Passar para o conteúdo principal

Singularity

"Oh Tempo Volta Para Trás".

Quantos de vós nunca desejou que o tempo voltasse para trás? Se tivéssemos controlo do tempo, certamente que iríamos querer corrigir os erros cometidos durante a nossa vida, ou simplesmente talvez experimentar uma nova perspectiva das coisas. O tempo é subjectivo, padronizado pela sociedade e cronometrado ao ínfimo espaço. Existe porque lhe damos valor, e sem ele certamente tudo seria mais complicado de gerir. Podemos resumir com a música imortalizada por António Mourão - "Oh Tempo Volta Para Trás".

Esta pequena premissa, espelha bem o conceito que permeia todo o jogo Singularity, a última obra do histórico estúdio Raven Software. Já muitos outros jogos nos ofereceram possibilidade de viajarmos no tempo, ou até mesmo de o alterar em tempo real. Isto abre-nos para possibilidades de narrativas infinitas, vejam o exemplo da série Lost. Trabalhar com questões de tempo é extremamente complicado, pois iremos sempre deixar portas em aberto, ou questões por explicar, tais como, "E se isto fosse X?", "Mas Y não deveria ter provocado Z?". Sobre este respeito, Singularity tem um comportamento mais linear, não deixando muita margem para este tipo de questões.

O jogo tem início com a chegada de tropas americanas, a uma ilha Russa chamada de "Katorga-12", outrora usada pelo exército Russo para experiências científicas. Nesse local, foi descoberto em 1955 um elemento chamado de "E99", que contém um poder enorme, mas as coisas não correram como o esperado e após uma catástrofe, chamada de "Singularity" tudo é escondido pelo governo Russo. É neste ponto, passados mais de 55 anos, que chega ao local Nate Renko, para uma patrulha de reconhecimento, pois foram informados que houve actividades electromagnéticas no local. Uma patrulha de reconhecimento que veio a tornar-se numa viagem para salvar o mundo.

Esta catástrofe "Singularity" provocou a mutação de diversos humanos, bem como a devastação de grande parte das construções na ilha. Mas o poder de todas as descobertas ainda reside no local, e Renko irá se colocar no meio da acção que envolve constantes recuos no tempo, quer para resolver pequenas questões, bem como para alterar o rumo da história. Por isso, poderão contar com constantes recuos no tempo, quer de forma involuntária, devido à instabilidade do local, mas também por criação de buracos de tempo. O elemento E99 é considerado o culpado de toda esta instabilidade, que fará com que não seja apenas Renko a poder viajar e estar em universos paralelos, mas também como os inimigos-mutantes poderem saltar entre o tempo.

Este factor de alteração do tempo é extremamente interessante, e tem um impacto tremendo na jogabilidade. Para permitir alterarmos o tempo, ou fazer com que certo objecto envelheça ou rejuvenesça, temos que adquirir o TMD (Time Manipulation Device). Um aparelho, colocado na mão esquerda, criado pelo cientista Victor Barisov em 1955. Para além do TMD teremos acesso a diversas armas, desde snipers, caçadeiras, armas automáticas, lança-misseis, e até uma em que podemos telecomandar a bala. Uma das minhas preferidas.

O jogo tem um sistema interessante de progressão das armas. O elemento E99 que vamos apanhando pelo caminho, permite alterar, em postos localizados no jogo, as suas características. Obtemos assim créditos para efectuar upgrades às armas, sendo que apenas são actualizações de características e não visíveis. Para além disso, ainda podemos usar o E99 para colocarmos perks nas nossas armas, tendo um número limitado de slots. Podemos também melhorar as nossas habilidades, quer de defesa, ataque ou o número de pontos ou energia que recebemos ao matar cada inimigo. Também neste sistema é permitido alterar a nossa barra de energia e de E99, o "combustível" do TMD. Não é nada de novo, mas que confere uma mais valia a um FPS que vive muito da acção, mas que consegue assim ter pequenos e bons pormenores de gestão de recursos.