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Shinobi - Análise

"Este é o meu estilo ninja".

As magias ninja também estão incluídas, em quatro tipos diferentes, e com efeitos distintos. A fire magic (fogo) inflige dano a todos os inimigos no ecrã, a earth magic (terra) ativa um sistema para bloquear de forma automática, a storm magic (relâmpago) torna Jiro imune aos próximos três ataques, e finalmente a water magic (água) que aumenta a velocidade de Jiro, assim como o alcance dos seus saltos. Apenas podemos utilizar uma destas magias de cada vez, mas podemos recarregá-la com uns pergaminhos escondidos nos mapas. Apanhar uma vida extra também recarrega a nossa magia.

No geral os níveis conseguem ser divertidos, à medida que as nossas habilidades vão aumentando, que neste caso significa repetir o nível várias vezes. Não existe grande variedade de obstáculos, apesar de nós próprios possuirmos bastante variedade de mecânicas ao dispor. Volto ao mesmo, nunca que o jogo nos coloca numa posição de escolha. Existem algumas sequências de navegação em níveis desenhados de forma diagonal, e que têm muito bom aspeto com o efeito 3D. Apenas nos podemos mover em duas direções, enquanto navegamos automaticamente no topo de coisas como um cavalo ou um carro. É diferente, mas o único verdadeiro objetivo é desviarmo-nos dos obstáculos, e por isso torna-se rapidamente repetitivo.

Salto duplo permite enviar uma chuva de Kunais

Em relação à narrativa nem sei bem o que dizer, começamos numa vila no Japão tal como referi, e depois de alguma forma somos transportados para o futuro. É claro que os produtores quiseram oferecer variedade nos cenários, mas pelo menos podiam explicar melhor os eventos. As "cutscenes" são em estilo animado, como um quadrado de banda desenhada, e apresentam sempre frases com um sentido duvidoso. As vozes são terríveis e as mensagens são sempre ambíguas. Enfim, felizmente estes não são os aspetos pelos quais jogamos uma aventura de Shinobi.

Shinobi sempre incluiu um sistema de pontuação (score based game), e esta versão portátil não é exceção. À medida que vamos eliminando os adversários, vamos ganhando pontos. O contrário também é válido, os golpes que vamos recebendo durante os confrontos também nos retiram pontos. Os combos ativam multiplicadores que aumentam a pontuação exponencialmente, assim como a rapidez com que acabamos o nível também influencia a classificação final. Finalmente, de referir que a utilização exagerada das magias ninja reduz a pontuação final.

Estes pontos que vamos acumulando servem para desbloquear uma série de extras, e ainda existe um sistema de achievements para os mais dedicados. Estes são uma forma comum de incentivar a repetição e o prolongamento do tempo de jogo para além da aventura principal, que diga-se, apesar de ter apenas oito níveis, pode demorar alguns dias a ultrapassar.

Segmentos em que temos que evitar os obstáculos.

O aspeto gráfico animado gerou alguma controvérsia quando o primeiro trailer foi exibido. Pessoalmente gostei bastante da direção artística e estética geral de Shinobi, apesar de a nível gráfico o jogo ficar aquém da expectativa, com algumas texturas que parecem ser de geração passada. Shinobi não é o melhor título para a portátil da Nintendo a tirar partido do efeito 3D, mas também não atrapalha, oferecendo uma agradável profundidade aos cenários, e duplicando a sensação de perspetiva nos segmentos de obstáculos.

Provavelmente, esta terá sido a pior altura possível para o lançamento de Shinobi. Com todos os recentes lançamentos de títulos de peso para a 3DS, o jogo poderá ficar esquecido, ofuscado por um certo canalizador. Ainda assim, Shinobi está longe de ser um jogo para o público geral, é um jogo "old-school", desenhado de forma a recriar a sensação que o original transmitia. Não é um título amigável para pequenas sessões de jogo, e julgo que merecia pelo menos mais polimento. A sua fórmula começa a acusar a idade, mas é um excelente título para todos aqueles que se estão sempre a queixar que os videojogos são demasiado fáceis hoje em dia.

6 / 10

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