Senran Kagura Burst - Análise

Não é à toa que os japoneses são considerados comummente como a nação mais pervertida do planeta. Tenho plena consciência que isto não passa de um estereótipo, mas quando nos deparámos com jogos como Senran Kagura Burst, não é difícil perceber o porquê deste pensamento em relação aos japoneses. A verdade é que em mais nenhum país do mundo vemos jogos como estes a serem criados e a serem recebidos alegremente por uma base de fãs considerável (esta versão Burst superou o original, que já tinha vendido 50.000 unidades na semana de lançamento no Japão).

Senran Kagura Burst não pode ser considerado pornográfico; erótico e desinibido são palavras mais apropriadas. Digo que não é pornográfico porque não existem cenas de sexo nem vemos as raparigas nuas, no entanto, seios grandes a saltitar e trajes curtos são comuns. Isto só acontece em momentos específicos. Um caso é o guarda-roupa, em que podemos trocar os fatos desbloqueados e ver as raparigas em fato de banho. Aqui é possível mexer com o modelo da personagem para cima e para baixo causando que os seios saltitem (e adivinhem, as raparigas começam a gemer), assim como fazer zoom para ver melhor.

O guarda-roupa é o momento em que Senran Kagura Burst chega ao seu ponto mais pervertido. Na sua maioria, até que não é um jogo fora do normal, se excluirmos os momentos em que as raparigas se transformam em Shinobi e mais uma vez ficam em fato de banho, e quando as roupas se começam a rasgar com os danos (isto é algo que até podia ser aplicado em outros jogos para aumentar o realismo, mas dada a intenção por detrás da criação do jogo, é óbvio que os danos nas roupas não são para aumentar o realismo, se é que me entendem).

Acreditem ou não, mas Senran Kagura foi criado com a ideia de ver seios em 3D. Defendo que quando chega o momento de avaliar um jogo, devemos nunca esquecer o seu propósito, isto é, qual é o objetivo, aquilo que se propõe a alcançar. Se o objetivo de Senran Kagura era mesmo possibilitar a visualização de seios em 3D, devo dizer que passa com excelência no teste. O efeito 3D está muito bem conseguido e dá de facto ênfase aos peitos.

Senran Kagura Burst é como se fosse um grande fetiche. Como personagens temos claro um bando de raparigas bonitas e com grandes atributos, que ainda andam na escola (não é uma escola normal, é uma escola de Shinobis, ou ninjas se preferirem) e os textos têm por vezes jogos de palavras com insinuações. Cada uma destas jovens Shinobis têm um pergaminho com técnicas secretas que devem proteger a todos os custos, logo o sítio mais seguro para o esconder é... no meio dos seios? Parece estranho, mas esta é a lógica aplicada neste jogo, obviamente para provocar os jogadores.

Mas tirando a oportunidade de ver jovens quase-nuas, o que podem esperar encontrar em Senran Kagura Burst? Na sua base é um hack and slash lateral em que enfrentamos dezenas de inimigos de uma só vez, como em Dynasty Warriors. Na escolha de Shinobis temos várias missões para cumprir, algumas opcionais e outras que progridem a história. No fim das missões somos classificados num ranking por ordem alfabética (D, C, B e A) e as personagens sobem de nível e ficam mais fortes com a experiência ganha. O sistema de progressão é simples e direto, não podemos escolher em quais estatísticas distribuir os pontos, isto é feito automaticamente.

Se avaliássemos o jogo apenas pela capa, seria de esperar que a história abordasse orgias e outras cenas picantes, mas inesperadamente toca nos temas da amizade e é bastante inocente na maioria das vezes. Na maioria das vezes porque há uma das Shinobi que gosta de tocar nos seios das suas amigas, mas excluindo isto, não há nada de sexual. É inesperado, é como se houvesse duas facetas, uma picante e pervertida, e a outra inocente. Ou se calhar a parte de ser "inocente" faz parte da parte picante e pervertida.

A história tem duas facetas, em sintonia com o conceito yin-yang. De um lado jogamos com a escola de Shinobis boa (no sentido no moral, não desviem o pensamento para esses lados!), do outro temos a escola má, que não tem problemas em usar as técnicas ninja para praticar ações moralmente condenáveis. Ao um dado momento, as escolas entram em guerra. Torna-se interessante conhecer ambos os lados da história e cada uma das personagens, e no final percebemos mesmo no mal existe bem, nem que seja um pouquinho. A apresentação da narrativa é que podia ser mais cativante, ler texto num ecrã preto torna-se aborrecido e as falas das personagens tanto podem ser engraçadas como mesquinhas.

É possível mexer com o modelo da personagem para cima e para baixo causando que os seios saltitem"

A jogabilidade é fluída, o que se pede para um jogo deste género. Com o efeito 3D ligado, que é assim que deve ser jogado para um maior festim visual (nos dois sentidos), notei algumas quebras na fluidez mas nada de grave. O combate é feito pela combinação entre dois botões mas a liberdade para combos é pouca no início, mas quanto mais fortes ficam as personagens, mais combos vão desbloquear e as combinações vão aumentando. Consegue ser bastante divertido, e a variedade de personagens é boa (seis de cada lado), não só para que possam encontrar uma rapariga ao vosso gosto mas também para criar variedade no combate. Os combos variam ligeiramente de personagem para personagem, estando a maior diferença na técnica Shinobi mais poderosa, que é ativada carregado no Y juntamente com o botão esquerdo no ombro da portátil.

As missões não são muito longas, encaixando perfeitamente no espírito dos jogos portáteis, ideal para ser jogado durante 5 minutos e desligar. Se jogarem em curtas sessões, a longevidade será muito positiva. Existem duas campanhas para completar com muitas missões secundárias, uma quantidade absurda de fatos para desbloquear, entre outros bónus, como imagens das raparigas e músicas. Depois de terminadas todas as missões com ranking A, têm o desafio de as completar em modo Frantic, mais uma perversão de Senran Kagura Burst. Para ativar este modo, devem carregar no L e R no início da missão. Feito isto, as raparigas ficam em roupa interior, o ponto positivo é que ficam muito mais fortes, o negativo é que ficam mais vulneráveis a danos.