Sonic Generations - Análise
Ouriço azul em formato de bolso.
O jogo começa de forma mágica, deixando-nos reviver Green Hill, a famosa zona do primeiro Sonic. Mais tarde, podemos ainda revisitar Mushroom Hill de Sonic & Knuckles, outro jogo bem presente na nossa memória. À medida que vamos avançando as zonas vão ficando menos familiares, e consequentemente o efeito nostalgia desvanece-se, dando lugar apenas ao gameplay simplista que conhecemos da série. Existem ainda alguns Bosses com mecânicas simples, e umas corridas contra três personagens conhecidas, incluindo Shadow, um dos piores antagonistas da história dos videojogos.
De um modo geral a aventura é bastante simples e pode ser concluída em poucas horas. Talvez com a exceção do último boss, não encontrarão grande desafio neste particular da versão portátil. Claro que vão morrer várias vezes até terminar a aventura, mas isso será porque vão cair em precipícios antes de sequer perceberem que era necessário saltar. Adicionalmente, cada uma das zonas oferece dois atos e um nível especial onde temos que perseguir e capturar uma esmeralda. Estes níveis especiais funcionam de forma fundamentalmente diferente e divertida, um pouco ao jeito de Sonic Heroes. Movimentamo-nos a grande velocidade no que parece ser um túnel gigante, e vamos evitando bombas e apanhando umas bolas coloridas até alcançar a esmeralda.
Para prolongar o tempo de jogo, somos recompensados com uma pontuação no final de cada um dos atos, níveis especiais e bosses, que corresponde a uma de quatro notas, S, A, B, C, ou D. É interessante repetir as zonas para encontrar o melhor trajeto possível, e conseguir nota S em todos os desafios. O problema é que depois o jogo não faz absolutamente nada para recompensar o jogador por este esforço, nem um nível especial, nada. Por sua vez o modo Time Attack é uma boa forma de incentivar o jogador a repetir os níveis até conseguir a melhor prestação. Existe um ranking online com os melhores tempos, e certamente que isso será motivo suficiente para otimizarem a vossa performance, assim como para terem uma ideia da diferença da vossa habilidade, quando comparada com os melhores.
O modo missions é dos mais interessantes, com um conjunto de 100 missões para completar, e objetivos bastante variados. Terminar uma zona sem levar dano, matar um determinado número de inimigos, ou terminar uma área dentro de um tempo limitado são apenas alguns exemplos. Vamos desbloqueando missões à medida que progredimos na aventura principal, mas a grande maioria é desbloqueada através de "play coins". Já devem ter um monte destas à espera de ser gasto de qualquer maneira.
O aspeto visual é das melhores caraterísticas deste título, ainda que algo distante do seu homónimo em HD. É inegável o apelo de Green Hill em três dimensões, com texturas adaptadas à realidade atual. A relevância do efeito 3D varia entre as zonas, mas no global está bem conseguido, principalmente porque o "level design" teve em conta as duas camadas já reconhecidas nos jogos da portátil da Nintendo. Existem áreas em que fazemos um dos famosos loopings na camada mais próxima, para passar imediatamente para o plano mais distante e ai continuar a acelerar. É um dos jogos em que posso afirmar que apreciei mais jogar com o 3D ligado.
Voltando ao princípio, mantenho as críticas à Sega sobre o que tem feito (ou não tem feito) com a sua mascote. Sim, Sonic Generations (a versão HD) foi das melhores aparições de Sonic nos tempos modernos, mas mantém a ideia de que a fórmula dos jogos do ouriço chegou aos limites do que é possível fazer. Esta versão portátil é consideravelmente menor do que as versões HD e isso acaba por fazer o jogo destoar do design planeado originalmente. Acaba por ser uma boa primeira aparição de Sonic na 3DS, mas ainda longe daquilo que eu ainda espero para uma das mais marcantes figuras de sempre na história da indústria.