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Saint Seya Sanctuary Battle - Antevisão

O regresso dos cavaleiros do Zodíaco.

Saint Seiya é uma série de anime popularizada no Japão em finais da década de oitenta pelos estúdios da Toei Animation. Em Portugal os Cavaleiros do Zodíaco puderam ser acompanhados inicialmente pela RTP, através do Canal 1 entre 1992 e 1993 e em 1999 na SIC. Masami Kurumada é o autor dos livros manga que estão na base da adaptação ao formato televisivo. Saint Seiya depressa se tornou num fenómeno da cultura anime japonesa, conquistando um estatuto especial que valeu à Toei diversas expansões da série assim como filmes.

Até aos videojogos foi um passo natural e previsível, inicialmente acompanhado pela Bandai. Primeiro, no final dos anos oitenta, quando foram editados dois jogos para a Famicom e mais tarde quando a Bandai disponibilizou para a sua portátil WonderSwan limitada ao Japão, mais um título com base nos episódios animados. De resto, só a partir de 2006 os jogos da Bandai passaram a ser publicados fora do território nipónico, até que a ligação da Bandai à Namco determinou um novo contexto na publicação dos jogos da série. Saint Seiya Sanctuary Battle, baseado na popular série de animação, nomeadamente na primeira temporada, irá levar até aos jogadores a árdua tarefa de Pegasus Seiya e seus companheiros, numa luta lado a lado contra os Gold Saints dos doze palácios para proteger e recuperar Athena.

No fundo estamos aqui perante uma adaptação de um videojogo de um produto televisivo, com o que isso tem de bom e de não tão bom. A expectativa não é por isso muito diferente do que sucede com os filmes ocidentais e por sabermos de antemão qual o desfecho destas produções, ficamos sempre de pé atrás quando recebemos um videojogo que pretende transmitir as emoções e sensações de uma série animada, mesmo se a mecânica de jogo oferece desenvoltura e sinais de motivação.

Sancuary Battle é um jogo que irá oferecer constante e plena acção com perspectiva na terceira pessoa. Um "brawler" à antiga que conjuga muita pancadaria e combinações de golpes normais e poderosos com elementos de role-play. A Dimps Corporation, cujo currículo revela produções anteriores da série, quis sobretudo reproduzir a dimensão dos combates e visuais da série animada e é isso que podem esperar de Sanctuary Battle.

Em termos visuais Saint Seiya Sanctuary Battle partilha uma aproximação muito grande com a animação. Por um lado é fantástico voltarmos a ver e controlar personagens como Pegasus Seiya, Dragon Shiryu, Andromeda Shun ou Phoenix Ikkei. Nas suas vozes originais em japonês emprestam uma natural profundidade, originalidade e até dramatismo ao momento, mas já não achamos o mesmo sobre a decisão de mudar o seu visual animé por um aspecto tridimensional, plastificado e algo barato das personagens, numa proposta que acaba por lhes amputar boa parte do carisma que conhecemos.

Por outro lado, as áreas que o jogador irá percorrer são essencialmente as ligações e os templos onde se encontram os Gold Saints. Entre as ligações terão muitos inimigos para combater, mas quer os exteriores quer os espaços interiores são lugares tremendamente vazios e pouco pormenorizados. A possibilidade de fazer cair pilares ou destruir certas secções não impede que os lugares por onde acontecerá acção à brava padeçam de caracterização.

Felizmente a acção abunda e aqui parece que chegamos aos típicos "hack'n slash" com montes de inimigos para afastar. Vagas de adversários sucedem-se à medida que nos aproximamos do templo para o confronto com o boss. Neste ponto a experiência fica mais interessante.