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Sony aposta cada vez mais nos jogos digitais da PS4

Shadow of The Bast, Alienation e mais títulos foram apresentados esta semana num evento em Londres.

Aqui há uns anos, quando a Internet ainda se estava a alastrar por Portugal e resto do mundo, os jogos digitais não tinham qualquer expressão ou relevância. Toda a indústria basicamente se resumia às grandes produções e aos lançamentos em formato físico. Mas hoje a realidade é completamente diferente. Com a massificação da Internet e com a chegada da PlayStation 3, Xbox 360 e Wii, os jogos digitais começaram pouco-a-pouco a ganhar relevância e agora é impossível ignorá-los, representando uma fatia considerável da indústria e sendo responsáveis por aumentar a diversificação de jogos.

Numa questão de alguns anos os jogos digitais tornaram-se tão relevantes como as grandes produções e não é difícil pensar em alguns exemplos em que a sua qualidade até supera os tradicionais lançamentos em formato físico. Uma das companhias que recentemente mais destaque tem dado a este tipos de jogos é a Sony, portanto, não foi de todo surpreendente quando recebemos o convite viajar até Londres para ver e jogar o alinhamento de jogos digitais da PlayStation 4 para os próximos tempos. Em outrora, um evento deste tipo seria exclusivo para lançamentos em formato físico, mas como já referi, a realidade na qual vivemos agora é diferente.

No evento foram apresentados e estavam disponíveis para jogar mais de uma dúzia de jogos digitais para a PlayStation 4, alguns de produtores third-party, outros vindos estúdios Internos da Sony. Da lista os que imediatamente se destacaram foram Shadow of the Beast (apresentado na Gamescom 2013 e nunca mais visto desde então), Alienation, o novo jogo da Housemarque, e Everybody Gone to the Rapture, da autoria do Chinese Room, o estúdio de Amnesia: A Machine for Pigs. Na apresentação antes de passarmos à jogatina também houve a oportunidade de ver Volume, do criador de Thomas Was Alone, mas que não estava entre jogos disponíveis para experimentar. De igual modo, foi mencionado Kill Strain, um MOBA que coloca humanos em confronto com Mutantes, no entanto não foram mostradas sequer imagens.

Shadow of the Beast chamou a atenção de todos os presentes, mas a demo disponível era bastante curta.

Um elemento central neste aposta da Sony nos jogos digitais é o seu estúdio europeu XDev, cuja função é ajudar pequenas e grandes equipas a concretizarem as suas visões. O estúdio é sobretudo útil para os produtores independentes, oferecendo financiamento, dicas de design, força de trabalho externa e outros serviços que ajudam os estúdios a colaborar com a Sony a assegurar a qualidade dos jogos que serão lançados para as consolas PlayStation. Melhor ainda, entrar em contacto com a Xdev é um processo fácil, basta visitar o site oficial e preencher um curto formulário com a vossa ideia.

Neste momento a Xdev está ocupada com Shadow of the Beast e Alienation, os dois jogos mais promissores do evento mas também aqueles que se encontram num estado mais precário. Tanto um como outro estão ainda na fase pré-alpha, o que significa que há muito trabalho pela frente, mas as bases já estão instaladas. Por outro lado, houve jogos que pareceram muito perto da versão final, como Everybody Gone to the Rapture, a versão PS4 de Journey (que continua belíssimo), Fat Princess Adventures e Guns Up, um free-to-play da Sony San Diego que combina elementos de Tower Defense com estratégia em tempo real.

Como parte do alinhamento de jogos digitais faz parte também um leque variado de jogos third-party. Propostas como The Vanishing of Ethan Carter e The Talos Principle já estão disponíveis para PC há alguns meses, mas para quem joga ou dá preferência às consolas são novidades entusiasmantes com selo de qualidade garantido. Enquanto alguns jogos chegam primeiro ao PC e só depois às consolas, começam a surgir mais casos como Magicka 2, que serão lançados em ambas plataformas em simultâneo. Depois, há exemplos peculiares como Nom Nom Galaxy, um jogo sobre fabrico de sopas que lembra Terraria, e N++, que é um jogo de plataformas com uma quantidade absurda de níveis difíceis.

Visualmente é simples, mas N++ tem níveis que são um pesadelo.

"Vários destes jogos são pequenas pérolas e excelentes formas de passar o tempo."

Encerrando o catálogo de jogos digitais há Hollowpoint, que oferece troca de tiros e ação numa perspetiva lateral, Amplitude, o jogo rítmico da Harmonix, Zombie Vikings, cujo nome resume basicamente o que devem esperar, Galak-Z: The Dimensional, que vos levará numa aventura pelo espaço numa pequena nave, e Assault Android Cactus, um shooter arcade inspirado no modo Horde de Gears of War. É uma lista que demonstra que variedade não falta, servindo de espelho à diversificação que há hoje nos videojogos e provando que há de facto um jogo para todos os gostos.

Embora os jogos digitais ainda não tenham ganho o mesmo estatuto de um grande exclusivo como Bloodborne que faz vender consolas, a verdade é que vários destes jogos são pequenas pérolas e excelentes formas de passar o tempo. Alguns deles são capazes de oferecer até mais longevidade, criatividade e originalidade que o típico jogo de 70 euros, mas devido ao seu formato continuam a ser rejeitados por alguns como sendo jogos de segunda categoria. Neste sentido, é de louvar que a Sony tenha feito um evento a promover o seu catálogo digital. Jogos como estes são engolidos na E3 ou Gamescom pelos jogos AAA e lançamentos anuais, mas aqui tiveram espaço para brilhar e provar que merecem a vossa atenção.

Durante os próximos dias teremos mais informações a partilhar sobre os jogos que vimos e jogámos no evento, nomeadamente Shadow of the Beast, Alienation e Everybody Gone the the Rapture. Fiquem atentos.

O Eurogamer Portugal viajou até Londres a convite da Sony PlayStation Portugal, a qual pagou a viagem.

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