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Sorcery - Análise

A magia do PlayStation Move.

Seja uma nova consola ou um novo periférico, há algo de absoluta necessidade para que vinque. São os chamados "system sellers", por outras palavras, títulos que por si só vendam consolas ou um periférico, caso façam uso dele. Foi esta a falha do PlayStation Move, o controlador por movimentos para a PlayStation 3, que tirando o furor inicial do lançamento, parece ter sido progressivamente caindo no esquecimento.

O PlayStation Move tinha tudo para convencer, funciona às mil maravilhas, é preciso, não necessita de muito espaço para ser usado e tem um design atraente. Mesmo tendo todas estas qualidades, a falta de um "system seller" era evidente. É verdade que a Sony apoiou o controlador por movimentos ao incluir o suporte em alguns dos seus exclusivos e até jogos de companhias terceiras, mas não foi o suficiente. Faltava-lhe um exclusivo convincente.

Sorcery despertou desde a sua revelação grande interesse nos jogadores e parecia ser o "título" para o PlayStation Move, porém, não foi um dos títulos de lançamento e desde a sua apresentação na E3 2010 que mergulhou na escuridão e não deu notícias até há relativamente pouco tempo. Depois de uma longa espera, será que ainda vale a pena ficar entusiasmado com Sorcery?

Numa palavra, sim. Este é o jogo que prova todo o potencial do Move, combinando de forma perfeita a jogabilidade com os controlos por movimentos. Dada a natureza do jogo, faz todo o sentido que use controlador por movimentos. Em Sorcery vestimos a pele de Finn, um aprendiz de feiticeiro que está a dar os primeiros passos no mundo da magia. A sua varinha canaliza todo o seu poder, que por sua vez está ao nosso controlo através do PlayStation Move.

Com a sua esfera luminosa, o PlayStation Move parece mesmo uma varinha mágica na nossa mão. A precisão é incrível, os feitiços voam exatamente da forma como queremos, curvos, a direito, rasteiros ou altos. Controlar a trajetória é altamente intuitivo e numa questão de minutos já dominamos por completo a jogabilidade. No entanto, desde cedo também se notam algumas limitações. Como apenas usa um analógico, que é dedicado ao movimento da personagem, a câmara é estática. O L1 apresenta-se como uma solução ao rodar a câmara para o lado que Finn está virado, mas não deixa de ser um incómodo.

Sorcery é um jogo de fantasia por excelência, com todos os clichés que já conhecemos mas que são indispensáveis para contar uma estória encantadora. Sendo de tenra idade, Finn é curioso, confiante, destemido e mete o nariz onde não é chamado, e acaba por se meter em grandes sarilhos quando o seu mestre se ausenta. Sempre acompanhado por Erline, uma gata falante, a dinâmica deste duo mantém o jogador sempre atento com os seus diálogos.

Seja para onde for que desviem o olhar, todo o mundo de Sorcery transpira a magia. A sua aventura leva-os aos sítios típicos nos contos de feiticeiros, desde as cavernas assombradas às florestas encantadas, e dos labirintos de portas mágicas ao palácio da feiticeira malvada capaz de qualquer coisa para ver os seus objetivos atingidos. Com o seu estilo artístico pode ser facilmente confundido como um título exclusivamente para crianças, mas longe disso. Sorcery é um título para ser desfrutado por qualquer um.