Shaun White Snowboarding
Grinds e saltos mortais na alta montanha!
E nem mesmo as habilidades especiais, os “power focus”, facilitam o alcance das moedas, pois para aplicar cada poder especial há que ter o medidor em pleno e não é fácil descortinar barreiras e árvores tombadas para fazer grinds perfeitos e outras manobras. Por outro lado, as outras provas espalhadas pela montanha não obedecem ao mesmo esquema, sendo permitido repeti-las se no final o resultado não for o esperado. Nesta progressão o jogo é mais tolerante e aberto à realização de acrobacias que acrescentam outro entusiasmo, especialmente pela diversidade de provas, que tanto pode ser uma corrida entre oito participantes, como passagem pelo meio das bandeiras ao jeito das partidas em máquinas arcada.
Outras provas, porém, como a de coleccionar guitarras ao longo de um tempo limite encravam à custa de algumas lacunas na jogabilidade, mais precisamente a falta de velocidade do desportista, pois não se percebe que tendo feito uma descida acentuada e depois de encontrar uma pequena rampa, incompreensivelmente a velocidade se reduza abruptamente, levando o jogador a repetir o exercício vezes sem conta até descortinar o pequeno “momento chave” que tece a diferença de um salto com êxito.
A jogabilidade nem arcade ou realista, move-se por um ponto intermédio no qual os movimentos da personagem se executam com simplicidade e indiscutível prazer nas cambalhotas e acrobacias depois dos saltos, mas a manifesta falta de velocidade, mesmo nas descidas mais a pique, fica longe de se comparar com a sensação realista que outros jogos do género como Amped conseguem atingir. Visualmente SWS é um jogo empenhado e com alguns pontos de relevo. No pico da montanha quase se prova a frescura, limpidez e pureza do ar, enquanto que o deslizar pela neve deixa um rasto bem no encalço de uma animação realista, particularmente nas acrobacias através de movimentos suaves, bem colhidos e fiéis ao que se pode observar em provas verdadeiras do género.
Nesse percurso descendente pela montanha há provas para múltiplos jogadores, com um máximo bastante apreciável de 16 snowboarders. Aqui todos podem explorar conjuntamente através das habilidades costumeiras e atirar bolas de neve para atrasar os mais lestos (como se executa no modo individual), mas há também um conjunto de provas que puxam por uma competição mais empenhada e divertida. Apesar disso as falhas no esquema de controlo como saltos falhados de modo incompreensível voltam aqui ao de cima. Superadas essas incidências, há neste caso uma boa margem de diversão. O elenco de faixas que compõe a banda sonora merece destaque e é louvável o esforço para garantir ritmos sempre em grande saídos de bandas como os Black Rebel Motorcycle Club, Run-Dmc, Sweet, Harry Nilsson (Jump Into the Fire), entre muitos outros.
Ainda assim e tal como dito no início, SWS é um jogo que alimenta uma grande expectativa e aspira a um dos melhores jogos da categoria, propondo um bom conjunto de montanhas (apesar da estrutura algo similar em todas), mas que acaba por prejudicar uma experiência por vezes divertida através de uma repetição permanente de backtracking não muito habitual nestas andanças. O esquema de jogabilidade, quando desenvolvido de livre vontade e como o jogador melhor entender tem os seus pontos de interesse. Contudo, na execução de algumas provas há falhas que sobressaem e só com alguma paciência e adequação ao efeito tentativa e erro se pode seguir em frente. Ou seja, parte com uma boa ideia, mas não é capaz de a cumprir.