Ainda se lembram de Shadow of the Beast?
Foi anunciado para a PS4 na Gamescom 2013 e reapareceu esta semana num evento da Sony em Londres.
É compreensível que não saibam o que é Shadow of the Beast, afinal, o jogo foi apresentando ao mundo na Gamescom de 2013 e desde então que desapareceu por completo sem deixar rasto, o que naturalmente conduziu a que muitos se esquecessem dele. Mas posso garantir que o jogo está vivo e ainda continua em produção. Shadow of the Beast reapareceu do nada esta semana num evento da Sony em Londres dedicado aos jogos digitais para a PlayStation 4 e foi um dos títulos que assumiu a cabeça de cartaz.
Com tanto tempo decorrido entre o anúncio e a data de hoje, garantidamente estão a pensar que o jogo está prestes a ser lançado ou pelo menos muito próximo de estar concluído. Errado, neste momento Shadow of the Beast está em pré-alpha, o que é o mesmo que dizer que ainda falta consideravelmente algum tempo antes que esteja pronto para chegar às mãos dos jogadores. Bem, pelo menos não foi cancelado como alguns pensavam, contudo, ainda sabemos muito pouco acerca deste título para a PS4, apenas que é um remake dos jogos com o mesmo nome que foram lançados para a Amiga e nada mais.
O responsável pela existência deste remake é Matt Birch, o diretor criativo, um grande fã do Shadow of the Beast original. Na apresentação, Birch confessou que desde que jogou o original que sempre quis criar a sua própria versão e que desde então as ideais não pararam de fluir, até que a Sony, mais especificamente o estúdio Xdev, que ajuda pequenos produtores a concretizarem a sua visão criativa, deu luz verde ao projeto.
Felizmente, não foi só palavreado e no evento houve a oportunidade para experimentar uma curta demonstração para conhecer quais são os pilares centrais de Shadow of the Beast. O diretor criativo alertou que a demo estava em pré-alpha, o que explica a clara falta de polimento em vários aspetos, nomeadamente algumas animações trouxas e soluços na jogabilidade. O jogo ainda está longe de estar terminado, por isso, nada disto é realmente chocante e não há motivos para preocupações.
Mas vamos ao que interessa, o que é Shadow of the Beast? Tal como os originais, neste remake para a PS4 controlamos uma besta poderosa que com apenas alguns golpes é capaz de desmembrar outras criaturas como se fossem manteiga. Na versão original, a besta era originalmente um humano que foi corrompido por magia negra para servir Maletoth, o rei das bestas, mas que um dia descobre a sua verdadeira identidade e resolve procurar vingança, o melhor argumento para justificar um jogo sangrento como este.
"Mal comecei a jogar tive um flashback de God of War"
Mal comecei a jogar tive um flashback de God of War. Embora Shadow of the Beast preceda por longos anos a aventura da Sony Santa Monica, parece-me que esta versão moderna de Shadow of the Beast foi buscar inspiração aos jogos de Kratos, não só pela violência e sangue contidos, mas porque a própria jogabilidade segue um ritmo e tem mecânicas que lembram God of War. A grande diferença é que a ação aqui acontece numa perspetiva lateral, apesar dos gráficos serem tridimensionais.
A primeira fase da demo colocou-me a combater contra várias criaturas em simultâneo, o que serviu para me familiarizar com o combate. Em termos de controlos, existe um botão para atordoar (quadrado), outro para atacar (triângulo) e mais um para agarrar (círculo). Para a defesa, um dos botões no ombro do Dualshock 4 serve exclusivamente para defender enquanto o outro botão da mesma área serve exclusivamente para contra-atacar, requerendo que carreguem nele no momento certo. Também há QTEs violentas à mistura no combate.
O que há de diferente comparativamente a God of War é que a besta que controlamos é capaz de libertar um ataque devastador à sua volta que elimina qualquer ameaça próxima. Este ataque está dependente de uma barra que vai enchendo gradualmente à medida que combatemos. Quando a barra fica cheia, podemos libertar um ataque em que a besta invoca dezenas de espinhos à sua volta limpando todos os inimigos no ecrã.
Passando para a segunda parte da demo, os combates foram substituídos por secções de plataformas. A besta sem nome que controlamos consegue subir grandes paredes graças às suas garras afiadas que penetram a superfície. De igual modo, as garras também servem para descer lenta e seguramente longas paredes. Nesta fase também houve oportunidade para dar uns saltos entre plataformas, mas nada de elaborado ou desafiante. É cedo para dizer se as secções de plataformas serão uma parte importante ou apenas uma forma de ligar as fases de combates.
"É cedo para criar qualquer expectativa palpável e segura de Shadow of the Beast"
Também é cedo para criar qualquer expectativa palpável e segura de Shadow of the Beast. O que foi mostrado soube a pouco e não foi suficiente para ficar com uma impressão elaborada e concisa. Mas Matt Birch, o diretor criativo, está sem dúvida entusiasmado com o seu projeto, ao ponto que quase lhe escapava uma lágrima de alegria e entusiasmo durante a apresentação, uma situação que nunca antes tinha presenciado desde que comecei a escrever sobre videojogos. Portanto, sabemos que a pessoa a cargo do projeto partilha uma inocência e paixão que não é comum encontrar com esta intensidade na indústria, o que é um sinal positivo.
Se estão entusiasmados com Shadow of the Beast e queriam saber mais informações, temo que por agora é tudo o que temos para partilhar. A impressão que permaneceu depois de jogar é que este será um jogo com cenários épico de grande escala e com combates extremamente violentos, no entanto, precisávamos de ver e jogar mais para sabermos se tem real potencial. Por enquanto ainda não há data de lançamento.