessados. O afastamento dos moldes tradicionais tem potencial para fazer algo bom para a série. A forma como pega nos seus elementos característicos e os combina com jogo como Burnout parece estar a resultar em algo interessante. Certamente que vamos aguardar pelos próximos meses e ver se os pupilos conseguem algo à altura dos seus mestres.