Saints Row: The Third - Análise
O jogo mais maluco do ano?
Mas ainda existem algumas missões que provavelmente nunca vão encontrar em outros jogos. Numa delas, temos que nos infiltrar num clube de BDSM e fazer de submisso, isto sem qualquer roupa (não se preocupem, aparece tudo pixelizado). Noutra, somos atacados por gangsters disfarçados de prostitutas enquanto dávamos uma festa na nossa suite. Nem todos poderão achar piada a este tipo de coisas, mas Saints Row também não é um jogo para todos, pois o seu humor é um gosto adquirido.
Este humor estende-se às próprias personagens, que apesar de serem bastante superficiais, são hilariantes de tão cliché que são. Zimos, um indíviduo de raça negra que é um proxeneta, é um excelente exemplo, referindo-se sempre às mulheres como "bitches", e sempre vestido com roupas vistosas e repleto de ouro. O enredo de Saints Row: The Third está cheio de personagens estereotipadas, não por falta de imaginação da Volition, mas porque é suposto ter piada.
Algo que me apanhou de surpresa ,foi a liberdade de tomar decisões nas missões. Não acontece sempre, mas em algumas delas é possível. Independentemente disto, o jogo tem um rumo a seguir e as vossas decisões poderão alterar, com a excepção da missão final que dá acesso a um final alternativo (depois de terminarem o jogo, podem repetir a missão final, não havendo necessidade de ter que jogar tudo de novo para ver o final alternativo)
Melhorar as habilidades da nossa personagem é importante para sobreviver aos embates com os gangues rivais, e as opções são mais que muitas. Quanto maior for o vosso respeito, maior serão as habilidades disponíveis para melhorar. Praticamente tudo pode ser melhorado, desde saúde, regeneração, durabilidade dos veículos, combate a resistência a balas.
Para melhorar tantas habilidades, vão precisar de dinheiro, montes dele. As missões principais dão boas quantias, mas se estiverem com os fundos em baixo, podem sempre completar as missões secundárias. Estas dividem-se entre assassinatos e roubos de carros. Espalhadas pelo mapa, existem outras missões como tráfico de droga, destruição com um tanque, entre outras, que são desbloqueadas após terminarem missões específicas da estória.
Continuando a tradição estabelecida em Saints Row 2, todo o jogo pode ser desfrutado em modo cooperativo, com um amigo ou com um estranho através do matchmaking. O novo modo "Whored", funciona da mesma forma. O seu nome tem como objetivo dar nas vistas, porém, acaba por ser uma desilusão, não passando de mais um modo em que enfrentamos várias vagas de inimigos.
Outra desilusão são os gráficos. Mesmo sendo um mundo aberto, Saints Row: The Third é demasiado básico, e dentro do género, já se fez bem melhor. A cidade, Steelport, é pouco apelativa e genérica, não é propriamente um sítio em que queiramos estar. Falha sobretudo em apresentar o carisma que as cidades de GTA conseguem ter. É pena, porque enquanto viajamos no nosso bólide todo quitado, o rádio tem uma boa banda sonora (destaque para "Power" de Kanye West), falta é o ambiente para combinar.
Para resumir, Saints Row: The Third é um jogo que nos coloca no meio de uma guerra entre gangues. Pelo meio, temos a oportunidade de fazer coisas completamente malucas que desafiam os limites da realidade. Existe uma estória, mas facilmente esquecemo-nos dela. Como recompensa, somos premiados com muito diversão.
Contudo, por muito divertido que seja, Saints Row: The Third fica aquém daquilo que poderia ter sido. De inovador não tem nada, e isso era algo fundamental para que a série pudesse sair da sombra de Grand Theft Auto. Se calhar alguns até preferem, ou vão ficar a preferir depois de jogarem, o título da Volition em relação ao da Rockstar, mas a verdade é que Saints Row: The Third apenas pega naquilo que já conhecemos e adiciona-lhe dildos e entradas a pés juntos em veículos. Com isto, ganha o título de jogo mais maluco do ano. Ou talvez não. Shadows of the Damned consegue exceder-se ainda mais neste aspeto.