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Sonic Generations - Análise

Conflito de gerações?

Por falar nos bosses, já era a hora de num jogo Sonic os mesmos serem um pouco mais exigentes. As lutas são sempre da mesma forma, e se no início não compreendemos o que fazer, passado uns minutos tudo fica claro e é mais uma questão de paciência do que destreza. Irão morrer mais vezes devido a problemas de jogabilidade do que na dificuldade em si dos bosses.

Encadeando o raciocínio, chegamos à jogabilidade. Aqui tenho que ter o cuidado de poder expressar muito bem, para que o leitor compreenda o que realmente lhe espera. Sonic é Sonic, por muito estranho que isto parece ser. É um conceito criado, que simplesmente funciona muito melhor na sua forma natural. É neste aspeto que o jogo brilha. É aqui que conseguimos ver, saltando de ato 1 e 2, que simplesmente o Sonic em 3D de profundidade é um erro. Mas, este é o melhor "erro" que já vimos do Sonic em 3D. O estúdio Sonic Team conseguiu criar um misto de 2D com 3D, que em 70% das situações funciona às mil maravilhas. O problema está quando queremos jogar calmamente, em situações de plataformas. É extremamente irritante bater sempre no mesmo erro.

Existem problemas graves de localização das câmaras que chega a ser frustrante e com vontade de partir o comando. Para além disso, ainda temos o natural deslizar de Sonic, que em plataformas mais pequenas simplesmente estamos sempre a bailar, como se estivéssemos numa pista de gelo. Por fim, temos a estranha sensação de falta de profundidade. Foram muitas as vezes que simplesmente não tinha um ponto de foco para saber quando deveria cair para ficar na plataforma. Com consequência, as mortes foram muitas, frustrantes e com vontade de saltar para a "geração" anterior. Isto, claro, nos atos 2, ou seja, Sonic moderno.

Colocando isto de lado, Sonic Generations é um mimo e um hino à jogabilidade retro. Os níveis estão muito bem criados (salvo alguns locais com quedas sem nexo), coloridos e variados. Algo que me agradou imenso foi a possibilidade de podermos jogar de diversas formas os níveis, criando uma certa diversidade ao jogo e gameplay. Temos diversos poderes e ajudas dos nossos amigos. Para além disso, temos ambientes que trazem, pela sua forma natural, dificuldades extras, como é o caso da água, fogo e vento.

Esta diversidade ainda é elevada com a inclusão das já mencionadas missões extras. Podemos aceder a corridas frenéticas contra o clone robô de Sonic, ou simplesmente bater tempos e feitos. Existem imensas missões secundárias, ainda por cima podemos jogar duas vezes em cada, dando uma vista alternativa de cada mundo. Em cada ambiente temos também diferentes bandas sonoras, conferindo ainda uma maior "pica" para jogar. Até neste aspeto o jogo agrada a um grande número de pessoas. Podemos contar com as faixas rock, metal e até mais chill-out dos níveis mais calmo e coloridos.

Os níveis são retirados de diversos jogos Sonic, que nos brindaram nos últimos 20 anos. O contexto para este reencontro de gerações poderia ser mais "rebuscado", mas talvez não seja essa a ideia. O Sonic antigo e o moderno têm um inimigo em comum, o Doctor Ivo Robotnik, mais conhecido como Doctor Eggman. Mas será ele o responsável por estes portais do tempo? Só tu poderás descobrir.

Sonic Generations apoia-se eficazmente na nova geração. Traz o mais fiel Sonic em anos (o facto de ter dito muitas vezes - "é por isso que detesto Sonic" - é uma amostra do sucesso), mas coloca o olho no presente, usando tudo isso a seu favor. No início muitos poderão achar que o jogo tem um rasto estranho, que não conseguimos focar os ambientes. Mas após alguns largos minutos isso deixa de importunar, pois Sonic não é um jogo de calma, de estarmos focados num ponto de referência, principalmente o formato antigo. Mas por outro lado é uma enorme frustração passar por diversos locais à velocidade da luz e não poder parar e apreciar a arte criada pela Sonic Team. Existem ambientes simplesmente fantásticos.

Tendo tudo isto como apoio. Sonic Generations é o que de melhor se fez na serie em anos. Os imensos jogos até então feitos, parecem tentativas, formulas, experiências que se juntam neste último jogo. Temos presente um pouco de cada jogo, desde Colors, Unleashed, e até mesmos os diversos spin-offs, como os de Pinball e os Riders. A acrescentar a tudo isto, ainda temos o regresso de personagens tão conhecidas como o Knuckles e Tails. O som de apanhar anéis nunca foi tão bom.

8 / 10

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