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Sébastien Loeb Rally Evo apontado à simulação - Antevisão

Jogámos o título da Milestone e recolhemos impressões positivas.

E continuamos na onda dos jogos de condução automóvel, desta feita com Sébastien Loeb Rally Evo, da italiana Milestone, presente na E3, no espaço da Namco Bandai, com bastantes novidades e uma versão demonstrativa mais avançada. Temos por isso um estilo de condução muito diferente do que pudemos experimentar em Forza Motorsport 6. Sébastien Loeb Rally Evo foi o nosso primeiro compromisso na E3, mal abriu o evento, na terça-feira, às 12 horas, quando as portas do Convention Center se abriram.

Em termos de experiências baseadas na condução, curiosamente esta E3 não foi profícua em muitas novidades. Os títulos mais sonantes foram Forza Motorsport 6, disponível no stand da Microsoft para um primeiro contacto com a demonstração e o novo Need For Speed, este no espaço da Electronic Arts, também com um estilo de condução muito específico, apontado à velocidade e estilo na abordagens às curvas, com muito "tunning" pelo meio. De Gran Turismo é que nem um sinal.

Mas é sempre bom quando se pode jogar as novidades e embora tenhamos experimentado pela primeira vez o jogo que ostenta na capa o piloto nove vezes campeão do mundo de ralis há alguns meses no evento Level Up em Espanha, desta vez, sentados numa "backet" montada pela Milestone, descobrimos um jogo muito diferente, melhorado, e bem alinhado no campo da simulação, garantiu-nos Andrea Giloto, antes de acelerarmos numa nova especial, criada especialmente para a E3, em San Remo. O sénior product manager da Milestone alerta-nos para a necessidade de pressionarmos o acelerador com moderação e sermos suaves na viragem do volante, sob pena de reacções rápidas do nosso carro, o Citroen que juntamente Sébastien Loeb formou uma unidade corporal memorável.

Em termos gráficos SLRE não anda muito atrás dos melhores jogos de carros para a nova geração, ainda assim, na super especial em LA é necessário mais algum tratamento nos carros adversários.

Enquanto salienta ser este jogo de ralis um contendor no campo da simulação, juntamente com o novo avanço em termos gráficos, fruto do desenvolvimento em exclusivo para a nova geração de plataformas, Giolito refere que desta vez é intenção do estúdio competir com os melhores jogos de condução existentes no mercado. Para muitos jogadores, não é fácil dar por aceite uma afirmação destas. Na verdade, durante muitos anos a Milestone cuidou da licença WRC, juntamente com outras, mas os resultados dessas produções nunca encontraram uma fasquia de qualidade similar à de outras séries.

Talvez por isso ainda custe a sair algo que seja uma tentativa de chegar mais perto dos melhores e assim convencer os fãs. Embora seja cedo para asseverar o resultado final, diria que, em função do que pudemos jogar, talvez este seja o jogo mais ambicioso da Milestone, dentro do género, em anos. Ainda há muito para melhorar e o próprio manager refere que a condução ainda requer mais equilíbrio, mas apesar da necessária produção gráfica e física que ainda urge cuidar, o jogo parece caminhar na direcção certa.

Em termos de feedback e resposta às nossas solicitações, Sébastien Loeb Rally proporciona uma condução mais entusiasmante e genuína, aproximando-se da verdadeira condução de um carro de ralis. Embora pudesse escolher as duas pistas anteriormente disponíveis (Austrália e Suécia), foi nos troços em San Remo e na super especial montada em Los Angeles mesmo ao lado do Stapples (casa dos LA Lakers), ambas novidade, que mais proveito tirei da condução.

Todas as especiais do jogo são mais longas do que era normal encontrar em WRC. Para as completar poderão precisar facilmente de 4 a 5 minutos, por vezes mais, dependendo das condições atmosféricas. A especial em San Remo, toda em asfalto, revelou-se particularmente desafiante, ilustrando como é necessária uma condução cautelosa, com travagens atempadas e ponderação no uso do acelerador. Acelerar a fundo e travar em cima da curva são duas vias para acabar depressa fora da pista e de encontro às árvores. Para além do posicionamento certo do carro em pista antes da travagem, é necessário abrandar e acelerar suavemente. É necessário algum tempo até nos habituarmos ao comportamento do carro, mais seguro quando conduzimos dentro dos limites, mas absolutamente imprevisível fora deles.

A Milestone vai entregar especiais passíveis de serem percorridas em diferentes momentos do dia (manhã, tarde, pôr-do-sol, noite), sem ser possível mudar a hora.

Com imensos ganchos, curvas cegas, rápidas e lentas, nunca me concentrei tanto numa especial numa especial desenhada pela Milestone como nesta. A leitura das notas impostas pelo navegador é essencial e demonstrativa da exigência da curva. Os separadores e limitadores da pista não deixam grande espaço de manobra e os erros não são tolerados. Em termos gráficos, assiste-se a uma boa evolução. As especiais apresentam bons efeitos de luminosidade e o nível de detalhe das florestas e pinturas no asfalto (as linhas brancas) é bastante realista, mas detectamos pouca variedade de ambientes dentro da mesma especial, como se o padrão de design se mantivesse ao longo de quilómetros.

Claro que para a condução mais realista e próxima da simulação, muito contribuíram a "backtet" e o volante da Thrustmaster, oficial PS4. Com este acessório requer-se moderação nas viragens, ainda que isso não exclua a necessidade de correcções, com a sensação de bastante trabalho de mãos dentro da especial. Obviamente que passando para o "pad" a experiência torna-se mais limitada, mas nem por isso muito menos estimulante. A outra pista que experimentamos, a super especial em Los Angeles, consiste numa novidade guardada para o evento e disponível pela primeira vez.

Disputada sob a forma de ralicross, isso significa que o jogador irá competir contra vários adversários (podendo ser carros controlados pela inteligência artificial) cumprindo várias voltas ao circuito, numa corrida onde todos os carros partem da grelha. Numa mistura de terra e asfalto, com alguns saltos pelo meio e curvas do género cotovelo, a oportunidade foi boa para desenvolver ainda mais a condução do carro, embora tenhamos encontrado alguma dificuldade em encontrar aqueles poderosos "drifts" desencadeados com a activação do travão de mão. Mas à saída das curvas dava para sentir a tracção das rodas e a aquisição rápida de velocidade. Com bastantes acidentes e uma necessidade óbvia de melhorar o comportamento da inteligência artificial, ainda urge efectuar melhorias e mudanças neste aspecto em particular.

Andrea Giolito sabe que Montalegre é normalmente visitada pela caravana do mundial de ralicross (que integra Mathias Ekstrom, o piloto sueco da Red Bull que também faz o DTM), mas quando lhe perguntei se viria a estar disponível conjuntamente com Lousada ou Baltar num futuro DLC, o manager da Milestone não me proporcionou a resposta que gostaria de ouvir, remetendo para futuros anúncios sobre o jogo. De resto, continuamos a saber que o jogo terá especiais nocturnas, 300 quilómetros de pistas, 8 diferentes ralis e a clássica Pikes Peak, na qual os jogadores poderão recorrer ao Peugeot utilizado pelo campeão que lhe permitiu alcançar o melhor crono mundial.

Haverá uma espécie de escola Sébastien Loeb, para os principiantes, precedendo um modo de jogo que os produtores encaram como dominante: a experiência Sébastien Loeb, mas desses modos nada vimos. Haverá mais de 50 carros, originais e de diferentes marcas, entre clássicos e actuais contendores no mundial. Inspirados pela lenda e pelo talento do campeão com mais títulos na história dos ralis, nunca a Milestone esteve tão perto de chegar à frente no segmento dos jogos de condução. Algo decepcionados com a derivação da licença WRC, os jogadores que gostam de ralis esperam hoje por um jogo com qualidade, capaz de lhes proporcionar o feedback desejado: uma experiência autêntica, realista e bem produzida. A fasquia está alta e o tempo para melhorar o jogo vai sendo cada vez menor até ao lançamento. Mas pelo que joguei há razões para manter a confiança no que poderá ser um bom trabalho.

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