Passar para o conteúdo principal

Smart As - Análise

Ginástica para os neurónios!

A ideia de treinar várias capacidades cognitivas utilizando os videojogos não é nova, mas é francamente adequada tendo em conta a natureza interativa deste nosso amado media. Acreditando que ao treinar coisas como a nossa memória, atenção ou rapidez de raciocínio se desenvolve o funcionamento do nosso cérebro e por consequência se fortalece a inteligência, vários foram os títulos assentes neste tipo de exercícios que gozaram de franca popularidade no passado, em particular nos dispositivos móveis.

Com o aumento do número de pessoas com acesso a um tablet ou smartphone a oferta de jogos que exploram este tipo de mecânicas explodiu, e a sua popularidade continuou a crescer. Olhando para a Vita enquanto plataforma, um jogo como Smart As parece assentar que nem uma luva, até se pensarmos em todas as funcionalidades que a consola oferece. Por outro lado, considerando o estereotipado público PlayStation, que inclusive deverá ter um smartphone também, a luva parece não assentar tão bem assim.

Para contornar este problema, um título assim teria de se afirmar de outra forma que não as mecânicas, mas antes de entrar em considerações sobre isto, importa ver primeiro como funciona Smart As exatamente. Em primeiro lugar, é estruturalmente desenhado para ser jogado todos os dias e durante curtas sessões de jogo, algo comum e adequado ao formato portátil. Como elemento central tem um conjunto diário de desafios que tenciona testar as nossas capacidades cerebrais, e está dividido em quatro campos diferentes, a aritmética, a lógica, linguagem e a observação, cada um correspondente a um lóbulo cerebral.

Ao menos sou bom em alguma coisa.

O conjunto diário de desafios demora aproximadamente 10 minutos, e tal como o nome indica, apenas pode ser iniciado uma vez por dia. O objetivo do jogo é documentar resultados periódicos para depois apresentar informação estatística para termos noção da nossa própria evolução ao longo do tempo.

Existe depois uma secção de jogo livre, onde podemos ir desbloqueando vários desafios em cada um dos quatro campos, e que estruturalmente seguem o modelo dos jogos atuais para smartphone onde temos três estrelas em cada nível de dificuldade, e apenas completando o desafio com as três desbloqueamos a dificuldade seguinte. No total todos os desafios de Smart As disponibilizam quatro dificuldades, easy, normal, hard e genious, sendo que em alguns jogos o gameplay se torna bem mais interessante com a dificuldade, enquanto noutros é apenas a frustração que cresce. Importa ainda dizer que o jogo conta com narração, nomeadamente para explicar o funcionamento de cada desafio a primeira vez que entramos em contacto com ele.

Ok mas como é que funcionam os desafios mesmo? São pequenas tarefas, essencialmente exercícios de julgamento rápido, imaginação no espaço, compreensão de elementos e/ou texto e memória. Para dar alguns exemplos na aritmética temos desde somas simples até ao Bubble Sum onde utilizamos a câmara da consola para procurar a bolha com o número certo algures na nossa sala. No campo da linguagem uns exercícios requerem que completemos uma palavra, enquanto outros exigem associações de várias palavras.

No campo da observação o tipo de desafio "descobre as diferenças" é o mais comum, mas existe também um onde precisamos de utilizar uma carta AR para jogar uma versão daquele desafio que tínhamos no Mortal Kombat, onde rodavam vários copos e tínhamos que manter a atenção no único copo que continha um pequeno objeto, mostrado anteriormente. Com um é fácil mas depois vão sendo adicionados mais copos e mais objeto para controlar, é o chamado teste de atenção dividida, onde temos de monitorizar vários fluxos de informação ao mesmo tempo. É um teste desenhado para melhorar a chamada memória de trabalho.

Na lógica Smart As consegue oferecer desafios bastante interessantes, um exemplo é o Roller Blocks, que requer o uso do giroscópio para fazer mover uns cubos para a casa correta simultaneamente. Basicamente todos os jogos neste campo se baseiam na previsão de padrões, uns mais baseados na rapidez de raciocínio, outros na imaginação espacial.