Lara não precisa levar tanta coça
Lara não precisa levar tanta coça
Lara não precisa levar tanta coça
Uma das coisas mais fantásticas do reboot de 2013 foi assistir à transformação de Lara Croft em jovem inexperiente, numa exploradora cada vez mais firme e ciente do que precisa fazer. O processo foi cravado a sangue, suor e lágrimas, mas no final de Tomb Raider, de 2013, Lara já mostrava ser aquela personagem que conhecemos, capaz de envergar o título de Tomb Raider. Ela passou, autenticamente, pelo inferno e sofreu imenso, algo que voltou a acontecer em Rise of the Tomb Raider, mas será que é preciso continuar a insistir na mesma tecla? Será que ela já não sofreu e gritou o suficiente?
Parte da personalidade do jogo de 2013 foi mesmo assistir ao castigo e dor que toda a sua inocência lhe causou, mas no final do jogo não era mais a mesma mulher. Até o próprio arco e flecha, uma das mecânicas inovadoras e diferenciadoras na série, foram lentamente substituídas pelas armas de fogo, ao longo do jogo, até termos mesmo no final o vislumbre da exploradora firme que usa as duas pistolas ao mesmo tempo. No entanto, a sequela mostrou Lara a gritar e a sofrer em igual dose, o que acabou por tornar a sua dor quase banal. Parecia que todos aqueles momentos que nos espantaram e prenderam ao primeiro, estavam a ser recriados para chocar apenas porque sim.
As formas brutais e violentas com que Lara é castigada pela natureza selvagem, pelos animais, pelos inimigos, foi fantástico no primeiro, mas no segundo já deixou uma sensação de exagero. Ela já demonstrou que amadureceu e que levou muita porrada, agora talvez seja hora de mostrar que amadureceu o suficiente para evitar a grande maioria dos gritos.