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Shovel Knight - Treasure Trove: tesouro de píxeis

Duas novas personagens e duas campanhas chegaram mais cedo à Switch.

Produzido pelo estúdio californiano Yacht Club Games (fundado por membros do WayForward), Shovel Knight foi lançado em 2014 como jogo multiplataformas, depois de um ambicioso projecto de "crowdfunding" que resultou em pleno. O jogo bebe influências dos clássicos 8 bit como Mega Man, Duck Tales e outros jogos de plataformas 2D dessa época, mas ao mesmo tempo injecta um conjunto de mecânicas exclusivas e um design fabuloso, juntamente com uma trilha sonora memorável, que em conjunto fazem desta uma experiência não apenas nostálgica mas também magnífica do ponto de vista da jogabilidade. Se o sangue retro flui nas vossas veias e ainda não jogaram Shovel Knight, deviam encostar-se a uma parede para serem fuzilados.

Podem ler (ou reler) por aqui a nossa análise a Shovel Knight, de modo a ficarem com uma ideia sobre o que vos espera caso comprem a edição Treasure Trove para a Nintendo Switch. Dentro de algum tempo esta edição que abarca uma nova campanha de Shovel Knight, assim como duas aventuras adicionais com outros protagonistas; Plague Knight e Specter Knight chegará às restantes plataformas nas quais o original também saiu, de forma totalmente gratuita.

Specter of Torment funciona como prequela de Shovel Knight.

As três campanhas podem ser desfrutadas separadamente. Mas como o jogo contempla imensos espaços de gravação podem pausar uma campanha e continuar outra, desde que utilizem os respectivos saves. Fica ao vosso critério a possibilidade de jogarem as campanhas ao mesmo tempo ou por fases. A curiosidade destas campanhas adicionais prendem-se com o facto de serem protagonizadas pelos antagonistas (bosses) da campanha de Shovel Knight. É a vez de passarem para o outro lado da barricada e experimentarem novos poderes e mecânicas, algo que resulta bem, apesar da reutilização dos mapas que compõem os territórios.

Na prática são maioritariamente os mesmos espaços e áreas que mais uma vez terão que atravessar, no entanto foram alvo de uma intervenção estética de modo a compatibilizarem-se com o modelo de jogabilidade das novas personagens, mas também existem diferentes secções e novos desafios. Em Plague of Shadows, a personagem (Plague Knight) lança bombas e serve-se de uma pequena explosão para saltar, atravessando plataformas distantes. É um esquema que diferente do utilizado por Specter Knight, capaz de se colar às paredes e atingir personagens em suspenso através de um ataque diagonal com a sua ceifeira. As mecânicas são por isso muito diferentes das utilizadas por Shovel Knight e asseguram uma redefinição da jogabilidade muito salutar.

Entre as habilidades de Specter Knight conta-se a escalada de paredes.

As áreas apresentam cores diferentes, como se as percorrêssemos numa diferente hora do dia, mantendo apesar disso uma composição base próxima da aventura de Shovel Knight, assim como regressam muitos dos "bosses" intermédios e finais, com novos procedimentos e golpes, o que obriga a uma redefinição da estratégia para os vencer, nalguns casos com mais dificuldade. A abordagem é todavia diferente e requer uma aprendizagem que se consegue após algum tempo de adaptação. A isto acrescem duas narrativas diferentes, com outras motivações e desfechos. O modo cooperativo para dois jogadores em Shovel Knight está assegurado.

Se possuem o original terão que aguardar mais algum tempo (até Abril) para receberem de forma gratuita as duas campanhas adicionais. Entretanto, Treasure Trove para a Switch é o primeiro aperitivo desta fornada para os que optarem por se aventurar numa aventura alicerçada numa estética 8 bit mas que na realidade se revela muito mais do que isso, ao ponto de ser validada como uma das melhores propostas "indie" dos últimos anos.

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