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Shaun White Snowboarding: World Stage

Pranchas pelos ares!

Por seu turno o compromisso entre a balança e o comando é o que garante uma participação mais autêntica e intuitiva. As funções do Wii remote respeitam aos botões A e B, indispensáveis para realizar um considerável número de truques. Na prática e perante uma quantidade tão grande de acrobacias aéreas, muitas vezes nem se tem a certeza de qual o movimento que se está a executar, já que as possibilidades de combinação entre os botões A e B e as pressões exercidas nas diferentes zonas da balança são imensas. A partir da aquisição e domínio dos conceitos básicos atinge-se um ponto de diversão notável. Desde logo há que encadear os truques e acrobacias aéreas com a realização dos saltos e aterragens na neve. Neste caso, depois de criarem efeitos especiais, exercendo pressão em diferentes zonas da balança, devem orientar a prancha para uma posição plana e de pleno equilíbrio, como se estivessem a pousar um avião. Uma queda lateral e mal amortecida provoca um tremendo tombo e a total perda de pontos acumulada desde a última acrobacia.

A quantidade de eventos no modo carreira é apreciável, já que a progressão é curta e não se galgam posições com tanta facilidade a partir da meia centena de lugares. As provas são variadas e ainda que na maioria predomine a realização de acrobacias, seja numa descida ou num “halfpipe”, noutras vezes o objectivo é mesmo ser o mais rápido a cortar a meta. Diga-se que para saltar e fazer uma acrobacia na balança não precisam de saltar literalmente. Uma simulação de impulsão dos pés na crista da neve e no momento oportuno é mais do que suficiente para projectar o desportista a grande altitude. A partir daí a pressão com os pés em diferentes zonas da balança abre um naipe formidável de truques e habilidades. No momento final do salto devem estabilizar a prancha. Por outro lado, nas provas de velocidade, um maior peso do corpo na zona frontal da balança incrementa a velocidade, numa sensação bastante realista e bem executada conjugada com as trajectórias em curva, em função de uma maior pressão exercida na parte posterior do lado direito e esquerdo da balança.

À partida para uma prova podem escolher um diferente atleta, dependendo das qualidades e atributos que pretendem dar ênfase e ainda terão um poder especial fornecido por um comparsa que pode ser utilizado no decurso da corrida. O “power up” fica disponível assim que recolherem um conjunto de símbolos deixados em zonas específicas da montanha. Estes poderes especiais facilitam a realização de algumas acrobacias mas fundamentalmente aumentam a pontuação e podem desequilibrar no desfecho das corridas.

Os half-pipes proporcionam mais acrobacias.

Novas localizações foram acrescentadas, tendo agora mais países à disposição, com cenários diurnos e nocturnos concebidos dentro dos moldes em que se organizam as provas do género e com um design agradável e apelativo (com uma forte tendência para a animação), destacando-se a descida em Paris, com a torre ataviada à noite sempre em fundo. Os movimentos dos atletas seguem bem representados e mesmo que não seja assinalável o grau de detalhe e pormenorização das montanhas nota-se que o jogo está orientado no sentido de favorecer a experiência em termos de velocidade e criação de truques.

Contudo e apesar de suficientemente largo em termos de carreira, sobretudo na busca pela liderança do ranking há um certo sentido de repetição que se esbate numa fase mais avançada do jogo. Sentir-se-ão muitas vezes a lutar pelos mesmos feitos, repetidamente, tentando alcançar o primeiro lugar, indispensável para pular mais um lugar. E nessa fase começa a escassear a oferta, com poucas alternativas para lá do “hot seat” em “versus”, ainda que num assomo possam ser desbloqueadas novas personagens e um guarda-roupa volumoso. A música aqui escolhida colhe mérito por se ajustar à modalidade, com temas de agradável ritmo e bem moldados às descidas vertiginosas pejadas de acrobacias. Shaun White Snowboarding: World Stage nesta versão para a Wii é seguramente uma das melhores opções do género. Desfrutado apenas com o controlador Wii remote a experiência fica aquém de estabelecer uma inovação no género, mas tendo por base a utilização da balance board em colaboração, proporciona um despique inovador, altamente apelativo e simples de executar, numa clara recuperação das memórias dos salões de jogos.

7 / 10

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