Shadows of the Damned
Visita ao Inferno de Suda51 e Mikami.
O que acontece quando duas mentes brilhantes como Shinji Mikami e Suda 51 juntam-se para produzir um videojogo? A resposta é Shadows of the Damned. E o resultado é qualquer coisa de fantástico.
Mas não nos precipitemos, comecemos pelo princípio. Shadows of the Damned conta a história de Garcia Hotspur, um caçador de demónios cheio de tatuagens e cicatrizes, que vê a sua namorada, Paula, a ser raptada pelo rei dos demónios, Flemming, que a leva para o inferno. Como qualquer homem apaixonado, Garcia está disposto a dar tudo por tudo para recuperar a sua amada.
Cliché? Sim, talvez. Porém isto não é a vossa tradicional história de amor, nem sei se é correto atribuir esta classificação, porque de romântico há muito pouco. Logo no começo vemos a nossa namorada a ser enforcada, e ao longo da nossa passagem pelo inferno presenciaremos cenas inacreditavelmente macabras.
Não pensem que Shadows of the Damned é um survival horror porque não o é. Se tivéssemos que inseri-lo num género, teria que ser nos third-person shooters. E embora seja realmente um third-person shooter, resumir este jogo desta forma é, de certa forma, banalizá-lo, porque Shadows of the Damned sai fora "da caixa". Aqui temos uma caveira falante chamada "Johnson" (até ver o vídeo em baixo não tinha pensado no outro significado deste nome na língua inglesa) e armas chamadas "Boner" que depois se transformam em "Hot Boner", e a seguir em "Big Boner".
Então o que é Shadows of the Damend? É uma pergunta difícil de responder, para mim é um jogo estranho mas que ao mesmo tempo consegue ser brilhante e incrivelmente divertido. É um jogo sem meios termos, ou se gosta ou não gosta, porque o seu estilo é muito próprio e certamente não apela às massas. Dito isto, muitos provavelmente não irão achar piada nenhuma e apelidarão Shadows of the Damned de estúpido e sem sentido.
Para desfrutar em pleno deste título, não podemos encará-lo de uma perspetiva séria. Praticamente todas as frases são sarcásticas, perversas ou contêm algum tipo de gozo ou crítica, e quase todas provêm da nosso companheiro Johnson. Esta caveira, com um sotaque britânico, é hilariante e desempenha uma função crucial, manter o jogador entretido. Johnson é mais que o nosso companheiro, é também uma espécie de comentador/comediante que nunca deixa o aborrecimento entrar em Shadows of the Damned.
Para além disto, Johnson é ainda a nossa arma. Pensem nele como um canivete suíço, tanto pode ser uma simples tocha para iluminar o caminho, como a seguir pode transformar-se numa pistola, caçadeira ou metralhadora ou até mesmo mota.